Circula entre funcionários dos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente do Estado de Minas o seguinte e-mail (com omissão de nomes e sem correções):
Informo a real situação por que passa a Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Noroeste de Minas – SUPRAM NOR, sediada em Unaí.
Ocorre nessa repartição pública, uma série de irregularidades e crimes, e como qualquer órgão público de âmbito ambiental, atinge a vida de muitos mineiros.
Os crimes são originados pelo Superintendente (nome omitido pelo Palpite do Dia) e pelo seu Diretor Técnico (nome omitido pelo Palpite do Dia). São crimes originados por quem toma as decisões gerenciais.
A área técnica, assim como a área jurídica, encontra-se isentas de tais acusações, sendo reféns de tais acontecimentos.
Tais acusados se utilizam de seus cargos para abusar de poder e coagir seus subordinados a licenciarem empreendimentos a qualquer custo, ferindo a ética profissional, as leis ambientais e de procedimentos da própria SEMAD.
O ambiente de trabalho por si só é dos piores, com conflito entre os acusados e seus subordinados, que tentam assim escapar de armadilhas promovidas pela gerência.
As orientações técnicas do Diretor Técnico são conduzidas de forma a causar dúvidas, ao criar procedimentos inexistentes, induzindo os técnicos e a área jurídica à erros, diante da Unidade Regional Colegiada do COPAM Noroeste de Minas.
O Superintendente se omite de tudo, porém se apóia nas decisões estranhas do Diretor Técnico
.
O Superintendente mostra-se em muitas vezes despreparado, desconhecendo qualquer situação simples relativa ao meio ambiente, comportando-se como um burocrata típico. Deslumbra-se facilmente com o cargo e utiliza-se de recursos patrimoniais da SUPRAM NOR em benefício próprio.
O assédio moral aos subordinados já é rotina através de muita intransigência, ataques vexatórios aos técnicos/advogados e ameaças, sendo motivo de recursos e queixas ao Secretário-Adjunto de Meio Ambiente. Essa situação se tornou incentivo de saída para alguns servidores (incluindo concursado).
O Diretor Técnico por diversas vezes, utiliza-se do cargo de forma obscura, desviando sua finalidade e prestando informações equivocadas e ilegais ao público, acerca do licenciamento ambiental, fazendo com que seus subordinados passem por situações constrangedoras. É comum solicitar dispensas de EIA/RIMA, contrárias à lei. O Diretor Técnico têm as portas abertas às grandes empresas, entretanto o empreendedor comum, sequer é atendido.
A RPM é uma mineradora de ouro e o Superintendente e o Diretor Técnico se empenharam arduamente para concluir o licenciamento para instalação da Barragem de Rejeitos da RPM em Paracatu (a maior do mundo). O processo não contou com o respaldo dos técnicos e do jurídico da SUPRAM NOR. Foi colocado de forma equivocada à votação da URC-COPAM. Pessoas serão prejudicas por essa decisão. O direito à propriedade foi ignorado. Houve perseguição à servidor concursado. O Ministério Público Federal está investigando.
O Superintendente e o Diretor Técnico utilizam-se de seus cargos para benefícios próprios, decidindo quais processos devem ser arquivados ou se haverá necessidade de outorga hídrica ou não. O interesse público não é considerado. A sociedade mineira não é considerada.
Ambos gerentes estão sendo processados pela justiça estadual e são investigados pelo Ministério Público Federal.
Numa primeira tentativa de união dos técnicos e do jurídico, num movimento de moralizar a SUPRAM NOR, a gerência agiu de forma “mafiosa”, transferindo e prejudicando a vida de servidores, a fim de intimidar tais protestos e descontentamentos com os crimes. E age de forma a tentar abafar os problemas, não tomando decisões justas ou nenhuma.
As ações de fiscalização da SUPRAM NOR são ridículas, pois a chefia não as considera importantes. Pedidos do Ministério Público, não são atendidos e o Superintendente não cumpre seu papel de responder as defesas das poucas multas da SUPRAM NOR e das multas da PM Ambiental. Descumpre o artigo 37 do Decreto Estadual 44.844/2008. Os processos de multa não andam e o governo não arrecada esses valores. Sem arrecadação, e assim sem recurso para o programa Bolsa Verde. O descumprimento de uma lei fere outras.
Assim, diante do exposto, esperamos justiça e mais investigações sobre o que acontece nessa repartição pública, que deve ter como objetivo o interesse público e não o de promover a violação dos princípios da administração pública. A credibilidade do licenciamento ambiental no Noroeste de Minas está sendo destruída.
Maiores informações no Alerta Paracatu
O texto acima não é de minha autoria. Confio na fonte, mas suprimi os nomes para não causar constrangimento (este espaço não é jornalístico, muito menos partidário). Em absoluto, não me responsabilizo pelo conteúdo e me reservo o direito de mantê-lo sob meu próprio critério.
Se for solicitado, o Palpite do Dia publicará defesa e contraditório enviados ao e-mail do blog.
domingo, 27 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Sincretismo musical
Ninguém conhece as obras de Salieri, nem as de FHC. Mas as semelhanças param aí. Que Salieri era um invejoso, é pura especulação cinematográfica. Que FHC é invejoso, isso já é um fato
O pouco reconhecido que Salieri fez pela música já é muito mais do que o correspondente quase-nada que FHC fez pelo Brasil.
O que Salieri escreveu entrou para a história como uma espécie de 3º ou 4º escalão da música clássica (o que não é pouca coisa). O que FHC escreve e já escreveu é/vai sendo simplesmente ignorado pela história.
Resposta à postagem do Conversa Afiada (não publicada).
Resposta à postagem do Conversa Afiada (não publicada).
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Paulistização do Brasil
Não gosto do Serra e concordo com a maior parte dos artigos publicados aqui. Mas o Conversa Afiada também deveria ser ver como responsável pela paulistização da mídia brasileira. Gostaria de entender essa fixação exclusiva pelo Governo Estadual de São Paulo por sua capital, essa necessidade de querer noticiar tudo de São Paulo, sendo que tem tanta, TANTA coisa positiva e negativa pra ser comentada do resto do Brasil.
Em nome da qualidade do site, sugiro (também a outros blogs de grande alcance, mesmo os de direita) uma democracia geográfica, demonstrando as diversidades deste país. Poderia ser feita a escolha de um bom blogueiro/colunista por unidade federativa (exceto SP e RJ) ou pelo menos por região política (exceto sudeste) como participante "oficial" do Conversa Afiada.
É apenas uma sugestão, pra melhorar e inovar o site.
Palpite publicado no Conversa Afiada, dia 11 de outubro de 2009.
Em nome da qualidade do site, sugiro (também a outros blogs de grande alcance, mesmo os de direita) uma democracia geográfica, demonstrando as diversidades deste país. Poderia ser feita a escolha de um bom blogueiro/colunista por unidade federativa (exceto SP e RJ) ou pelo menos por região política (exceto sudeste) como participante "oficial" do Conversa Afiada.
É apenas uma sugestão, pra melhorar e inovar o site.
Palpite publicado no Conversa Afiada, dia 11 de outubro de 2009.
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sábado, 19 de dezembro de 2009
Aécio II
Detalhe, Palácio da Liberdade seria mesmo o lugar adequado para um pronunciamento de interesse exclusivamente partidário?
O que a coletividade mineira tem a ganhar com esse gasto de espaço, tempo e recursos? Por que esse discurso não foi feito de uma sede do PSDB ou de um palanque do partido (mesmo que em via pública)?
Dessa forma, a imagem do Aécio político confunde-se com a do Aécio governador. Esses duas imagens têm uma diferença. Sutil, mas que pode ser decisiva em eleições.
Sei que tô pegando pesado com um detalhe pequeno, mas não vejo diferenças entre isso e peculato-uso.
Deixa pra lá...
O que a coletividade mineira tem a ganhar com esse gasto de espaço, tempo e recursos? Por que esse discurso não foi feito de uma sede do PSDB ou de um palanque do partido (mesmo que em via pública)?
Dessa forma, a imagem do Aécio político confunde-se com a do Aécio governador. Esses duas imagens têm uma diferença. Sutil, mas que pode ser decisiva em eleições.
Sei que tô pegando pesado com um detalhe pequeno, mas não vejo diferenças entre isso e peculato-uso.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Desistência do Aécio
Tô impressionado com a quantidade de especulações em torno deste fato. Acho que o Aécio simplesmente cumpriu publicamente uma promessa que fez publicamente. Nada mais.
Palpite publicado no Vi o Mundo, dia 18 de dezembro de 2009.
Palpite publicado no Vi o Mundo, dia 18 de dezembro de 2009.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
"Corrupção de Líder Vale/Valia"
Circula entre funcionários demitidos e aposentados da Companhia Vale do Rio Doce o seguinte e-mail (já constando alguns comentários):
(Estou apenas citando e-mail recebido. Suprimi nomes e não me responsabilizo pelo conteúdo, nem faço juízo de valor)
"
Subject: NOTÍCIA SOBRE A VALIA = Valia: Fundo é alvo de pedid o de revisão
CAROS EX-COLEGAS NA EX-CVRD,
ACESSEM OS SITES ANEXADOS E TIREM SUAS CONCLUSÕES...
Agora entendo o porquê do CAVAGLIERI ter nos enrolado - sonegando as informações que ele tinha sobre as medições do nível de ruído dos canteiros de obras de Montagem dos Precipitadores Eletrostático das Usinas 3, 4, 5, 6, da Moagem de Carvão 2, Filtragem e Moagem das Usinas 3 e 4!...
O resultado daquelas medições registradas oficialmente pela área de "Seg. / Saúde Ocupacional noTrabalho seriam provas inquestionáveis de que o ambiente era insalubre - E ELE TINHA CÓPIA DE TUDO.
O INSS (leiam: PRISMA+CVRD+VALIA) teriam que conceder a vários colegas, inclusive eu, aposentadoria integral por tempo de trabalho antes da mudança para da VALIA para VALE MAIS (março 2000)!...
CAVAGLIERI É MESMO O QUE NÓS JÁ DESCONFIÁVAMOS DE$DE O $ÉCULO PA$$ADO...
E PIOR... AINDA PODE $E DAR MUITO BEM EM BRA$ÍLIA, ONDE O DINHEIRO SUJO CORRE SOLTO!..
"(sic)
_____
"
QUEM DIRIA, HEIN?.. CAVAGLIERI APROVEITOU E ESTÁ MAMANDO. NESCESSÁRIO SE FAZ PERGUNTAR SE A VALE TAMBÉM CONTRIBUIU SOBRE ESSE SALÁRIO ASTRONÔMICO PARA QUE O MESMO TIVESSE DIREITO, E POR QUANTO TEMPO.
(RESPOSTA de TERCEIRO: "- É CLARO QUE SIM!.. A VALE COMPROU ESSE SAFADO e mais uma vez usou a VALIA para esconder-se de um possível escândalo !.. "
CONSELHEIRO NÃO É EMPREGADO, O VÍNCULO EMPREGATÍCIO QUE O MESMO TINHA ERA LIGADO À FUNÇÃO/CARGO
QUE EXERCEU E PELO QUAL CONTRIBUIU PARA A VALIA.
É MAIS UM DOS GRANDES ABSURDOS QUE TOMAMOS CONHECIMENTO.
VAMOS DIVULGAR E GRITAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
" (sic)
_________
"
Prezados,
Bom Dia.
Para conhecimentos.
Dois site com a notícia em referência;
No primeiro tem até como fazermos comentários.
Conteúdo do atalho acima:
Fundo de pensão da Valeé alvo de pedido de revisão
Lívia Francez
Um dos membros do conselho deliberativo da Valia, fundo de pensão dos funcionários da Vale, João César Moraes, pediu informações sobre as atividades do fundo. Segundo o conselheiro, a Valia teria um superávit de R$ 1,6 bilhão, que beneficiaria os aposentados e pensionistas anteriores à privatização da companhia.
O conselheiro pediu as informações, pois seria contra a forma como a distribuição será feita aos aposentados. O superávit pertence a um grupo de 17 mil aposentados e pensionistas anteriores à privatização da empresa. Outro grupo de 55 mil aposentados e pensionistas, formado após a privatização não tem direito ao superávit, mas vai alcançar um superávit futuro que também vai ser revertido em benefício.
O problema encontrado pelo conselheiro, que levou ao pedido de informações, é que a Valia quer distribuir o benefício em 17 anos, pagando somente 25% do superávit, ou seja, não deve repassar o benefício na totalidade.
Ele explica que um aposentado que receberia R$ 1.000,00 de vencimento teria somente mais R$ 250 de repasse do superávit. Enquanto isso, colocando juros de mercado de 6% ao ano em Letras do Tesouro Nacional, o superávit daria rendimento de R$ 96 milhões ao mês, valor suficiente para pagar os aposentados.
Este é o momento mais tenso criado no conselho deliberativo, que prepara a fase do recolhimento de informações. Dentre os pontos questionados estão o andamento dos processos jurídicos e longas demandas jurídicas feitas pelos aposentados.
Aposentadoria privilegiada
A Valia concedeu aposentadoria privilegiada ao então presidente do Sindicato dos Ferroviários de Minas e do Espírito Santo (Sindfer-ES/MG), João Batista Cavaglieri. O vencimento gira em torno de R$ 25 mil mensais. A prática é ilegal, mas tem o respaldo do fundo de pensão.
Pelos seus estatutos, Cavaglieri não poderia se aposentar como conselheiro, mas, ao que parece, a direção da Valia atropelou os próprios estatutos para dar roupagem legal a uma atitude totalmente ilegal.
Cavalieri foi membro do Conselho de Administração da Vale e, supostamente, deveria representar os interesses da classe trabalhadora junto à companhia. Para tanto, recebia um salário de conselheiro em torno de R$ 25 mil, bem distante do de desenhista/projetista, função inicial do sindicalista.
O conselheiro pediu as informações, pois seria contra a forma como a distribuição será feita aos aposentados. O superávit pertence a um grupo de 17 mil aposentados e pensionistas anteriores à privatização da empresa. Outro grupo de 55 mil aposentados e pensionistas, formado após a privatização não tem direito ao superávit, mas vai alcançar um superávit futuro que também vai ser revertido em benefício.
O problema encontrado pelo conselheiro, que levou ao pedido de informações, é que a Valia quer distribuir o benefício em 17 anos, pagando somente 25% do superávit, ou seja, não deve repassar o benefício na totalidade.
Ele explica que um aposentado que receberia R$ 1.000,00 de vencimento teria somente mais R$ 250 de repasse do superávit. Enquanto isso, colocando juros de mercado de 6% ao ano em Letras do Tesouro Nacional, o superávit daria rendimento de R$ 96 milhões ao mês, valor suficiente para pagar os aposentados.
Este é o momento mais tenso criado no conselho deliberativo, que prepara a fase do recolhimento de informações. Dentre os pontos questionados estão o andamento dos processos jurídicos e longas demandas jurídicas feitas pelos aposentados.
Aposentadoria privilegiada
A Valia concedeu aposentadoria privilegiada ao então presidente do Sindicato dos Ferroviários de Minas e do Espírito Santo (Sindfer-ES/MG), João Batista Cavaglieri. O vencimento gira em torno de R$ 25 mil mensais. A prática é ilegal, mas tem o respaldo do fundo de pensão.
Pelos seus estatutos, Cavaglieri não poderia se aposentar como conselheiro, mas, ao que parece, a direção da Valia atropelou os próprios estatutos para dar roupagem legal a uma atitude totalmente ilegal.
Cavalieri foi membro do Conselho de Administração da Vale e, supostamente, deveria representar os interesses da classe trabalhadora junto à companhia. Para tanto, recebia um salário de conselheiro em torno de R$ 25 mil, bem distante do de desenhista/projetista, função inicial do sindicalista.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Auto-ajuda
Livro de auto-ajuda é bom pra quem está disposto a segui-lo. Assim como qualquer coisa... o perdão só vai ser bom se for total e sincero. Uma meta qualquer só vai ser boa se a pessoa tiver perseverância. Por aí vai... qualquer coisa só vai ser boa pra você se você acreditar nela e tiver força de vontade para alcançar aquele objetivo. Fora dessa hipótese, qualquer frase de efeito para motivar terá prazo de validade curto.
A mudança está muito mais dentro da pessoa do que num livro.
A mudança está muito mais dentro da pessoa do que num livro.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Mais um que apagaram
Quando comento em blogs de direita (ou de bobagens), já está virando rotina: apagam sem qualquer cerimônia.
Dessa vez foi no blog da especialista em futricas, Joyce Pascowich.
Na verdade, o comentário dela foi até isento, não foi tendencioso, nem escreveu nas entrelinhas qualquer mensagem subliminar. Ela disse que o Lula não gostou de algumas brincadeiras e pediu ao programa CQC que não pegasse tão pesado. Nem sei se o fato é verdadeiro, sabe como são as fontes desse tipo de colunista. Porém, ainda que seja verdade, não vi nada de mal nisso. Nada mesmo. O problema foi entusiasmo dos internautas ao comentarem a notícia. Só pra citar uns:
(Abrem aspas)
jose francisco - 25/08/2009 - 20:04
Li e achei um absurdo esse recado do nosso Excelentissimo Senhor Presidente da Republica para pegar leve com o governo. So lembrando ao presidente, estamos em uma democracia, e para ser mais sincero ainda e mostrando a minha completa indignacao aos politicos desse nosso Brasil. O Sr. presidente e politicos em geral, devem abrir bem os olhos, para verem as M que andam fazendo e a nossa Justica ja esta na hora de tomar providencias severas tb.
Um Dia Eu Votei No PT BUAAAAA - 25/08/2009 - 20:04
Viva !!! A Ditadura Voltou ... Quem Diria Hein Lula ? Só Falta O Presidente Lula Que Pertence Ao PT ( Entenda - se Sarney F.C. ) Assinar A Lei " A I - 5 " ....
Luis - 25/08/2009 - 20:09
Censura????? a esta altura do campeonato??????? sua excelencia o Presidente deveria ter vergonha, quem apoia ladrões não pode criticar ninguém!!!! em 2010 LULA Lá... Lá longe!!!!
albferto couto - 25/08/2009 - 20:42
Coloquemos nossas barbas de molho. Tudo indica que vem ai o A I - 11
Que Deus nos ajude
(Fecham aspas)
Entre outras, umas mais tranqüilas, outras muito mais pesadas.
Desculpem o comentário atrasado, mas tenho que falar. Algumas baboseiras que disseram aqui doeram no meu saco! Quer dizer que um cidadão que está no poder fazer um pedido virou censura e, portanto, um retorno à ditadura? As antas que dizem isso não fazem a mínima idéia do que se passa numa ditadura. Alguém tem noção do que é liberdade de expressão aqui? E essas pessoas têm a noção de que um presidente também pode se manifestar contrariamente sobre qualquer coisa e ainda assim isso apenas faz parte da pluralidade de opiniões? Isso porque eu também gosto do CQC, mas sei que eles não são nenhum primor da imparcialidade e da sensatez. Só que uma coisa é dar razão ao programa. Outra é usar essa razão para desmerecer a insatisfação de alguém que pode ter se ofendido com alguma brincadeira. Ninguém precisa gostar de presidente nenhum, mas fazer de qualquer coisa motivo pro escracho é beirar o ridículo, defensores do "voto maduro".
Dessa vez foi no blog da especialista em futricas, Joyce Pascowich.
Na verdade, o comentário dela foi até isento, não foi tendencioso, nem escreveu nas entrelinhas qualquer mensagem subliminar. Ela disse que o Lula não gostou de algumas brincadeiras e pediu ao programa CQC que não pegasse tão pesado. Nem sei se o fato é verdadeiro, sabe como são as fontes desse tipo de colunista. Porém, ainda que seja verdade, não vi nada de mal nisso. Nada mesmo. O problema foi entusiasmo dos internautas ao comentarem a notícia. Só pra citar uns:
(Abrem aspas)
jose francisco - 25/08/2009 - 20:04
Li e achei um absurdo esse recado do nosso Excelentissimo Senhor Presidente da Republica para pegar leve com o governo. So lembrando ao presidente, estamos em uma democracia, e para ser mais sincero ainda e mostrando a minha completa indignacao aos politicos desse nosso Brasil. O Sr. presidente e politicos em geral, devem abrir bem os olhos, para verem as M que andam fazendo e a nossa Justica ja esta na hora de tomar providencias severas tb.
Um Dia Eu Votei No PT BUAAAAA - 25/08/2009 - 20:04
Viva !!! A Ditadura Voltou ... Quem Diria Hein Lula ? Só Falta O Presidente Lula Que Pertence Ao PT ( Entenda - se Sarney F.C. ) Assinar A Lei " A I - 5 " ....
Luis - 25/08/2009 - 20:09
Censura????? a esta altura do campeonato??????? sua excelencia o Presidente deveria ter vergonha, quem apoia ladrões não pode criticar ninguém!!!! em 2010 LULA Lá... Lá longe!!!!
albferto couto - 25/08/2009 - 20:42
Coloquemos nossas barbas de molho. Tudo indica que vem ai o A I - 11
Que Deus nos ajude
(Fecham aspas)
Entre outras, umas mais tranqüilas, outras muito mais pesadas.
Aí, revoltado com o radicalismo e leviandade do pessoal, fui eu meter meu palpite no meio. Parece que a Joyce não gostou:
Desculpem o comentário atrasado, mas tenho que falar. Algumas baboseiras que disseram aqui doeram no meu saco! Quer dizer que um cidadão que está no poder fazer um pedido virou censura e, portanto, um retorno à ditadura? As antas que dizem isso não fazem a mínima idéia do que se passa numa ditadura. Alguém tem noção do que é liberdade de expressão aqui? E essas pessoas têm a noção de que um presidente também pode se manifestar contrariamente sobre qualquer coisa e ainda assim isso apenas faz parte da pluralidade de opiniões? Isso porque eu também gosto do CQC, mas sei que eles não são nenhum primor da imparcialidade e da sensatez. Só que uma coisa é dar razão ao programa. Outra é usar essa razão para desmerecer a insatisfação de alguém que pode ter se ofendido com alguma brincadeira. Ninguém precisa gostar de presidente nenhum, mas fazer de qualquer coisa motivo pro escracho é beirar o ridículo, defensores do "voto maduro".
Palpite publicado em e apagado do Glamurama, no dia 18 de outubro de 2009.
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sábado, 14 de novembro de 2009
É paleontólogo!
Observação: o correto é "paleontólogo", não "paleontologista". "Paleontologista" é uma tradução errada de "paleontologist", em inglês. Esse erro é muito comum na imprensa. É até perdoável, mas agora o Terra não pode mais cometê-lo.
Publicado no Terra, dia 16 de outubro de 2009.
Publicado no Terra, dia 16 de outubro de 2009.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Homofilofobia x racismo
Sou contra homofilofobia e, mais do que isso, tenho repugnância de qualquer tipo de discriminação. Mas são dois casos diferentes. Não dá pra equiparar com a questão racial. Nações invadiram e exploraram a África, as Américas e sua gente. Institucionalizaram o tráfico e escravidão negreiros. Existe praticamente uma relação de dívida individual e coletiva do mundo ocidental com a África e afro-decendentes. Já Gays, sempre os houve, mas não há essa questão histórica. Desconheço alguma nação que deva parte da sua história ao sacrifício deles. Ou outra relação de dívida do mundo com a "classe" homoafetiva. A nossa sociedade deve a eles alguns direitos civis que lhes são negados, isso sim. Mas acho que não é a questão aqui. Além disso, um gay (branco) de boa aparência sempre foi um cara bem sucedido. Um negro (ou índio) de boa aparência sempre foi e sempre será, antes, tratado como motorista, garçom, jogador de futebol ou pagodeiro. São questões diferentes. Violência física e moral contra gays são absurdos atos de ignorância, sim. Mas não mais do que contra portadores de deficiência intelectual, ciganos ou nordestinos no sudeste, por exemplo. Diante disso, chamá-los de "os novos negros" me soa um tanto exagerado.
Palpite publicado no Vi o Mundo, dia 13 de outubro de 2009.
E ainda que houvesse essa relação de dívida, seria uma dívida sem herdeiros, já que, no caso dos gays, não acontece como no dos pretos e índios, que permanecem pobres e sem oportunidades apenas porque seus pais, avós e tataravós já tinham sido colocados nessa situação.
Palpite publicado no Vi o Mundo, dia 13 de outubro de 2009.
E ainda que houvesse essa relação de dívida, seria uma dívida sem herdeiros, já que, no caso dos gays, não acontece como no dos pretos e índios, que permanecem pobres e sem oportunidades apenas porque seus pais, avós e tataravós já tinham sido colocados nessa situação.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Num debate com portugueses (parte IV):
Ainda era sobre a Maitê Proença:
Internauta português Paulo: "Voce não parece uma pessoa muito inteligente, maltratando a cultura portuguesa com séculos de existencia, antes de o Brazil ser descoberto pelos Portugueses existiam macacos e homens pré-históricos, até os Portugueses descobrirem essa terra cheia de riquezas. (...)" (sic)
Eu: PAULO, você está sendo leviano! Cuidado com a alimentação do preconceito! O Brasil já tinha uma história e uma cultura riquíssima 11mil anos antes da chegada dos colonizadores europeus! Do jeito que está posto, parece que os índios estavam aqui só guardando o lugar. Acho que a história e a identidade dos verdadeiros donos da "terra brasilis" devia ser respeitada pela nação que quase os exterminou. Sem ofensas. É só um recado pra parar com esse preconceito infantil.
Paulo: "Catro cabeludo. Não é preconceito nenhum. Da História do Brazil antes dos colonizadores pouco ou nada se sabe e é certo que foram muito influenciados pela nossa cultura a começar pela língua. Não tenho nada contra os brazileiros e até tenho alguns amigos ai do Brazil, só não gostei foi desse vídeo amador apresentado por uma figura pública do Brazil que explicitamente goza com Portugal e os portugueses. Foi muito mau gosto." (sic)
Eu: Paulo, a cultura brasileira atual está diretamente relacionada ao colonialismo de Portugal, não posso discordar. Mas ao dizer que pouco ou nada se sabe sobre a nossa história pré-colombiana, chamar nossos índios de "pré-históricos" e outras bobagens monumentais, você demonstra uma falta de conhecimento e preconceito, sim senhor, tão grandes quanto os da Maitê Porença! Dê um ctrl+F e procure pelo meu nome (Cabudo, não cabeludo - mesmo porque estou careca), neste mesmo sítio, para se informar melhor.
Internauta português Paulo: "Voce não parece uma pessoa muito inteligente, maltratando a cultura portuguesa com séculos de existencia, antes de o Brazil ser descoberto pelos Portugueses existiam macacos e homens pré-históricos, até os Portugueses descobrirem essa terra cheia de riquezas. (...)" (sic)
Eu: PAULO, você está sendo leviano! Cuidado com a alimentação do preconceito! O Brasil já tinha uma história e uma cultura riquíssima 11mil anos antes da chegada dos colonizadores europeus! Do jeito que está posto, parece que os índios estavam aqui só guardando o lugar. Acho que a história e a identidade dos verdadeiros donos da "terra brasilis" devia ser respeitada pela nação que quase os exterminou. Sem ofensas. É só um recado pra parar com esse preconceito infantil.
Paulo: "Catro cabeludo. Não é preconceito nenhum. Da História do Brazil antes dos colonizadores pouco ou nada se sabe e é certo que foram muito influenciados pela nossa cultura a começar pela língua. Não tenho nada contra os brazileiros e até tenho alguns amigos ai do Brazil, só não gostei foi desse vídeo amador apresentado por uma figura pública do Brazil que explicitamente goza com Portugal e os portugueses. Foi muito mau gosto." (sic)
Eu: Paulo, a cultura brasileira atual está diretamente relacionada ao colonialismo de Portugal, não posso discordar. Mas ao dizer que pouco ou nada se sabe sobre a nossa história pré-colombiana, chamar nossos índios de "pré-históricos" e outras bobagens monumentais, você demonstra uma falta de conhecimento e preconceito, sim senhor, tão grandes quanto os da Maitê Porença! Dê um ctrl+F e procure pelo meu nome (Cabudo, não cabeludo - mesmo porque estou careca), neste mesmo sítio, para se informar melhor.
Eu: Mesmo que pouquíssimo se soubesse sobre a história dos ameríndios pré-colombianos, isso não significaria que eles simplesmente não existiram ou que sua cultura também não influencie diretamente a brasileira. Para quebrar um preconceito que há 500 anos ainda persiste na cabeça de alguns portugueses tenho que repetir: o povo indígena tem humanidade, história, cultura e muita sabedoria. Não são animais em pele humana, que deveriam ser extintos ou "aculturados" pra dar lugar ao europeu, que, em tese, saberia aproveitar melhor as riquezas da terra. O índio merece mais respeito, sobretudo, do povo português.
Publicado no Destak.pt, ntre os dias 14 e 17 de outubro de 2009.
Um comentário meu acabou sendo denunciado, sabe-se lá por quê. Talvez seja apagado.
domingo, 8 de novembro de 2009
Num debate com portugueses (parte III)
Internauta portuguesa Ana Guerrero: "Nem lingua propria têm e acham se o quê?" (entre outras coisas).
Eu: Na verdade, o Brasil tem centenas de dialetos Nheengatú (ou Tupi-Guarani), todos originais daqui. Infelizmente, o Nheengatú só não é o idioma oficial do Brasil porque D. João VI o proibiu institucionalizando o português como língua oficial, com punição a todos que ousassem conversar em outra língua. Com isso, nossa verdadeira língua própria foi sendo esquecida e hoje apenas integra o português brasileiro, com algumas palavras.
Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.
No caso, eu me expressei mal. Como está, ficou parecendo que tudo o que resta do Nheengatú é um resíduo que sobrou no português brasileiro. Na verdade, o Nheengatú ainda está tão vivo que ele ainda é parcialmente utilizado no português brasileiro. E ainda por cima é muito falado num pedação do Brasil. Inclusive deveria ser um idioma oficial daqui.
Eu: Na verdade, o Brasil tem centenas de dialetos Nheengatú (ou Tupi-Guarani), todos originais daqui. Infelizmente, o Nheengatú só não é o idioma oficial do Brasil porque D. João VI o proibiu institucionalizando o português como língua oficial, com punição a todos que ousassem conversar em outra língua. Com isso, nossa verdadeira língua própria foi sendo esquecida e hoje apenas integra o português brasileiro, com algumas palavras.
Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.
No caso, eu me expressei mal. Como está, ficou parecendo que tudo o que resta do Nheengatú é um resíduo que sobrou no português brasileiro. Na verdade, o Nheengatú ainda está tão vivo que ele ainda é parcialmente utilizado no português brasileiro. E ainda por cima é muito falado num pedação do Brasil. Inclusive deveria ser um idioma oficial daqui.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Num debate com portugueses (parte II)
Eu: Não se esqueçam de que a pobreza, criminalidade, fome, "terceiromundismo" e as todas as mazelas que vocês tanto rogam contra nós, quem as trouxe e aqui deixou foi justamente Portugal, com sua política colonial exploratória, predatória e escravocrata. Hipocrisia é nos criticarem por isso. Nas demais opiniões, concordo com todas.
Internauta português ACB: "Zé cabudo...desculpa mas n concordo ctg. Vcs so começaram a ter todos esses problemas depois de deoxarem de ser uma colonia nossa...voces é k n souberam nunca aproveitar os vossos recursos para se lançarem no mundo. e tinham todas as condições para isso. e n somos nos os culpados disso. ou estas eskecido de que vcs conseguiam a independencia tao desejada em 1822....por favor..." (sic)
Eu: ACB, provavelmente vocês aí já têm opinião formada sobre isso, mas quero argumentar. Pois bem, devo lembrar que são 322 anos de colonialismo, quando existia, sim, miséria produzida entre os negros e os índios (ou eles deveriam ser simplesmente desprezados dessa conta?) E "apenas" 186 anos de independência, dos quais um terço deu-se sob comando de algum membro da família real portuguesa. A república, com pouco mais de um século, herdou todas essas mazelas que até hoje estamos custando a vencê-las, porque o lucro pela desigualdade ninguém quer renunciar e continua até os dias de hoje. Devo esclarecer, no entanto, que não existe qualquer rancor disso entre os brasileiros.
Eu de novo: Aliás, todas as oportunidades de melhorar meu país foram sabotadas justamente pelos herdeiros daqueles beneficiados pela colonização portuguesa. Estes que continuaram a acumular todas as riquezas produzidas pelo esforço do herdeiros dos mesmos miseráveis produzidos no tempo de colônia (negros e índios).
Eu mais uma vez: Bom, vou parar de falar, porque posso acabar ofendendo alguém. Não quero culpar Portugal e os portugueses por nada. Na verdade, ninguém aqui julga os portugueses os responsáveis pela nossa atual condição pobre. Só quis dizer que é hipocrisia algum português criticar a pobreza do Brasil, depois de terem esvaziado nossas riquezas por mais de três séculos. O fato mesmo é que o Brasil adora Portugal e sempre vai recebê-los com um abraço fraternal.
Publicado no Destak.pt no dia 14 de outubro de 2009
Internauta português ACB: "Zé cabudo...desculpa mas n concordo ctg. Vcs so começaram a ter todos esses problemas depois de deoxarem de ser uma colonia nossa...voces é k n souberam nunca aproveitar os vossos recursos para se lançarem no mundo. e tinham todas as condições para isso. e n somos nos os culpados disso. ou estas eskecido de que vcs conseguiam a independencia tao desejada em 1822....por favor..." (sic)
Eu: ACB, provavelmente vocês aí já têm opinião formada sobre isso, mas quero argumentar. Pois bem, devo lembrar que são 322 anos de colonialismo, quando existia, sim, miséria produzida entre os negros e os índios (ou eles deveriam ser simplesmente desprezados dessa conta?) E "apenas" 186 anos de independência, dos quais um terço deu-se sob comando de algum membro da família real portuguesa. A república, com pouco mais de um século, herdou todas essas mazelas que até hoje estamos custando a vencê-las, porque o lucro pela desigualdade ninguém quer renunciar e continua até os dias de hoje. Devo esclarecer, no entanto, que não existe qualquer rancor disso entre os brasileiros.
Eu de novo: Aliás, todas as oportunidades de melhorar meu país foram sabotadas justamente pelos herdeiros daqueles beneficiados pela colonização portuguesa. Estes que continuaram a acumular todas as riquezas produzidas pelo esforço do herdeiros dos mesmos miseráveis produzidos no tempo de colônia (negros e índios).
Eu mais uma vez: Bom, vou parar de falar, porque posso acabar ofendendo alguém. Não quero culpar Portugal e os portugueses por nada. Na verdade, ninguém aqui julga os portugueses os responsáveis pela nossa atual condição pobre. Só quis dizer que é hipocrisia algum português criticar a pobreza do Brasil, depois de terem esvaziado nossas riquezas por mais de três séculos. O fato mesmo é que o Brasil adora Portugal e sempre vai recebê-los com um abraço fraternal.
Publicado no Destak.pt no dia 14 de outubro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Num debate com portugueses (parte I):
Não resisti à tentação de publicar meus palpites sobre o vídeo da Maitê Proença.
Num site português, o povo de lá começou a vociferar não só contra a "actriz", mas contra tudo quanto fosse brasileiro. Daí, soltei o seguinte comentário:
O que a Maitê Proença fez foi vexatório para nós "brazucas". De resto, penso que os cidadãos portugueses fazem idéia errada de sua reputação para com brasileiros. O que estou vendo é um punhado de gente se vingando dessas ofensas em cima de um povo inteiro, como se todos pudessem ser representados pelas atitudes de uma idiota qualquer. Todos os estrangeiros, especialmente os portugueses, que conheço são tratados com a maior cortesia e reverência no Brasil. Por favor, não cometam a mesma infantilidade dessa infeliz.
Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.
Num site português, o povo de lá começou a vociferar não só contra a "actriz", mas contra tudo quanto fosse brasileiro. Daí, soltei o seguinte comentário:
O que a Maitê Proença fez foi vexatório para nós "brazucas". De resto, penso que os cidadãos portugueses fazem idéia errada de sua reputação para com brasileiros. O que estou vendo é um punhado de gente se vingando dessas ofensas em cima de um povo inteiro, como se todos pudessem ser representados pelas atitudes de uma idiota qualquer. Todos os estrangeiros, especialmente os portugueses, que conheço são tratados com a maior cortesia e reverência no Brasil. Por favor, não cometam a mesma infantilidade dessa infeliz.
Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.
domingo, 1 de novembro de 2009
Mais uma vez, reforma ortográfica pra quê?
É de conhecimento público que, após um ano, os meios de comunicação e livros brasileiros já estão adequados aos novos padrões ortográficos. Como já cansei de dizer pacificamente aqui, nunca engoli essa nova regra. Minha idéia é, em vez de um acordo que imponha ao povo uma ortografia diferente, faça-se apenas a proposta de escrever de maneira compreensível ao outro povo, se o autor assim julgar conveniente. Não se considerariam erro as diferentes formas de escrever. Algo que valorize a escolha e não despreze os regionalismos de cada um. Seria mais simpático pra todos os lados.
Porém, recentemente, andei olhando uns portais de notícia portugueses e me deparei com vários "novos arcadismos". Cismado com essa má-vontade portuguesa, pesquisei em portais brasileiros e portugueses a adesão desse acordo. Encontrei praticamente todos os textos brasileiros redigidos sob a "nova norma" e absolutamente todos os textos lusitanos escritos como eles já escreviam.
Para ilustrar, em portais brasileiros encontrei, ao acaso, as seguintes referências nos maiores sites:
portal iG (12 de outubro de 2009): "Se desejar, recheie os brioches com geleia. Embale-os em filme plástico e depois em guardanapos coloridos..."
UOL(13 de outubro): Arábia Saudita apoia candidatura de Ari Vatanen
G1 (13 de outubro): Rodovias de São Paulo têm trânsito tranquilo
Já nos portais lusitanos, encontrei, também ao acaso, vários exemplos, todos datados de 13 de outubro de 2009:
No Destak.pt: Tannick fractura perónio e fica de fora seis semanas
No Sapo.pt: O seleccionador nacional garantiu na antevisão do Portugal-Malta de amanhã que não existe ansiedade na equipa.
IOL Diário: Discurso Directo»: Prevenção Rodoviária
Encontrei outros, mas achei melhor publicar só os principais sites.
Como se sabe, na "nova regra", dentre outras coisas, os brasileiros têm que escrever geléia e apóia sem acento, e tranqüilo sem trema, o que foi rigorosamente atendido pelos redatores daqui.
Já os portugueses ficariam obrigados a cortar aquele C e P mudos, o que efetivamente não ocorreu em nenhuma página pesquisada, sendo até muito comum a presença dessa ortografia nos sites daquele país.
Diante desses exemplos, posso afirmar com toda convicção (ou seria convição?) que praticamente todo o Brasil já aderiu a essa reforma, com poucas exceções, das quais eu me orgulho de fazer parte. E o povo de Portugal simplesmente cagou e andou pra nós.
Dito isso, pergunto eu: essa reforma está unificando quem ou o quê? Se a proposta era unificar a ortografia de todo mundo, estou vendo que, entre Brasil e Portugal (não conferi os demais países), só os brasileiros estão fazendo a sua parte.
O que vejo é um país que tem mais com que se preocupar aceitando de bom grado mudanças que facilitem a leitura de um outro povo que não está dando a mínima pra esse esforço.
Se antes eu rejeitei com discrição esse acordo, agora faço abertamente campanha contra. Questão de reciprocidade.
Voltem com as nossas geléias e tranqüilas! Apóiam?
Porém, recentemente, andei olhando uns portais de notícia portugueses e me deparei com vários "novos arcadismos". Cismado com essa má-vontade portuguesa, pesquisei em portais brasileiros e portugueses a adesão desse acordo. Encontrei praticamente todos os textos brasileiros redigidos sob a "nova norma" e absolutamente todos os textos lusitanos escritos como eles já escreviam.
Para ilustrar, em portais brasileiros encontrei, ao acaso, as seguintes referências nos maiores sites:
portal iG (12 de outubro de 2009): "Se desejar, recheie os brioches com geleia. Embale-os em filme plástico e depois em guardanapos coloridos..."
UOL(13 de outubro): Arábia Saudita apoia candidatura de Ari Vatanen
G1 (13 de outubro): Rodovias de São Paulo têm trânsito tranquilo
Já nos portais lusitanos, encontrei, também ao acaso, vários exemplos, todos datados de 13 de outubro de 2009:
No Destak.pt: Tannick fractura perónio e fica de fora seis semanas
No Sapo.pt: O seleccionador nacional garantiu na antevisão do Portugal-Malta de amanhã que não existe ansiedade na equipa.
IOL Diário: Discurso Directo»: Prevenção Rodoviária
Encontrei outros, mas achei melhor publicar só os principais sites.
Como se sabe, na "nova regra", dentre outras coisas, os brasileiros têm que escrever geléia e apóia sem acento, e tranqüilo sem trema, o que foi rigorosamente atendido pelos redatores daqui.
Já os portugueses ficariam obrigados a cortar aquele C e P mudos, o que efetivamente não ocorreu em nenhuma página pesquisada, sendo até muito comum a presença dessa ortografia nos sites daquele país.
Diante desses exemplos, posso afirmar com toda convicção (ou seria convição?) que praticamente todo o Brasil já aderiu a essa reforma, com poucas exceções, das quais eu me orgulho de fazer parte. E o povo de Portugal simplesmente cagou e andou pra nós.
Dito isso, pergunto eu: essa reforma está unificando quem ou o quê? Se a proposta era unificar a ortografia de todo mundo, estou vendo que, entre Brasil e Portugal (não conferi os demais países), só os brasileiros estão fazendo a sua parte.
O que vejo é um país que tem mais com que se preocupar aceitando de bom grado mudanças que facilitem a leitura de um outro povo que não está dando a mínima pra esse esforço.
Se antes eu rejeitei com discrição esse acordo, agora faço abertamente campanha contra. Questão de reciprocidade.
Voltem com as nossas geléias e tranqüilas! Apóiam?
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Palpite pros Blogs dos Outros
Não gosto do Serra e concordo com a maior parte dos artigos publicados aqui. (no Conversa Afiada) Mas o Conversa Afiada também deveria ser ver como responsável pela paulistização da mídia brasileira. Gostaria de entender essa fixação exclusiva pelo Governo Estadual de São Paulo, por sua capital, essa necessidade de querer noticiar tudo de São Paulo, sendo que tem tanta, TANTA coisa positiva e negativa pra ser comentada do resto do Brasil.
Em nome da qualidade do site, sugiro (também a outros blogs de grande alcance, mesmo os de direita) uma democracia geográfica, demonstrando as diversidades deste país. Poderia ser feita a escolha de um bom blogueiro/colunista por unidade federativa (exceto SP e RJ) ou pelo menos por região política (exceto sudeste) como participante "oficial" do Conversa Afiada.
É apenas uma sugestão, pra melhorar e inovar o site.
Palpite publicado no Conversa Afiada, no dia 11 de outubro de 2009.
Em nome da qualidade do site, sugiro (também a outros blogs de grande alcance, mesmo os de direita) uma democracia geográfica, demonstrando as diversidades deste país. Poderia ser feita a escolha de um bom blogueiro/colunista por unidade federativa (exceto SP e RJ) ou pelo menos por região política (exceto sudeste) como participante "oficial" do Conversa Afiada.
É apenas uma sugestão, pra melhorar e inovar o site.
Palpite publicado no Conversa Afiada, no dia 11 de outubro de 2009.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
4 dígitos
Quando completamos exato um ano e oito meses, chegamos a mil visualizações.
Considerando que a contagem se iniciou no dia 16 de junho e a milésima visualização ocorreu no dia 12 de outubro, teríamos 119 dias de contagem.
Uma média de 8 visualizações por dia, muitas das quais feitas por mim mesmo, o que na prática diminui esse número.
O Palpite do Dia não chega a ser um sucesso, mas até que tá dando um caldo, para as perspectivas, visto que é um site que nunca se esforçou para ser divulgado.
Uma média de 8 visualizações por dia, muitas das quais feitas por mim mesmo, o que na prática diminui esse número.
O Palpite do Dia não chega a ser um sucesso, mas até que tá dando um caldo, para as perspectivas, visto que é um site que nunca se esforçou para ser divulgado.
Obrigado a vocês.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Pé frio do Serra
Essa vai pra Ana "Ogni Volta":
Por mim, o Serra tem passe livre para todos os jogos do Palmeiras. Mas, com ou sem o pé frio de Serra, o gigante Atlético finalmente vai levar o título pra Minas este ano. Já tinha passado da hora de o clube mais prejudicado da história levar o caneco (a História lhe deve, no mínimo, uns 3, desde 1977). Se não der Galo, sou Colorado. Sou tudo, menos Palmeiras, São Paulo F. C. e Flamengo.
Palpite publicado no dia 20 de outubro de 2009, no Vi o Mundo
Por mim, o Serra tem passe livre para todos os jogos do Palmeiras. Mas, com ou sem o pé frio de Serra, o gigante Atlético finalmente vai levar o título pra Minas este ano. Já tinha passado da hora de o clube mais prejudicado da história levar o caneco (a História lhe deve, no mínimo, uns 3, desde 1977). Se não der Galo, sou Colorado. Sou tudo, menos Palmeiras, São Paulo F. C. e Flamengo.
Palpite publicado no dia 20 de outubro de 2009, no Vi o Mundo
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sábado, 24 de outubro de 2009
Band News
Sou ouvinte assíduo da BandNews, não nego. Escolhi essa rádio para fugir do jornalismo sob encomenda da CBN. Mas tenho que admitir que a rede Bandeirantes como um todo está seguindo direitinho o protocolo e já pode ser considerada como um dos expoentes do chamado "PIG".
Preciso mudar de rádio de notícias. Alguém tem algum palpite?
Preciso mudar de rádio de notícias. Alguém tem algum palpite?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Palpites para a Copa 2014 - Cerimônia de Despedida
Estádio Mané Garincha, Brasília-DF
Fiquei entre o Beira Rio e um estádio do Centro-Oeste. Como a região Sul e Sudeste juntos são menor em área do que o Centro-Oeste, é direito considerar a o Sul como parte de uma "macro-região" formada com Sudeste. Além disso, teria que ser um Estádio com capacidade maior e o único que se encaixa é o Mané Garrincha. E Brasília nos representaria muito bem com uma nova simbologia de mais jovem metrópole brasileira e cidade do futuro, onde todas as variedades da cultura brasileira promoveram uma nova mistura interna. Um Brasil dentro do Brasil.
Esses meus palpites valem mais como uma sugestão do que palpites propriamente ditos. Porque, a perspectiva realista é que tudo se concentre no Sul-Sudeste mesmo. Infelizmente.
Fiquei entre o Beira Rio e um estádio do Centro-Oeste. Como a região Sul e Sudeste juntos são menor em área do que o Centro-Oeste, é direito considerar a o Sul como parte de uma "macro-região" formada com Sudeste. Além disso, teria que ser um Estádio com capacidade maior e o único que se encaixa é o Mané Garrincha. E Brasília nos representaria muito bem com uma nova simbologia de mais jovem metrópole brasileira e cidade do futuro, onde todas as variedades da cultura brasileira promoveram uma nova mistura interna. Um Brasil dentro do Brasil.
Esses meus palpites valem mais como uma sugestão do que palpites propriamente ditos. Porque, a perspectiva realista é que tudo se concentre no Sul-Sudeste mesmo. Infelizmente.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Palpites para a Copa 2014 - Partida Final
Mineirão, Belo Horizonte-MG
Essa partida sem dúvida precisa ser disputada num estádio com grande capacidade. Entre São Paulo e Minas, sou mais Minas. São Paulo, além de não ter a estrutura necessária pelas avaliações da Fifa, já tem grande destaque apenas tendo concentrada praticamente toda a estrutura para a imprensa, provavelmente servindo também à imprensa internacional. Minas, além de ter um povo hospitaleiro, tem tradicionalmente as melhores médias de público do Brasil. Seria uma retribuição merecidíssima.
Essa partida sem dúvida precisa ser disputada num estádio com grande capacidade. Entre São Paulo e Minas, sou mais Minas. São Paulo, além de não ter a estrutura necessária pelas avaliações da Fifa, já tem grande destaque apenas tendo concentrada praticamente toda a estrutura para a imprensa, provavelmente servindo também à imprensa internacional. Minas, além de ter um povo hospitaleiro, tem tradicionalmente as melhores médias de público do Brasil. Seria uma retribuição merecidíssima.
domingo, 18 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Palpites para a Copa 2014 - Cerimônia de Abertura
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Palpites para a Copa 2014
Voltando a falar do Rio...
Agora que o Rio já teve uma final de Copa do Mundo e terá sua própria Olimpíada, acho justo que os eventos importantes da Copa do Mundo sejam distribuídos às outras cidades, uma em cada região.
Ou seja, a final da Copa ou qualquer outro grande marco deste evento, não deveria mais ser no Maracanã
Falarei disso ao longo da semana.
Agora que o Rio já teve uma final de Copa do Mundo e terá sua própria Olimpíada, acho justo que os eventos importantes da Copa do Mundo sejam distribuídos às outras cidades, uma em cada região.
Ou seja, a final da Copa ou qualquer outro grande marco deste evento, não deveria mais ser no Maracanã
Falarei disso ao longo da semana.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Uma metáfora de merda
Ainda, sobre os "especialistas" da imprensa. Cadê os especialistas genuínos?
Foram rebaixados à função de consultores. E, na maioria das vezes, são convidados, esporadicamente, para falar porque concordam com aquela opinião específica, independente de sua competência. A análise mesmo fica por conta dos colunistas/jornalistas. Cada um com sua própria lógica e critério para concluir o que bem entender. É o que venho sempre venho criticando de um erro do senso-comum que a imprensa não se presta a se acautelar. Primeiro tira-se uma conclusão (conveniente a sua posição anterior ao acontecimento), depois selecionam-se dados e argumentos, para fazer uma farofa especulativa que seja favorável à conclusão previamente estabelecida.
Numa metáfora agressiva, eles fazem um PF com os fatos e interpretações mais tragáveis, engolem tudo, digerem-nos e cagam uma análise mole ou consistente, dependendo da capacidade digestória. Consistente ou não, é tudo bosta, do mesmo jeito.
No caso de Honduras, o lado X diz e "prova" que o golpe é constitucional. O lado Y comprova que golpe é golpe. Aí o lado X cita um dispositivo legal para corroborar sua tese. Em resposta, o lado Y interpreta o tal dispositivo no contexto e refuta a tese oposta. Isso tudo sem fazer uma citação literal de fonte, ou seja, citam a numeração dos dispositivos ou o nome de uma publicação qualquer sobre o assunto, mas deixam no ar o que diz o texto contido neles.
E pra me deixar mais revoltado ainda, eles julgam a sua tese tão consistente que defendem o "filho" que eles mesmos pariram com a arrogância típica dos autoproclamados "elite pensante".
Porfim, os lados ficam de mal, como já estavam antes da discussão. Assim, eles "vendem" suas opiniões cagadas para uma massa de sub-especialistas que fazem o papel de jogar a bosta no ventilador e disseminar suas teses para todos os cantos, reforçando pré-conceitos.
Depois, quem tem que se limpar é todo mundo, e não quem defecou.
Foram rebaixados à função de consultores. E, na maioria das vezes, são convidados, esporadicamente, para falar porque concordam com aquela opinião específica, independente de sua competência. A análise mesmo fica por conta dos colunistas/jornalistas. Cada um com sua própria lógica e critério para concluir o que bem entender. É o que venho sempre venho criticando de um erro do senso-comum que a imprensa não se presta a se acautelar. Primeiro tira-se uma conclusão (conveniente a sua posição anterior ao acontecimento), depois selecionam-se dados e argumentos, para fazer uma farofa especulativa que seja favorável à conclusão previamente estabelecida.
Numa metáfora agressiva, eles fazem um PF com os fatos e interpretações mais tragáveis, engolem tudo, digerem-nos e cagam uma análise mole ou consistente, dependendo da capacidade digestória. Consistente ou não, é tudo bosta, do mesmo jeito.
No caso de Honduras, o lado X diz e "prova" que o golpe é constitucional. O lado Y comprova que golpe é golpe. Aí o lado X cita um dispositivo legal para corroborar sua tese. Em resposta, o lado Y interpreta o tal dispositivo no contexto e refuta a tese oposta. Isso tudo sem fazer uma citação literal de fonte, ou seja, citam a numeração dos dispositivos ou o nome de uma publicação qualquer sobre o assunto, mas deixam no ar o que diz o texto contido neles.
E pra me deixar mais revoltado ainda, eles julgam a sua tese tão consistente que defendem o "filho" que eles mesmos pariram com a arrogância típica dos autoproclamados "elite pensante".
Porfim, os lados ficam de mal, como já estavam antes da discussão. Assim, eles "vendem" suas opiniões cagadas para uma massa de sub-especialistas que fazem o papel de jogar a bosta no ventilador e disseminar suas teses para todos os cantos, reforçando pré-conceitos.
Depois, quem tem que se limpar é todo mundo, e não quem defecou.
sábado, 10 de outubro de 2009
Surfando na crista de Honduras
Essa tendência de se falar de qualquer jeito sobre qualquer coisa tem sido muito levada para a imprensa.
É só acontecer algum fato polêmico que todo mundo vira autoridade no assunto. Jornais impressos e de TV nem mais se constrangem em colocar especialistas em porra nenhuma para fazer profundas análises sobre os mais variados e complexos temas, em jornais e mesas de debates.
A onda agora é ser doutor em legislação hondurenha. Se esta minha colocação fosse lida seis meses atrás, soaria como uma piada sem-graça. Mas não. De uns dois meses pra cá, todo mundo conhece a fundo sociologia e direito hondurenho desde a faculdade. E o mais impressionante é que (aposto) absolutamente NENHUM desses jornalistas/colunistas sequer conhece algum cidadão hondurenho para discorrer sobre o assunto com propriedade. Muito menos pôs os pés naquele país algum dia, viu a realidade ou conhecem bem o funcionamento das coisas por lá. Eu também, até outro dia, nunca tinha ouvido falar em Tegucigalpa. Mas estou tentando me colocar no lugar dos habitantes daquele país.
Chega a ser desrespeitoso.
É só acontecer algum fato polêmico que todo mundo vira autoridade no assunto. Jornais impressos e de TV nem mais se constrangem em colocar especialistas em porra nenhuma para fazer profundas análises sobre os mais variados e complexos temas, em jornais e mesas de debates.
A onda agora é ser doutor em legislação hondurenha. Se esta minha colocação fosse lida seis meses atrás, soaria como uma piada sem-graça. Mas não. De uns dois meses pra cá, todo mundo conhece a fundo sociologia e direito hondurenho desde a faculdade. E o mais impressionante é que (aposto) absolutamente NENHUM desses jornalistas/colunistas sequer conhece algum cidadão hondurenho para discorrer sobre o assunto com propriedade. Muito menos pôs os pés naquele país algum dia, viu a realidade ou conhecem bem o funcionamento das coisas por lá. Eu também, até outro dia, nunca tinha ouvido falar em Tegucigalpa. Mas estou tentando me colocar no lugar dos habitantes daquele país.
Chega a ser desrespeitoso.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Vantagens e Desvantagens
O bom da internet é que ela leva a pluralidade de opiniões a um patamar que nunca tinha visto. E quanto mais opiniões diferentes, mais fácil fica de enxergar as faces da realidade, se você souber ler criticamente.
O ruim é que as argumentações são baseadas em informações de pouca confiabilidade, principalmente em se tratando de discussões políticas. Daí, sai muita merda nessas páginas de opiniões. O Palpite do Dia, inclusive. Pelo menos aqui, todo mundo já sabe que a pretensão não é de ser entendido de assunto nenhum. As opiniões devem ser lidas como meros palpites mesmo, conscientes da grande possibilidade de equívocos. Tenho até placar pra isso.
O ruim é que as argumentações são baseadas em informações de pouca confiabilidade, principalmente em se tratando de discussões políticas. Daí, sai muita merda nessas páginas de opiniões. O Palpite do Dia, inclusive. Pelo menos aqui, todo mundo já sabe que a pretensão não é de ser entendido de assunto nenhum. As opiniões devem ser lidas como meros palpites mesmo, conscientes da grande possibilidade de equívocos. Tenho até placar pra isso.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Metamorfose ambulante
Em 31 de maio, deixei este rascunho pronto.
(Na íntegra e sem correções)
Hoje vão ser definidas as capitais que receberão os jogos da Copa do Mundo.
Nem vou constar como palpite que algumas como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre já estão garantidas. Seria como apostar que o Brasil, a Argentina, a Alemanha e a Itália estarão na África do Sul.
Em princípio, eu não via essa Copa do Mundo no Brasil com muita simpatia. Sei que gera empregos, pode vir uma enxurrada de investimentos e uma propaganda poderosa do Brasil no exterior. Porém acho que o provável recurso público gasto nisso não compensa. Como já aconteceu com o Pan, diga-se.
Agora, que já está decidido, nada me resta senão reclamar do que vem pela frente.
Outra grande possibilidade é a de que o Maracanã vai ser o palco das finais. A cidade nem foi oficialmente escolhida e esse plano já é feito abertamente. Sou implicado com que todos os grandes eventos esportivos do Brasil têm que ser no Rio de Janeiro. Foi assim com o Pan, está sendo assim com a Copa e sempre foi feita aquela propaganda das Olimpíadas dessa forma.
Fala-se que a cerimônia de abertura seria em Belo Horizonte e o jogo inaugural em São Paulo - ou vice-versa (o que me também me aborrece, porque concentraria todos os eventos chamativos no Sudeste). Mas a final, aquele que será o evento mais importante, já é consensual que será no Rio mesmo.
Eu pergunto: por que o Rio? Por que, quando é para ser a coisa mais importante, tem que ser só no Rio? Não tenho nada contra a cidade maravilhosa (que é maravilhosa só de longe, diga-se), mas temos outras cidades tão ou mais bem preparadas que o Rio de Janeiro para receber eventos desse porte.
Não sei por quê existe essa preferência, esse excesso de investimentos nessa cidade, que já demonstrou inúmeras vezes que não sabe aproveitar oportunidades como essas para melhorar a vida da população, trazer melhorias de longo prazo para a cidade. O Pan, como meu exemplo maior deu nisso mesmo.Nem o Rio, nem o Brasil melhorou com a vinda do Pan para essa cidade.
Posso reclamar por outro motivo também. O Maracanã já recebeu uma final de Copa do Mundo. O Brasil é tão grande com tantas cidades com potencial, mas o Brasil acha que o Rio é mais brasileiro que o resto do país.
...
A postagem ficou por terminar. Agora vejam como são as coisas e como somo maleáveis.
Após a aprovação do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 e toda aquela comovente conspiração em favor, já considero muito justa essa honra ao Rio de Janeiro.
Aqui é assim. Pra não ser hipócrita de ver defeitos só nos outros, o Palpite do Dia esculacha até a si próprio.
Mas tem que investir com planejamento de longo prazo e responsabilidade. Essa opinião não mudou.
(Na íntegra e sem correções)
Hoje vão ser definidas as capitais que receberão os jogos da Copa do Mundo.
Nem vou constar como palpite que algumas como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre já estão garantidas. Seria como apostar que o Brasil, a Argentina, a Alemanha e a Itália estarão na África do Sul.
Em princípio, eu não via essa Copa do Mundo no Brasil com muita simpatia. Sei que gera empregos, pode vir uma enxurrada de investimentos e uma propaganda poderosa do Brasil no exterior. Porém acho que o provável recurso público gasto nisso não compensa. Como já aconteceu com o Pan, diga-se.
Agora, que já está decidido, nada me resta senão reclamar do que vem pela frente.
Outra grande possibilidade é a de que o Maracanã vai ser o palco das finais. A cidade nem foi oficialmente escolhida e esse plano já é feito abertamente. Sou implicado com que todos os grandes eventos esportivos do Brasil têm que ser no Rio de Janeiro. Foi assim com o Pan, está sendo assim com a Copa e sempre foi feita aquela propaganda das Olimpíadas dessa forma.
Fala-se que a cerimônia de abertura seria em Belo Horizonte e o jogo inaugural em São Paulo - ou vice-versa (o que me também me aborrece, porque concentraria todos os eventos chamativos no Sudeste). Mas a final, aquele que será o evento mais importante, já é consensual que será no Rio mesmo.
Eu pergunto: por que o Rio? Por que, quando é para ser a coisa mais importante, tem que ser só no Rio? Não tenho nada contra a cidade maravilhosa (que é maravilhosa só de longe, diga-se), mas temos outras cidades tão ou mais bem preparadas que o Rio de Janeiro para receber eventos desse porte.
Não sei por quê existe essa preferência, esse excesso de investimentos nessa cidade, que já demonstrou inúmeras vezes que não sabe aproveitar oportunidades como essas para melhorar a vida da população, trazer melhorias de longo prazo para a cidade. O Pan, como meu exemplo maior deu nisso mesmo.Nem o Rio, nem o Brasil melhorou com a vinda do Pan para essa cidade.
Posso reclamar por outro motivo também. O Maracanã já recebeu uma final de Copa do Mundo. O Brasil é tão grande com tantas cidades com potencial, mas o Brasil acha que o Rio é mais brasileiro que o resto do país.
...
A postagem ficou por terminar. Agora vejam como são as coisas e como somo maleáveis.
Após a aprovação do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 e toda aquela comovente conspiração em favor, já considero muito justa essa honra ao Rio de Janeiro.
Aqui é assim. Pra não ser hipócrita de ver defeitos só nos outros, o Palpite do Dia esculacha até a si próprio.
Mas tem que investir com planejamento de longo prazo e responsabilidade. Essa opinião não mudou.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
No Vi o Mundo
Só eu que percebi a piada pronta? Logo abaixo da chamada anti-Folha em pauta, leio: "Publicidade William Bonner conta 40 anos de história do 'Jornal Nacional' Livraria da Folha" Foi intencional?
Piada pronta também publicada no Vi o Mundo, no dia 25 de setembro de 2009.
Atualização 21 de outubro: a piada pronta foi meu comentário ingênuo. Agora, que botei meus óculos, que entendi que era uma colagem do site sem edições. Como não posso apagar a minha ignorância do Vi o Mundo, o melhor é confessá-la aqui. Talvez eu devesse dizer que a piada pronta estava no fato de o Azenha fazer indiretamente a propaganda. Mas seria uma piada muita da sem sal.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Um ano de crise
Dia 13 de setembro foi ao ar edição do Canal Livre, na TV Bandeirantes, sobre o primeiro ano da atual crise. (Não consegui incorporar o vídeo ao texto.)
A concordância entre os senhores bacharéis diplomatas é comovente. Infelizmente não acho que jornalismo de qualidade se faz assim.
Publicado primeiro no Conversa Afiada dia 17 de setembro de 2009.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Isto é uma vergonha!
Eu tinha programado este texto para sair só em outubro, mas percebi que o assunto veio à tona com força. Já vi muitas outras pessoas comentando o mesmo assunto, alguns até melhor do que eu. Agora, estou adiantando a postagem, pra não perder a oportunidade da corrente.
Sou da turma que acredita que não há como se expressar sem ser parcial. Partindo do pressuposto que imparcialidade não existe, há duas formas de se falar de um assunto com isenção:
Sou da turma que acredita que não há como se expressar sem ser parcial. Partindo do pressuposto que imparcialidade não existe, há duas formas de se falar de um assunto com isenção:
1- Falando objetivamente, fugindo da subjetividade, evitando demonstrar opiniões e nunca julgando o que se está analisando.
2- Convocando pelo menos dois especialistas da mesma área e com opiniões antagônicas, para debater.
Também há duas maneiras de ser tendencioso:
1- Dizendo abertamente a opinião, dirigindo-se a interlocutor que concorda com ela.
2- Dissimulando uma imparcialidade, convocando para o debate várias autoridades com perspectivas diferentes, mas essencialmente concordantes (e sabendo que há uma expressiva corrente de opinião contrária a essa).
O Grupo Bandeirantes tem sistematicamente adotado as duas últimas estratégias acima, na sua programação, para defender seus interesses:
- contra as políticas raciais (atrasado, adotando argumentos velhos e batidos);
- em favor do agronegócio a qualquer custo (em prejuízo de comunidades indígenas, meio ambiente, agricultura familiar, movimentos sociais ou o que estiver comprometendo a expansão de latifúndios);
- em favor de políticas neoliberais quaisquer (portanto, contra o estado de bem-estar social); e
- em favor de uma hegemonia paulista no Brasil, no sentido econômico, político e futebolístico.
Em se tratando de concessão de sinal de TV e rádio, não concordo que um grupo empresarial qualquer faça uso de um recurso - que é público e deveria ser usado em benefício do povo - para não só manifestar sua opinião, mas literalmente tentar convencer a audiência e persuadi-la a comprar a sua própria causa. Sem direito a contraditório dos grupos afetados que já não detêm tal poder de ser ouvido.
A Globo não fica atrás, é tão tendenciosa quanto. Mas críticos da Globo é o que não falta na internet e no mundo. E venho sentindo que o Grupo Bandeirantes tem sido menos cuidadoso quando trata de assuntos polêmicos.
Programas como Canal Livre (mas não só ele) só têm servido de palanque arranjado para intelectuais de direita reafirmarem suas convicções ideológicas, de quem vê o mundo "por trás dos ombros". O próprio Boris Casoy (só pra citar o maior exemplo, tido como respeitado jornalista), tem prestado um monumental desserviço à qualidade da informação, à pluralidade de opiniões (e, portanto, à democracia) e à inteligência dos brasileiros.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Sobre pesquisas eleitorais
Sob meu ponto de vista, levantamentos estatísticos, sobretudo pesquisas de opinião, por si só, sem uma pesquisa científica à frente, não dizem nada. Não se pode tirar conclusões de causa e conseqüência de qualquer matéria com base simplesmente em um número amostral, sem um aprofundamento muito minucioso.
O que me incomoda em pesquisa de opinião não é a falta de critério estatístico. Nem mesmo acho que essa falta exista. O que me aborrece é a especulação gerada, quase sempre distorcendo os resultados. Fazem conjecturações com base em nada, em informações que (com certa conveniência) não fizeram parte da pesquisa.
O que me incomoda em pesquisa de opinião não é a falta de critério estatístico. Nem mesmo acho que essa falta exista. O que me aborrece é a especulação gerada, quase sempre distorcendo os resultados. Fazem conjecturações com base em nada, em informações que (com certa conveniência) não fizeram parte da pesquisa.
Publicado no Vi o Mundo dia 27 de agosto de 2009.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Confissão
Tô ausente. Assumo. Ultimamente tem sido muito difícil ter idéias e tempo para postar aqui.
domingo, 23 de agosto de 2009
Tropa de Choque de Gestão
Corre forte um boato underground, de que o governo Aécio recebe um tratamento de pai pra filho da imprensa mineira. Super-proteção mesmo. No entanto, a maioria esmagadora é cética sobre essa possível "teoria da conspiração", vide pesquisas de aprovação. Quanto a isso, enquanto toda imprensa alardeia qualquer manifestação de 40 pessoas, como, por exemplo, as contra o Sarney, veja o que aconteceu de ontem para hoje :
Ontem, dia 20/8, quinta-feira, houve uma manifestação pacífica relativamente grande, na Praça Afonso Arinos. Os servidores estaduais da saúde, segurança, educação e meio ambiente questionavam os baixos salários, além do desproporcional recurso de terceirização, de cargos comissionados, outras incoerências e reivindicações específicas, principalmente em contraste à enxurrada de dinheiro despejada nas obras do futuro Centro Administrativo de Minas Gerais. Daí, correu uma passeata desse local até a Praça da Liberdade, que se juntou a mais uma boa quantidade de pessoas, o que deve ter chegado muito próximo de mil pessoas, se não tiver ultrapassado esse número.
Diante disso, veja o que o portal UAI, vinculado ao jornal de maior circulação em Minas Gerais publicou.
Essa notícia não está na página inicial do portal UAI. Tive que pesquisar no Google Notícias para encontrar.
Note que a chamada não é sobre as reivindicações em si, mas os "reflexos no trânsito". Observação: a manifestação foi na área sem trânsito das praças. Pela distância, a passeata, que foi foi sim no trânsito da rua da Bahia, não deve ter durado mais que 20 minutos. Além disso, os jornalistas noticiaram a ocorrência na Praça Sete (?!), onde não houve manifestação, embora esta seja sim reconhecido por ter o trânsito comprometido quando usada para protestos.
Ainda, os jornalistas demonstraram claramente um menosprezo pela manifestação ao subestimarem absurdamente a contagem de manifestantes, noticiando ridículos 100. Se esses jornalistas, em vez de irem à Praça Sete, tivessem ido apenas à Praça Afonso Arinos, saberiam que havia, por baixo, umas quatro vezes mais. Se tivessem ido ao local mais importante, a Praça da Liberdade, teriam vergonha de publicar aquele número.
Sem contar os fatos relevantes omitidos. Por exemplo, foi relatado que os servidores tiveram uma recepção intimidadora, com tropa de choque no Palácio da Liberdade.
E isso não é requinte desse portal/jornal. Na minha pesquisa ao Google Notícias, apenas o Globo.com se deu ao trabalho de dizer alguma coisa e, mesmo assim, aparentando certa preguiça com o assunto. Nenhum outro portal de notícias mostrava qualquer referência a esse fato hoje pela manhã.
Extrapolando um pouco o assunto desse protesto, vale um comentário sobre o Centro Administrativo, que citei ali no começo desta postagem: esse projeto, conhecido entre os servidores como "Aeciolândia", é uma mini-Brasília, assinada por Oscar Niemeyer, que conta com consórcios de grandes empreiteiras, algumas de reputação duvidosa, como a Odebrecht (referência à hidrelétrica no Equador). Em números: o governo alega, como principal justificativa, que serão economizados R$ 30milhões por ano em aluguéis de imóveis. Porém, os gastos iniciais diretos foram calculados em R$ 900milhões, o que por si só já levaria 30 anos para ser pago. Piorando a situação, sabe-se que os gastos foram aumentados a R$ 1,2 bilhão, certamente para acelerar o fim das obras. Especulo eu que isso aconteceu para o produto ser entregue em tempo de o Aécio sair na foto histórica como governador inaugurante e ainda renunciar depois, para concorrer à Presidência da República. Isso tudo a custas de defasagem salarial desses servidores, auto-apelidados como "vítimas do 'choque de gestão'".
Agora pesquise um pouco sobre as maravilhas que toda a imprensa mineira tem dito sobre essa obra faraônica.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Marina Silva Candidata
1- Não me oponho a candidatura da senadora Marina Silva nem a de ninguém.
2 - Se vamos criticá-la por alguma nesse fato (sic), que seja por ela ter alguma má intenção, e não por ser "inoportuno" por "bagunçar" o cenário eleitoral. Devo observar que me soa antidemocrático criticá-la simplesmente pela possibilidade de essa candidatura beneficiar a atual oposição nas eleições.
3- Acho que precisamos sim de um candidato mais interessado, que levante a bandeira, não só do bem-estar social, mas também do bem-estar ambiental. Ainda que esse candidato não vença, o grito é necessário.
4- Embora a teoria sintética da evolução já esteja há muito tempo provada, a opinião criacionista (e anti-científica, ressalto) da senadora demonstra apenas uma provável influência evangélica em sua opinião, mas nada tem a ver com seu caráter, como ficou implícito na comparação com o "Rei" Bush.
5- Isso quer dizer que sou a favor de ela ir ao PV? De modo algum. Pra mim, o PV virou partido de aluguel e isso só seria reforçado. A senadora fez sua história política no PT. Eu acho que seria muita incoerência ela, a essa altura, mudar de partido. Fica muito óbvio que seria por motivos eleitorais, e não ideológicos.
6- Assim, também seria mais compatível com a sua história se ela concorresse nas prévias do PT, como já fez, por exemplo, o Suplicy.
Comentário publicado no Conversa Afiada no dia 17 de agosto de 2009.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A tréplica que não dei
Na mesma discussão do dia 27 de julho, cheguei a escrever este texto, mas desisti de publicá-lo na discussão. Mas os leitores do Palpite do Dia podem saber o que pensei:
No meu humilde comentário, formulei perguntas que intencionalmente deixei sem reposta. Não necessariamente as tenho, nem necessariamente as omiti. Só quis extrapolar a visão tecnicista que, nós, que nos auto-proclamamos "elite", tendemos a ter. Não quero entrar em questões específicas, mas quero dizer que a Ciência tem seus parâmetros para entender fatos; Religiões tem outros; machismo, feminismo; riqueza, pobreza, cada um tem sua própria maneira de entender as coisas e nenhum é "mais certo" que outro. Não acho que questão alguma pode ficar restrita apenas à academia ou apenas à filosofia ou a qualquer grupo fechado. E nem acho que a senhora pense o contrário.
Com a internet, isso está ficando cada vez mais óbvio. E ela ainda permite que um assunto vire pretexto para outro, como o caso que citei aqui.
Com a internet, isso está ficando cada vez mais óbvio. E ela ainda permite que um assunto vire pretexto para outro, como o caso que citei aqui.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
O Circo do Senado
Estou achando ótimo esse circo armado no Senado.
Primeiro, entraram os mágicos, que fazem sumir dinheiro e aparecer funcionários sem concurso, com truques que ninguém consegue perceber!
Em seguida, entram os malabaristas da imprensa, que manipulam fatos na maior destreza, com movimentos ágeis, que confundem o eleitor, e sem deixar a reputação escapar das mãos!
Depois, entram em cena os palhaços, nós. Hoje tem marmelada? Tem sim senhor!
Também, sempre tem o engolidor de espada (o Presidente do Senado), engolindo as denúncias que cortam seus cargos.
Recentemente, entraram os cuspidores de fogo! Cada um baforando denúncias quentes contra o outro! Não está sobrando pra ninguém! Todo mundo saindo queimado!
Os próximos a entrarem serão os acrobatas. Esses darão mortais, ficarão suspensos no ar, sem nenhuma ajuda, mas, quando sua queda parecer inevitável, sempre haverá uma base para resgatá-lo e passarão por cima de tudo, com direito a piruetas. E, se houver o improvável de alguém não conseguir se segurar, estará lá embaixo uma rede segura, para absorver o impacto.
Viva o circo!
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domingo, 2 de agosto de 2009
Multa para as operadoras de celular?
Acho melhor não. Qualquer coisa é válida para justificar aumento de tarifas. Multa, só se for pra realmente quebrar a empresa.
Por mim, a melhor condenação seria aquela que obrigasse às operadoras comprarem espaços nobres em todos os principais veículos de comunicação, para esclarecer o motivo de suas condenações. O texto e o formato da veiculação seriam pré-determinados e a sua edição final ainda seria posta à aprovação do órgão competente e da Justiça.
Seria mais ou menos assim:
Aparece o principal garoto-propaganda da empresa num cenário com as cores e símbolos característicos e começa a ler o tele-prompt, com expressão de reprovação:
"Por determinação da Justiça blá, blá, blá, a operadora X vem esclarecer que somos a campeã de reclamações nos Procons A, B, C, D..., por mau atendimento, cobranças indevidas, péssima prestação de serviços, não conseguindo atender às promoções que veicula, blá, blá, blá...
A Justiça também nos obrigou a recomendar que não sejam pagas quaisquer faturas indevidas enviadas por nossa empresa. Salientamos que tais faturas não implicarão transtornos, pois nossa empresa não é idiota para cobrar judicialmente serviços que efetivamente não prestou.
Dessa forma, aconselhamos, a todos que se sentiram lesados por nossa empresa, a formalizar uma reclamação no órgão competente da sua cidade, no telefone X ou no e-mail X."
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Uma coisa é a chamada, outra coisa é a notícia?
Hoje vim pronto para disparar contra a conivência do Presidente Lula e o uso do seu prestígio para defender seus aliados.
“Uma coisa é roubar, outra coisa é pedir emprego”, diz Lula
Quando abro para entender essa comparação, eis que se esclarece que ela estava incompleta. A frase inteira era assim:
“Uma coisa é você matar, outra coisa é você roubar, outra coisa é você pedir um emprego, outra coisa é relação de influência, outra coisa é o lobby. O que acho é que nos temos que fazer as investigações corretas”, disse o presidente. “O que você não pode é vender tudo como se fosse um crime de pena de morte.”
No início, pensei que o Lula estava condenando um certo tipo de criminoso e absolvendo outro. Mas, com a frase acima, ficou muito óbvio que o Lula não queria dizer simplesmente que nepotismo é menos ruim que corrupção. Ele estava criticando a mania de colocar todos os crimes no mesmo saco e julgá-los como um crime hediondo.
Claro que há o contexto dessa frase, que a editora atribuiu a uma defesa do Senador José Sarney. Por mim, o Presidente devia deixar eles lavarem toda roupa suja em público e depois se matarem sozinhos. Porém, em seu ponto principal, ele tem razão. A opinião pública e a imprensa tem o hábito de dar um veredicto imediato condenatório a qualquer denúncia que apareça contra quase qualquer pessoa.
Vamos com calma. Se os Sarney (ou todos os outros políticos) são culpados ou não, deixem que a justiça resolva. Se não concordarem com a decisão da justiça, aí vocês esperneiam, mas expliquem muito bem por quê.
Uma coisa é suspeitar, outra coisa é especular.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Pírula
Opa... calma lá, que tá virando bagunça! Tem gente dando como fato unicamente científico comprovado e resolvido uma questão que ainda nem saiu do campo filosófico. E nem vai sair. O aborto é do processo gestacional ou embriológico? Qual seria a diferença entre os dois, para a mãe e para o feto? Não sei. Só sei que Ciência sozinha ainda não pode ser usada para justificar opinião de ninguém, ao menos por enquanto. Mas não estou vendo ninguém aqui reclamando de milhares de embriões "inutilizados" que, literalmente, vão para o ralo em clínicas de reprodução assistida.
No mais, eu, pessoalmente, sou contra o uso dessa pílula. Mas também não quero discordar de ninguém. Se a Lei permite, não sou eu que tenho prerrogativa pra proibir.
Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 24 de julho de 2009.
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Impagável
Fato real ocorrido hoje aproximadamente às 15h30min.
Uma senhora de cinqüenta e poucos anos, pesquisando na internet, encontra algo que deseja comentar com seus colegas de trabalho:
- Puxa, vocês já viram o show desse Ney Matogrosso?, indagou a primeira.
- Gente, eu não gostava muito, mas uma vez eu ganhei um ingresso e fui assistir - disse sua interlocutora também senhora, porém mais jovem.
- É uma pena que seja caro demais. Olha só! Cento e cinqüenta reais!
- Mas compensa, viu? Ele é muito bom. Depois que eu fui essa primeira vez, eu paguei pra assistir no ano passado. Eu fiquei louca!
A ex-estagiária, recém "efetivada", quer participar da conversa e fala com seu jeito sério de jovem que está se descobrindo adulta:
- É! Fui num show do D2, que também saí de lá louca!
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Palpite sobre o blog da Laura
A Laura não é oficialmente leitora do Palpite do Dia. Nem quero que seja, se ela realmente não achar este espaço interessante. Não quero nada forçado. Talvez, ela nunca tenha posto os olhinhos nessas minhas letras meio mal-ajambradas. Eu teria o maior orgulho que um dia ela comentasse qualquer texto meu. Ela é uma menina especial. E não sou só eu que digo. Já vi até blogs famosos fazerem comentários simpáticos sobre ela. Ela deve ter um saquinho pra guardar os elogios, porque nunca vi uma pessoa agradar tanto quanto ela.
Pronto, acabou a sessão-melação. Só queria dizer que vou fazer um palpite não por reciprocidade, como venho fazendo aqui, porque, neste caso é realmente muito e comprovadamente interessante. E há muito tempo quero falar disso aqui.
Então, eu vou fazer uma introdução bem resumida, pra ninguém se perder:
A Laura mantém um blog chamado Bonitona Encalhada. Porém, a partir de agora que ela "desencalhou" (casou), começa a perder um pouco o sentido, ela continuar falando de suas desventuras de moça "encalhada".
Assim, quis dar meu palpite sobre o assunto. Enviei um comentário, com a intenção de ser só pra ela. Mas acho que ela não vai se incomodar de eu republicá-lo aqui. O teor da mensagem vale para projetos de qualquer pessoa.
Bonita e desencalhada Laura, voltei um pouco a este assunto, porque queria muito palpitá-lo. E achei melhor esperar que essa tristeza ficasse mais distante, embora eu tenha certeza de que ela não será apagada, nem mesmo esmaecida com o tempo.
Pois bem. Não convivo com você e não sei quais são suas pretensões, no entanto, vou meter o dedo sem dó, assumindo o risco de dizer bobagens e falar do que não sei.
Com a concretização do aguardado, sonhado e planejadíssimo momento de seu desencalhamento, certamente seus casos e pontos de vista sobre o mundo vão mudar alguma coisa, passando a ser agora diferentes, os de uma bonitona desencalhada. Daí, acho eu, sua dúvida em continuar ou não este blog. Ou talvez seja simplesmente por causa do estado civil "encalhada", que não estará mais pertinente com a real condição da autora.
O certo é que você é um sucesso, não tenho dúvida. Seu blog tem um alcance que o meu nunca vai ter. Assim, não sou a pessoa que pode dizer que tem visão de mercado, mas acho que se você procurasse patrocínio para este espaço, muita marca ia querer aparecer aqui. Vejo que você já tem público cativo, que tem aumentado progressivamente. Imagino que donos de marca paguem para ter essa difusão. Ia ser uma maneira cômoda de completar suas receitas ou começar um pé-de-meia para projetos mais ousados. Além disso, claro, a manutenção deste site continuaria a incrementar as vendas de seu já famoso livro. Manter o blog Bonitona Encalhada seria uma decisão mais prática e com retorno certo. Estou falando financeiramente, o que deve ser muito considerado.
Por outro lado, te acho uma bonitona prafrentex. Duvido que você seja do tipo satisfeita e queira mesmo investir numa idéia só. Para mim, o Bonitona Encalhada é uma obra (prima) quase acabada. Você ainda deve ter casos e teorias do encalhamento para nos contar até ficar uma velhinha bonitona, e queremos saber todos! Porém, será que você vai mesmo sentir prazer só nesse tema, digamos, quando seus filhos já estiverem na escola e sua realidade e assuntos cotidianos forem outros? Vejo a Bonitona Encalhada como um primeiro ciclo, que está se fechando, de sua vida de escritora. A Bonitona Encalhada já deixou sua marca em você e em nós. Chegando ao fim, com as estórias do processo de seu desencalhamento (leia-se cerimônia, festa e primeiros dias de casada) e um eventual epílogo com as últimas lembranças importantes que ainda estariam de fora, você teria uma verdadeira obra de arte pronta, com começo, meio e fim. Além disso, a Bonitona Encalhada estaria sendo aposentada no seu auge, o que tornaria sua marca ainda mais forte em nós. Como fez o Pelé. Pra sair da masculinidade das comparações futebolísticas, posso citar Machado de Assis, que, até onde eu sei, tinha seus livros publicados, antes, aos poucos, em jornais. Periodicamente, mais ou menos como é hoje com tantos blogs. E, imagino eu, esses pré-livros do Machado de Assis, e de outros autores antigos, eram finalizados sem que o público estivesse se desinteressando.
O que quero dizer é que, com seu desencalhamento, você agora pode virar essa página (boa metáfora) da sua vida de escritora e seguir em frente, para começar outro projeto (de preferência, internético). Talvez o da Bonitona Desencalhada? Não sei. Acho que você é mais criativa que eu. E, pela capacidade de escrever tão bem sua alma, com certeza as leitoras bonitonas continuariam acompanhando-lhe as idéias e você ainda arrebanharia novos leitores, com temas novos. E, entre as alternativas, é nesta última a que eu aposto.
Pois bem. Não convivo com você e não sei quais são suas pretensões, no entanto, vou meter o dedo sem dó, assumindo o risco de dizer bobagens e falar do que não sei.
Com a concretização do aguardado, sonhado e planejadíssimo momento de seu desencalhamento, certamente seus casos e pontos de vista sobre o mundo vão mudar alguma coisa, passando a ser agora diferentes, os de uma bonitona desencalhada. Daí, acho eu, sua dúvida em continuar ou não este blog. Ou talvez seja simplesmente por causa do estado civil "encalhada", que não estará mais pertinente com a real condição da autora.
O certo é que você é um sucesso, não tenho dúvida. Seu blog tem um alcance que o meu nunca vai ter. Assim, não sou a pessoa que pode dizer que tem visão de mercado, mas acho que se você procurasse patrocínio para este espaço, muita marca ia querer aparecer aqui. Vejo que você já tem público cativo, que tem aumentado progressivamente. Imagino que donos de marca paguem para ter essa difusão. Ia ser uma maneira cômoda de completar suas receitas ou começar um pé-de-meia para projetos mais ousados. Além disso, claro, a manutenção deste site continuaria a incrementar as vendas de seu já famoso livro. Manter o blog Bonitona Encalhada seria uma decisão mais prática e com retorno certo. Estou falando financeiramente, o que deve ser muito considerado.
Por outro lado, te acho uma bonitona prafrentex. Duvido que você seja do tipo satisfeita e queira mesmo investir numa idéia só. Para mim, o Bonitona Encalhada é uma obra (prima) quase acabada. Você ainda deve ter casos e teorias do encalhamento para nos contar até ficar uma velhinha bonitona, e queremos saber todos! Porém, será que você vai mesmo sentir prazer só nesse tema, digamos, quando seus filhos já estiverem na escola e sua realidade e assuntos cotidianos forem outros? Vejo a Bonitona Encalhada como um primeiro ciclo, que está se fechando, de sua vida de escritora. A Bonitona Encalhada já deixou sua marca em você e em nós. Chegando ao fim, com as estórias do processo de seu desencalhamento (leia-se cerimônia, festa e primeiros dias de casada) e um eventual epílogo com as últimas lembranças importantes que ainda estariam de fora, você teria uma verdadeira obra de arte pronta, com começo, meio e fim. Além disso, a Bonitona Encalhada estaria sendo aposentada no seu auge, o que tornaria sua marca ainda mais forte em nós. Como fez o Pelé. Pra sair da masculinidade das comparações futebolísticas, posso citar Machado de Assis, que, até onde eu sei, tinha seus livros publicados, antes, aos poucos, em jornais. Periodicamente, mais ou menos como é hoje com tantos blogs. E, imagino eu, esses pré-livros do Machado de Assis, e de outros autores antigos, eram finalizados sem que o público estivesse se desinteressando.
O que quero dizer é que, com seu desencalhamento, você agora pode virar essa página (boa metáfora) da sua vida de escritora e seguir em frente, para começar outro projeto (de preferência, internético). Talvez o da Bonitona Desencalhada? Não sei. Acho que você é mais criativa que eu. E, pela capacidade de escrever tão bem sua alma, com certeza as leitoras bonitonas continuariam acompanhando-lhe as idéias e você ainda arrebanharia novos leitores, com temas novos. E, entre as alternativas, é nesta última a que eu aposto.
Palpite publicado dia 15 de julho no Bonitona Encalhada.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Últimas divagações
Ando bem sumido daqui. Não pretendia. Dei uma olhada na quantidade de rascunhos que tenho.
São 26. Alguns quase prontos. Por um motivo ou outro, eu não quis publicá-los.
Alguns vão ficar no limbo do blog para sempre, já que estou percebendo que este é um espaço em constante evolução. Hoje, já mais familiarizado com esse tipo de comunicação, venho percebendo e descobrindo meus objetivos aqui.
Não quero usar isso aqui para divagar. É pra dar palpite sem ser chamado mesmo, no sentido de dar pitaco na opinião dos outros, apostar em alguma coisa completamente imprevisível...
Tenho várias idéias. Tenho pouco é tempo.
domingo, 19 de julho de 2009
Saudade da minha terra...
TV Pec
Rádio Pec
Vacilão FM
Grupo Doidão
Mico Jeca & Cunualquer
Nareya
Watuguita
Chinelados
Destenados
Homemotocapote
Pollo Esportes Clube
O Peido da Véia
A Hora do Espanador
Mamãe Querida
Baterias de Católogo Tuta
Ventiladores Briza (e tem até luzinha!)
Somos Cachorros
Gelatinas Misturilds
É o Rock Geral
Jornal Verdade
Anque do Anho
Carrapixo (saudade)
Pau da Goiaba
Xeruba
Mijacão
Troféu Abacaxi
Tocoxó
Vaca Chon
BF
...tem muitos
Lembrando outros, eu adiciono depois.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Tradução do discurso do Rev. Al Sharpton
por Zé Cabudo
As pessoas do mundo inteiro hoje estão reunidas no amor para celebrar a vida de um homem que falou ao mundo em como se amar.
As pessoas devem estar se perguntando o porquê de tamanha explosão sentimental. Mas vocês têm que entender o caminho que Michael percorreu para entender o que ele queria dizer a todos nós. Àqueles que estão aqui presentes, como a família Jackson - uma mãe e um pai com noves filhos que saíram de uma classe operária em Gary, Indianda -, eles não tinham nada, além de um sonho.
Ninguém acreditava, naqueles dias, que um sonho como aquele viria a se tornar realidade, mas eles continuaram acreditando e Michael nunca permitiu que o mundo desse as costas para seu sonho. Eu conheci Michael perto da Black Expo de 1970 em Chicago, Ilinois, com o Reverendo Jesse Jackson, que apoiou sua família até agora, e desde aquele dia como um menininho até este momento, ele nunca deixou de sonhar. Foi esse sonho que transformou a cultura do mundo inteiro. Quando Michael começou, o mundo era diferente. Mas porque Michael insistiu, porque ele não aceitava limitações, porque ele se recusava a deixar as pessoas imporem barreiras, ele despertou o mundo inteiro.
No mundo da música, ele calçou uma luva, vestiu suas calças e rasgou a cortina da cor, fazendo nossos vídeos serem divulgados e as revistas nos colocarem na capa. Foi Michael quem deixou os pretos e brancos e asiáticos e latinos mais próximos. Foi Michael que nos fez cantar "We are the world" e alimentar os famintos muito antes da Live Aid*.
Por causa da insistência de Michael Jackson, ele gerou um nível de conforto em que as pessoas que se sentiam deslocadas do mundo passaram a se interligar com sua música. E foi nesse nível de conforto que crianças do Japão e Gana e França e Iowa e Pensilvânia tiveram familiaridade suficiente uns com os outros até o momento em que não nos era mais estranho assistir à Oprah** na televisão. Não era mais estranho assistir ao Tiger Woods*** jogar golf. Aquelas jovens crianças cresceram para se tornarem adolescentes, fãs normais de Michael Jackson, depois chegarem aos 40 anos de idade e não verem problema algum em votar numa pessoa de cor para Presidente dos Estados Unidos da América.
Michael é o responsável por isso. Michael nos fez amarmos uns aos outros. Michael nos disse para permanecermos uns com os outros. Há aqueles que só querem provocar confusão. Mas milhões no mundo, nós vamos passar sua mensagem adiante. Não sobre confusões, mas sobre sua mensagem de amor. Assim como quando você escala montanhas íngrimes, às vezes você rala o joelho, às vezes você se arranha. Mas não se concentra nas feridas, concentra no seu caminho. Michael passou por cima, Michael chegou ao topo. Ele cantou além dos cínicos, ele dançou além dos incrédulos, ele se apresentou além dos pessimistas. Toda vez que o derrubavam, ele se levantava. Toda vez que vocês não contavam mais com ele, ele voltava à cena. Michael nunca parava! Michael nunca parava! Michael nunca parou!
Eu quero dizer para a Sra. Jackson e Sr. Joe Jackson, suas irmãs e irmãos: Nós lhes agradecemos por ter-nos dado alguém que nos falou de amor; alguém que nos falou de esperança. Nós queremos lhes agradecer porque sabemos que o sonho era de vocês também.
Sabemos que vocês estão com o coração partido. Sei que vocês têm algum conforto com a carta do Presidente dos Estados Unidos e do Nelson Mandela. Mas ele era o seu filho. Era seu irmão. Era seu primo. Nada vai preencher o vazio de seus corações. Mas espero que o carinho que as pessoas estão demonstrando faça-os saber que ele não viveu à-toa. Eu quero que seus três filhos saibam: não tinha nada de estranho com seu papai. Estranho era o que ele teve que encarar. Mas ele encarava... Ele encarava, mesmo assim. Encarava por nós.
Então alguns vieram hoje, Sra. Jackson, para se despedir do Michael. Eu vim para agradecer. Orbigado por nunca ter parado, obrigado por nunca ter desistido, obrigado por nunca ter saído fora, obrigado por rasgar nossas divisões. Obrigado por eliminar barreiras. Obrigado pela esperança que nos deu. Obrigado, Michael! Obrigado, Michael! Obrigado Michael!
* Live Aid foi um concerto de rock realizado em 1985, para combater a fome na Etiópia com o dinheiro levantado.
** Oprah é uma versátil apresentadora negra, muito popular nos E.U.A., e com grande alcance e influência na cultura daquele país.
*** Tiger Woods é um negro que está no topo de um esporte tradicionalmente branco: é, certamente, um dos melhores jogadores de golfe de todos os tempos e negro.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Fenômeno pop
Extremo deveria ser o nome de Michael Jackson.
Li em vários lugares que Michael Jackson tem a soma da vendagem dos discos estimada em 750milhões.
Depois de sua morte, as vendas de todos os discos dispararam. Alguns lugares reportaram quase 500mil discos vendidos em uma única semana! Isso num momento de franco declínio da indústria fonográfica e, pior, na dita pior crise econômica desde o crack de 1929.
Sabe-se ainda que todos os seus álbuns tiveram gravações arquivadas, de músicas que ainda são desconhecidas, isto é, que podem ser lançadas numa coletânea de raridades. Alia-se a isso dois álbuns que ele preparava - um de música instrumental -, que passaram a ser aguardadíssimos.
Seria exagero supor que, com a comoção gerada por sua morte, Michael Jackson ainda venderia postumamente mais 250milhões de discos, para ser o único artista a bater em dez dígitos de vendagem?
Eu vou fazer a minha parte.
domingo, 5 de julho de 2009
Plano Real
Esse negócio de personificar conquistas não me cheira bem... quem quer que sejam os responsáveis pelo Plano Real, uma coisa é certa: não se pode atribuir autoria e sucesso de um projeto a apenas uma pessoa, nem apenas a ocupantes de altos cargos.
Tenho certeza que por trás do Plano Real, houve o trabalho, o interesse e o compromisso de muita gente anônima que não recebeu devidamente os louros, que não pareceu na TV e que não entrará para a história. A competência (nos dois sentidos) não é só de um ou outro Presidente ou Minsitro da Fazenda. É de uma equipe grande, com a importância individual de cada um que lutou para dar certo.
Enviado ao Conversa Afiada no dia 5 de julho de 2009.
O comentário foi sobre o Plano Real, mas vale para qualquer grande projeto de êxito.
sábado, 4 de julho de 2009
Argumento batido, mas eficiente
(...)respeitosamente, uma pequena retórica: você acha que um preto ser chamado de "crioulo" por um branco soa da mesma forma que um preto chamar um branco de "branquelo-azedo"? O branco poderia acusar o preto de racista e este ser preso sem direito a fiança?
Comentário meu publicado no Vi o Mundo (numa página que não encontrei mais), no dia 3 de julho de 2009.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson
Não poderia dar outro título ao palpite de hoje.
Não vou comentar. A imagem fala por si.
Comercial da Pepsi 1992
Não vou comentar. A imagem fala por si.
Comercial da Pepsi 1992
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Relativizando crimes bárbaros
Hoje encontrei um vídeo mostrando um suposto estuprador levando pauladas até a morte, após ter sido flagrado abusando de uma menina de 3 anos, segundo o site Ecos da Notícia. Como não pude constatar nada, considero tudo suposto: o acusado, o motivo e a próprio contexto do vídeo. A fonte do site Ecos da Notícia, onde encontrei isso, foi a TV Canal 13 (Piauí). Inclusive, não encontrei essa notícia no site da TV Canal 13, o que torna tudo mais duvidoso ainda.
Confiável ou não, os leitores reagiram no espaço destinado a comentários acreditando se tratar de uma verdade, como é esperado que reajam.
Para mim, homens que obtêm prazer às custas do sofrimento e da degradação de outra pessoa são monstros, e os piores são os que abusam de pessoas indefesas. Pra mim, eles deviam ser castrados, presos para sempre, sofrer um abuso proporcional, apanhar muito e, dependendo da minha revolta, até morrer da pior morte possível.
No vídeo, o rapaz, semi-nu e desarmado, é perseguido por uma multidão, debaixo de gritos de "vai morrer!". Uns dez elementos dessa multidão, armados de paus, canos e barras de ferro, batem com força, sem dó, mirando na cabeça e no tórax. O rapaz já está deitado, vulnerável e mais do que vencido, porém continua apanhando brutalmente. Até que, satifeita, a multidão cessa, após constatar a inércia ensangüentada do rapaz. Num último esforço de fuga, o rapaz levanta subitamente e, cambaleante, ensaia uma disparada que não lhe rende nem dez metros. Cai sozinho como se fosse um saco de carne e fica definitivamente imóvel, esparramado no asfalto. Alguns dizem: "morreu", sem nenhum resquício de horror, misericórdia ou remorso.
O vídeo termina. Eu leio os comentários, enquanto reflito.
Nas opiniões que se seguem, palavra filha foi usada aproximadamente 85 vezes, só para dizer que quem defendeu estuprador é hipócrita. Já a palavra errado (que é muito mais genérica) foi usada apenas 27 vezes, condenando o espancamento. Isso, para demonstrar a desproporcionalidade das opiniões.
Penso mais um pouco.
Uma coisa é eu desejar ou fantasiar o sofrimento e a morte a um bandido desumano. Outra completamente diferente é fazer isso ou aceitar esse fato e ainda concordar com ele.
Assim, o que mais me impressionou na exibição desse vídeo não foi a violência explícita. Ela realmente choca e dá repulsa de ver. No entanto, muito pior, é a quantidade de pessoas que não só consideraram correto esse assassinato, como comemoraram-no com regozijo.
Parece que houve uma comoção geral aprovando o vídeo, como se ele lavasse a alma de um certo tipo de gente que, ao invés de ver a bárbarie, vê o espetáculo. Essa gente viu a covardia do estupro presumido, tampando os olhos para covardia mais que explícita da agressão de muitos a um só, sem direito a defesa, da torturante certeza de morte iminente. Só considera o crime de estupro, e não o crime de assassinato cheio de agravantes. Seu lema é: bandido bom é bandido morto, mas uns são mais bandidos que outros.
Chego a pensar que pessoas que concordam com isso não são muito diferentes de nazistas ou inquisidores medievais. Essas pessoas que comemoram o vídeo certamente são as mesmas que reclamam da violência urbana, mas estão de acordo com a justiça com as próprias mãos. Querem manifestar seu direito de opinião e de falar as maiores atrocidades sem que sejam censurados, mas simplesmente desconhecem os sentidos (ou ignoram o valor) do direito ao contraditório e de um julgamento justo. Repudiam esse ato selvagem do estupro (repito: apenas presumido), contudo se entusiasmam alegremente com a selvageria da tortura.
Para mim, homens que obtêm prazer às custas do sofrimento e da degradação de outra pessoa são monstros, e os piores são os que abusam de pessoas indefesas.
Somos todos estupradores.
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