quinta-feira, 30 de abril de 2009

Deputados e passagens aéreas

Novamente estou sofrendo do mal da falta de tempo, o que está prejudicando bastante o rendimento dos meus comentários. De vez em quando eu consigo postar alguma coisa nos sites dos outros e é o material que ora tenho para publicar aqui.

Um deputado questionou a generalização da imprensa quanto à "farra das passagens aéreas" e o site Vi o Mundo (pra variar) deu voz a ele. Justo. A gente sempre tem que ouvir pelo menos dois lados de uma história.

Sobre isso, comentei o seguinte:

"No texto, essas milhas são tratadas como se fossem uma aquisição justa do parlamentar que fez a viagem aérea. Ora, se elas são oriundas de viagens pagas com dinheiro público, ao poder público elas pertencem, e não ao ocupante do cargo! Não acho impessoal o parlamentar concedê-las a quem bem entender. O justo seria o uso dessas milhas para sanar parte dessas cotas, economizando um dinheiro considerável." (Comentário publicado dia 30 de abril de 2009)

Bom, essa não é a principal idéia que fiz desse assunto. Mas foi uma boa introdução. A solução tomada pela Câmara dos Deputados parece resolver o problema de agora para frente, mas o discurso é feito como se tivessem passando uma borracha na imoralidade já feita, perdoando todas as regalias não-merecidas que nada de produtivo justificaram.

O problema já foi resolvido para frente. Falta agora resolver para trás.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Não resisti...

Tive que fazer um comentário no Renato Azevedo, que está entrando na relação de palpites deste espaço. Não por qualidade, mas pela boas risadas que me proporciona.

Aproveitando, vou voltar com o do Noblat também. Ele andou dando umas bolas dentro e a presença de palpites inteligentes vindo da direita é uma boa. Ainda não achei algum que se compare.

Então lá vai meu comentário:

Nossa, bicho! Pára! Quanto preconceito! Você acabou de descrever o comportamento das madames do "Cansei". Não do povo. Quem devia sair às ruas é a sua própria pessoa. Você se surpreenderia...

Publicado no Reinaldo Azevedo, no dia 24 de abril de 2009.

Acho que ele vai censurar esse comentário, mas, enfim. É bom que ele leia.

(Atualização do dia 30 de abril: Censurou mesmo)

Mais uma...

É a última, prometo!

Desculpem a insistência. Só agora vi o vídeo. Apesar dos cortes, acho muito difícil ser uma pessoa diferente da que estava lá. Isso deve ser fácil averiguar.

Agora resta saber se as teses levantadas aqui são verdadeiras. Que essa Dalide estava mesmo mandando mensagens com esse teor para o Itagiba, acho difícil provar. Mas que a aparição dessa cidadã nesse local nesse horário está suspeita, isso está!

Pensei juntar todos esses comentários em um pacote só, mas achei melhor deixar separado mesmo, para poder acompanhar meus pensamentos nesse meio-tempo.

Pronto, nem vou ler mais...

Mais uma postagem no Conversa Afiada

Consegui acessar aquela página. Ufa! Não deve ser comigo.

Lá, acabei de postar isto aqui:

Isso é o que eu chamo de trabalho investigativo participativo.

Hoje quase temos um caso de publicação jornalística "open source".

É a web 2.0 chegando ao jornalismo.

Postagens destrutivas

Ou eu dou muito azar ou eu estou dizendo algo grave.

Pela segunda vez seguida tiram do ar especificamente a página onde eu comentei.

A primeira, no Vi o Mundo, de 23 de abril, sobre Joaquim Barbosa x Gilmar Mendes, até hoje não voltou. Parece que vai ficar assim mesmo.

Agora, o Conversa Afiada também deu pra trás! Como é que eu vou difundir este já ignorado espaço na internet, se continuarem sacaneando as páginas onde comento?

Se continuar assim, daqui a pouco este blog implode.

Trabalho investigativo participativo

Como se sabe, a Polícia Federal anda querendo prender um importante banqueiro que pode ser o maior corruptor que o Brasil já teve. Pelo andar da carruagem, parece que ele , o banqueiro, anda sendo beneficiado por decisões, discursos e atitudes de vários jornalistas, políticos, delegados, juízes e o presidente do STF. O principal delegado da operação que descobriu essas bandidagens, a Satiagraha, é o Protógenes Queiroz. Recentemente o delegado depôs numa CPI que deveria tratar de outro assunto, mas que alguns setores da imprensa e da política acusam estar sendo usada para desmoralizar essa operação e seu líder, criando, assim, subsídios para salvar o banqueiro

Durante o depoimento do delegado Protógenes Queiroz, alguns blogs propagaram que o presidente da CPI dos grampos, o deputado Marcelo Itagiba, estaria recebendo auxílio de uma funcionária do STF. Hoje encontrei um capítulo dessa história no Conversa Afiada e fui meter meu bedelho.

Também pesquisei pelo nome completo e encontrei esta página
, contendo o seguinte:
"
Dalide B. A. C.
Supremo Tribunal Federal -> Secretaria-Geral da Presidência -> Assessoria de Articulação Parlamentar
Endereço: Praça dos Três Poderes, Edifício Sede, 3º Andar
71.608-900 - Brasília/DF
Aniversário: 25/10
Telefone: (61) 3217-xxxx
Fax: (61) 3217-xxxx
Email: dalide.xxxxxx@stf.jus.br
"

Não sei a confiabilidade da página, mas lá está escrito: SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA". Portanto...

Mas, antes de sair condenando, gostaria de saber a fonte original dessa fotografia. Teria MESMO sido feita durante o depoimento do Protógenes? A navegante ou o site poderiam provar isso? Se não, qualquer coisa levantada aqui não sairia do campo das especulações.

Comentário publicado no Conversa Afiada, no dia 24 de abril de 2009. Como não quero associar dados pessoais ao meu espaço, omiti esse tipo de informações. Mas elas estão lá na fonte, da qual já tirei um printscreen.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Vamos organizar!

Calma, pessoal! Um de cada vez, se não vira bagunça!

Joaquim Barbosa x Gilmar Mendes

Pra destoar um pouco do coro:

Estamos dando muita relevância ao protesto do Joaquim Barbosa, mas não estamos analisando se, no contexto, ele tinha razão.

Pelas transcrições que li, ele realmente se excedeu um pouco (assim como o Gilmar Mendes, devo ressaltar).

Considero que deve ser enaltecida a coragem que ele teve de peitar o coronel. Mas um protesto tem mais valor quando é feito oportunamente.

Então, com a finalidade de fazer um julgamento imparcial, pergunto aos juridiqueiros de plantão (já que sou leigo):

A questão levantada pelo Joaquim Barbosa tinha relevância?

O teor do protesto tinha relação com esse questionamento? (Por exemplo: as pessoas beneficiadas eram mais uma vez brancos de olhos azuis? Há coerência com outras decisões em relação a benefícios concedidos a classes mais pobres? A Decisão atingiria algum "amigo" do Gilmar Mendes?)

O Joaquim Barbosa realmente "acusou sem provas", como já li em alguns lugares?

São perguntas cujas respostas seriam importantes para avaliar se o Joaquim Barbosa está prestando um papel partidário ou se ele exerceu sua função com impessoalidade, dentro dos limites de suas funções.

Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 23 de abril de 2009.

Essa página esteve fora do ar, na última vez que tentei acessar. Vamos ver se volta mais tarde.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Bagatela Beethoven

Beethoven, dispensa apresentações. Nasceu em dezembro de 1770 e uma de suas especialidades era o piano.

Quando ele tinha entre 31 e 32 anos, ele escreveu as Sete Bagatelas (opus 33).

Essas bagatelas são peças para piano, curtinhas e relativamente fáceis de tocar. Ele apresentou por outras cinco vezes, um conjunto de bagatelas, entre as quais, a mais famosa é a Por Elise, mais conhecida como "A música do caminhão de gás".

Daquelas Sete Bagatelas, a que eu mais gosto é a número 3, que apresento a vocês logo abaixo.

Espero que gostem e não reparem o amadorismo da filmagem.

Cotas para viagens aéreas

O atual Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer deu a seguinte declaração sobre compra de passagens aéreas para artistas, usando cotas a que o deputado Fábio Faria tinha direito:

"Não é o padrão normal. Mas ele tem que responder por isso. Se achar que deve, e esse é um juízo dele, devolve esses recursos para a Câmara. Se achar que não, apresenta as suas justificativas"

Diante disso, respondi o seguinte:

Ah, entendi. Se essas viagens não representam nenhuma fração de benefício, nem indiretamente, ao serviço público, cabe apenas ao julgamento pessoal do deputado e ele, que gaste ou não com o que quiser e com quem quiser.

O que eu entendi da declaração do Michel Temer foi: a cota de passagens existe para o uso indiscriminado do deputado. Não interessa ao poder público questionar seu uso. O deputado usa-a como bem entende, de acordo com a sua consciência, sem nenhum tipo de controle externo. Em resumo, pode gastar à vontade, como se as passagens a ele pertencessem. Passagens compradas com dinheiro livre de imposto de renda, inclusive.

O Michel Temer deve ter lavado as mãos, porque, provavelmente, ele e todos os seus aliados fazem ou já fizeram a mesmíssima coisa. Nota-se que a escolha dos Presidentes da Câmara prima pela moralidade.

Se a cota não tem uma razão para se vincular a ela, não se justifica a existência de cotas de passagem alguma para ninguém.

Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 15 de abril de 2009.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Palpite do dia de hoje

Gosto de fazer previsões de assuntos nos quais eu tenho certa segurança. Como sou médium, não vidente, é claro que estou sujeito a erros, mas também costumo acertar. Apesar desse gosto, nunca fiz isso aqui.

Hoje, no entanto, estou com um assunto que mexeu com minha vontade de ver o que vai acontecer nos próximos dias.

Esta postagem inaugura, portanto, uma seção só sobre essas previsões, esses chutes meio calculados. Nada mais justo num espaço que denominei "Palpite do Dia".

Dessa forma, aqui vai o primeiro Palpite do Dia de todos os tempos:

Hoje, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz depôs na "CPI das Escutas Telefônicas".

Não pude assistir a todo o depoimento, mas já li os resumões da internet. O que cheguei a assistir foi a algumas revelações bombásticas. Falando de ministro não nominalmente citado e de contaminação do Poder Legislativo, ele disse que o plano de privatizações da Companhia Vale do Rio Doce e da Petrobrás, as obras de transposição do Rio São Francisco e a venda do subsolo brasileiro já estavam arquitetadas em 1992, em solo americano, além de desmentir reportagens veiculadas pela revista veja, entre detalhes de outros processos criminais que não estou lembrando agora, porque a notícia ainda está muito fresca e ainda estou na fase de processamento das informacões. Mesmo sem ter certeza se ele foi muito além disso, já posso considerar que fez denúncias (ou insinuações) graves.

Não há como não ter repercussões. Haverá. O meu palpite do dia de hoje trata da parcialidade dos meio de comunicação.

Palpite 1 - A Veja, Isto É e Folha, a Globo, o Noblat, o Mainardi e outros blogueiros de direita vão desmerecer o depoimento, dar relevância a cada duvidosa inconsistência do depoimento e, é claro, dar muita importância ao fato de que o delegado se absteve de responder a cada pergunta do presidente da CPI.

Palpite 2 (complementar ao de cima) - A Carta Capital, a TV Record, a Teletime, o site Vermelho, o PHA, o Azenha e a turma da esquerda vão enaltecer a clareza e convicção do delegado e desmerecer a tendência de questionamento de certos deputados, com campanhas financiadas pelo "banqueiro bandido", DD.

Batata.

Em alguns dias, eu volto aqui, para ver se acertei.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ódio da buzina

Impressionante como as pessoas usam o carro como um prolongamento do corpo. Algumas pessoas dizem que quem homens compram carros de luxo quando querem compensar o tamanho do pirú. O que eu acho uma grande bobagem. Já andei lendo que quem realmente se importa com tamanho do membro são os gays. Algumas mulheres até gostam, mas é uma minoria.

Algumas pessoas libertam seu alter-ego ao volante. Não só os homens. Dirigem agressivamente, como se estivessem se exibindo para os outros motoristas, fecham a passagem dos outros carros, como se a ultrapassagem fosse um tipo de subjugação, buzinam prolongadamente, como se quisessem mandar o outro motorista à puta que o pariu, tratam motoqueiros como se todos eles fossem igualmente imprudentes, a escória do trânsito

Geralmente esse tipo de direção agressiva não adianta mais do que uns poucos minutos, mesmo em viagens longas. A pessoa corre, se arrisca, a risca a vida dos outros, para ganhar alguns instantes na chegada. Coisa de gente atrasada.

Impedir a ultrapassagem é o mais comum. É raro alguém ter a gentileza de dar a passagem numa situação corriqueira de engarrafamento. É como se a outra pessoa tivesse cortado caminho por fora e quisesse aproveitar-se da ingenuidade do motorista mais trouxa. Quer dizer, isso pode até acontecer mesmo, um mais pilantra se enfiar na frente de uns trinta carros parados, que ele ultrapassou pelo acostamento. Mas esse é o caso de direção agressiva.

E a buzina? Já vi, várias vezes, vários carros juntos buzinando por causa de trânsito parado em razão de uma colisão ou um atropelamento. É o típico caso que ilustra a expressão "muito barulho por nada". A pessoa dá aquela buzinada, para soltar os cachorros e contamina todos os cidadãos , num raio de uns 150 metros, com sua raiva. E não tá nem aí se tem hospital, escola, creche perto. A buzina chega ser um instrumento para demonstrar o tamanho do seu egocentrismo, no meio de um sistema do qual ele apenas faz parte, mas se sente o proprietário. Já ouvi uma piada sobre buzina. É assim: qual é o cúmulo do lapso temporal? É o período entre o semáforo abrir e a primeira buzina soar. Mais ou menos isso. Na hora teve graça.

Ultimamente, a minha antipatia pela buzina tem crescido. Não que a buzina seja desnecessária. Ela tem sua razão de existir e eu a vejo como um instrumento de comunicação no trânsito. Porém, no trânsito, não se comunica de forma civilizada. Aliás, o trânsito, é como se fosse outra civilização, dentro da cidade, com suas próprias regras de contato, odores, socialização, acasalamento... a buzina devia ser usada para dar alertas ligeiros e apenas com um toque. Aliás, ela já devia vir de fábrica programada para não se prolongar além desse toque. Absolutamente não há necessidade de uma buzina prolongada. Do jeito que se usa a buzina, ela só serve para demonstrar e gerar irritação.

Se eu pudesse, eu reformularia as leis de trânsito. Tolerância zero.

Quem der uma buzinada prolongada pega uma multa leve. Se for reincidente, leva uma multa mais pesada e tem a buzina apreendida. Se for pego pela terceira vez, leva uma multa pesada e tem o carro inteiro apreendido.

O chão seria de uso exclusivo do pedestre. A maneira natural de se locomover é com os pés e esse devia ser o modo preferencial. O asfalto seria como um espaço implicitamente outorgado pelo pedestre aos veículos motorizados. Assim, seria como no Japão: o pedestre pisou na rua, o motorista é obrigado a parar. Pisando o asfalto, o pedestre avocaria sua propriedade sobre o chão, obrigando o automóvel a ceder o direito de uso. As faixas serviriam apenas para organizar a passagem dos pedestres, mas não teriam obrigatoriedade de uso (como, aliás, já não têm, pelo menos na prática).

Teriam preferência no trânsito, nesta ordem:
1- Veículo oficial do Presidente;
2- veículos oficiais de chefes do poder executivo dos Estados e Distrito Federal;
3- veículos militares, apenas em caso de guerras declaradas;
4- ambulâncias com a sirene ligada;
5- bombeiros com a sirene ligada;
6- polícia com a sirene ligada
7- animais (porque, em geral, eles não sabem atravessar a rua)
8- pedestres (porque, em geral, eles deviam saber atravessar a rua);
9- bicicletas (meio de transporte que não emite poluentes, com seu uso);
10- ônibus (melhor relação combustível/passageiro);
11- caminhões (veículo de trabalho);
12- motocicletas (segunda melhor relação combustível/passageiro);
13- carros.

Eu também implantaria o rodízio em todas as cidades. Já tenho até um esquema pronto. Dividir-se-iam as placas em cinco faixas iguais, que podem ser quaisquer umas. Eu adotei as terminadas em 0 e 1; 2 e 3; 4 e 5; 6 e 7; e 8 e 9. Mas pode ser de qualquer jeito.

Cada faixa de carros estaria proibida de andar pela rua em um dia úitl da semana.

O tempo do rodízio valeria sempre de 6h30min às 9h30min e de 18horas às 21horas.

E o espaço do rodízio seria predeterminado, por exemplo: em toda a área central e hospitalar da cidade, mais as principais vias.

Estariam imunes ao rodízio: os veículos oficiais dos chefes dos poder executivo (leia-se presidente, governador e prefeito), ambulância, viaturas, carros de bombeiros e ônibus coletivos. Até aí, é óbvio. No entanto, também estariam imunes as motocicletas e os carros com pelo menos três passageiros, além do motorista. Isso incentivaria as pessoas a serem mais gentis e darem carona à pessoa que mora ao seu lado e vai para o mesmo lugar que elas. Incentivaria também o uso do transporte público.

Falando em incentivo ao transporte público, além dessas regras, tenho outra idéia. Acho que deveria haver duas datas no ano, para lembrar o problema do trânsito. Na primeira data, o transporte público funcionaria de graça, por 24horas. Poderia ser subsidiado ou qualquer coisa. Mas que fosse de graça, para o máximo possível de pessoas usarem-no, liberando as ruas dos carros. Assim, nesse dia as pessoas chegariam mais rápido ao seu destino cotidiano sem passar raiva, sem demorar. Pessoas diferentes, de origens diversas, rendas, opiniões, opção partidária, orientação afetiva, roupas, tudo diferente, sentadas (ou em pé) lado a lado, como iguais. E não dentro de uma cápsula móvel, com toda a privacidade e falta de contato humano, onde não têm o menor pudor para xingar, tirar meleca, peidar fedendo, exercitar seu autismo... e o mais importante, liberando o trânsito, principalmente dos seus egocentrismos.

E o segundo dia, seria o contrário. Seria uma espécie de folga para os maquinistas, motoristas e trocadores. Não haveria transporte público durante um tempo. 6horas, 12horas, talvez e com estacionamento rotativo liberado. Para lembrar a importância de se usá-lo. Para tirar todos os carros da garagem, deixando o trânsito insuportável a ponto de reclamar da falta dos ônibus, tão xingados nos dias normais. Esse segundo dia é mais injusto com quem não dispõe de veículo próprio. Por isso, não poderia ser o dia inteiro.

Seria chamado "o dia da buzina". Se bem que ficaria melhor: "'ódio da buzina".

sábado, 4 de abril de 2009

Inchaço da máquina pública

Pois é. Não adianta apenas aumentar a quantidade de servidores públicos. Tem que melhorar as condições de trabalho e, principalmente, oferecer um salário JUSTO. Não um salário para ficar rico, mas uma remuneração que condiga com a formação profissional, com a complexidade (e volume) do trabalho exercido. Um salário, no mínimo, equiparável ao do setor privado.

Nos serviços públicos estaduais e municipais, quem não é formado em direito, nem em medicina, tem a sensação de que toda mudança é ocasionada em prejuízo de si, faltando critério, isonomia e transparência para se manter condições razoáveis de trabalho.

Daí, aquela antiga impressão (verdadeira) de que o serviço público no Brasil é precário. Vide a desmotivação de servidores de setores públicos que deveriam ser considerados importantes. Secretarias de saúde dos estados, para começar. Ou segurança pública, meio ambiente, educação... Exemplos não faltam.

Para medir o tamanho e eficiência da máquina pública no Brasil, deveria também ser feito um cálculo quantitativo e qualitativo dos gastos com as necessidades básicas do povo, contrapondo-as a investimentos menos relevantes. Posso apostar que gasta-se mais dinheiro só com empreiteiras do que com meio ambiente. Mais dinheiro para pagamento de benefícios de juízes do que com o sistema carcerário. Mais intervenções legislativas em benefício das mineradoras do que em melhoramento de programas de saúde pública. Mais políticas de urbanização em áreas "nobres" do que em favelas.

Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 4 de abril de 2009.