segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Comparativo das pesquisas com o resultado

Resultado Final TSE:
Votos totais
Dilma: 52,3%
Serra: 41,0%

Votos válidos
Dilma: 56,0%
Serra: 44,0%
______________

DataFolha:

Votos totais:
Dilma: 51% (-1,3 ponto abaixo, dentro da margem de erro)
Serra: 41% (preciso)

Votos válidos:
Dilma 55% x 45 % Serra (erro de 1 ponto em favor do Serra, dentro da margem de erro)

Sensus:

Votos totais:
Dilma: 50,3% (-2 pontos, dentro da margem de erro do Sensus - 2,2)
Serra: 37,6% (-3,4 pontos, acima da margem de erro)

Votos válidos:
Dilma 57,2% x Serra 42,8% (erro de 1,2 ponto em favor da Dilma, dentro da margem de erro)

Ibope:

Votos totais:
Dilma: 52% (-o,3 ponto, praticamente preciso)
Serra: 40% (-1 ponto, dentro da margem de erro)

Votos válidos:
Dilma 56% x Serra 44% (precisa)

Vox Populi:

Votos totais
Dilma: 49% (-3,3 ponto, acima da margem de erro)
Serra: 38% (-3 pontos, acima da margem de erro)

Votos válidos:
Dilma 57% x Serra 43% (erro de 1 ponto em favor da Dilma)


Descrição da análise abaixo:
São 9 pares de comparações.
Um lado, a comparação favorável a um candidato
O outro, a comparação mais favorável ao outro
____________________________

Resultado mais preciso de votos da Dilma: (-0,3) Ibope
Resultado mais preciso de votos da Serra: (exato) DataFolha
(Os erros nos votos totais devem ser tolerados, pois os indecisos, não computados como voto a um candidato, acabam aumentando os resultados do resultado final.)

Só votos válidos
Maior diferença de votos em favor da Dilma: (1,2) Sensus
Maior diferença de votos em favor do Serra: (1), DataFolha
Pesquisa mais precisa: (exato) Ibope
Institutos com diferença em favor da Dilma: Sensus e VoxPopuli (dentro da margem de erro)
Instituto com diferença em favor do Serra: DataFolha (dentro da margem de erro)

Conclusão:

O Ibope foi o instituto de pesquisa que se saiu melhor. O Ibope foi o que chegou mais perto da realidade na maioria dos quesitos que levantei. Parabéns ao Ibope.

Todas as pesquisas, de maneira geral, acertaram os resultados, dentro de suas margens de erro. Podemos considerá-las todas confiáveis, nestas eleições.

Também, comparando com meu "delírio" da última postagem, o resultado final ficou praticamente "no meio" dos intervalo que estabeleci.

Curiosamente (ou não?) os institutos protegidos "defenderam" seus "protetores".
Datafolha "errou" para o Serra
VoxPopuli "errou" para a Dilma

domingo, 31 de outubro de 2010

Comparativo da derradeira rodada de pesquisa (agora é de verdade)

DataFolha:

Dilma 51% (+3; -1; +2) x 41% Serra (-1; -2;+3)

Sensus:

Dilma 50,3% (estável; +5,1; -1,6) x 37,6% Serra (-0,9; -5,2; +0,9)

Ibope:

Dilma 52%(+2; +1; estabilidade) x 40% Serra (-3; -1; +1)

Vox Populi:

Dilma 49% (+3; -2;+2) x 38% Serra (-1;-1;+1)

Lembrando que esses números se referem aos votos totais.

Descrição da análise abaixo:
São 9 pares de comparações.
Um lado, a comparação favorável a um candidato
O outro, a comparação mais favorável ao outro
____________________________
Maior diferença entre os dois: 13,6% Sensus
Menor diferença entre os dois: 10% DataFolha

Máximo da Dilma: 52% Ibope
Mínimo da Dilma: 49% VoxPopuli

Mínimo do Serra: 37,6% Sensus
Máximo do Serra: 41% DataFolha

Maior crescimento da Dilma nesta rodada: (2) DataFolha e VoxPopuli
Maior queda da Dilma nesta rodada: (-1,6) Sensus

Menor crescimento do Serra: (0,9) Sensus (arredondando, chega-se em 1 ponto, mesmo valor do Ibope e VoxPopuli)
Maior crescimento do Serra: (3) DataFolha

Maior crescimento acumulado da Dilma: (4) DataFolha
Menor crescimento acumulado da Dilma: (3) Ibope e VoxPopuli

Maior queda acumulada de Serra: (-5,2) Sensus
Menor queda acumulada de Serra: (0) DataFolha

Maior disparada da Dilma nesta rodada: (1) VoxPopuli
Maior aproximação do Serra nesta rodada: (2,5) Sensus

Maior disparada acumulada da Dilma: (8,7) Sensus
Menor disparada acumulada da Dilma: (4) DataFolha e VoxPopuli
___________________________________
Conclusão:

As diferenças de pontuações chegam a extrapolar a margem de erro para os dois candidatos.

PSDB

O PSDB tem que tirar no mínimo 10potnos de diferença no último dia, para sonhar com a presidência. Muito difícil, chega muito perto do impossível.

Os institutos "protegidos" pelo PSDB, Ibope e DataFolha, apontaram juntos seis dos dados mais favoráveis ao Serra e três dados mais desfavorável a ele.

Curiosidade: o Sensus, que começou o 2º turno sendo o instituto "mais confiável" para o PSDB (porque mostrou empate técnico), é aquele que dá a metade dos dados desfavoráveis ao Serra e favoráveis à Dilma, inclusive a maior diferença.

No último levantamento, todos os institutos de pesquisa mostraram o Serra subindo.

PT

Para o PT, todas as pesquisas continuam boas. A situação da Dilma é muito confortável. Todas as pesquisas apontam diferença bastante acima da margem de erro. A eleição só está perdida num caso de erro grosseiro de todos os institutos de pesquisa (o que é muito improvável)

O "protegido" do PT, o VoxPopuli, apresentou apenas três dos dados mais favoráveis à Dilma e dois dos dados mais desfavoráveis a ela. O Sensus foi o que apresentou mais dados mais favoráveis: cinco.

Só o Sensus mostrou queda da Dilma. O Ibope mostrou estabilidade.

Ainda assim, em todas as pesquisas, a Dilma apareceu com mais vantagem do que tinha no início do 2º turno, e acima da margem de erro.
___________________________
Um pequeno delírio

Se as pesquisas estiverem certas, a Dilma vencerá as eleições, com votação total entre 47% e 54%, contra 35,4% a 43% de Serra.

Na melhor das hipóteses para Serra, o resultado será de 52% x 48% para a Dilma, nos votos válidos, mantida a situação do dia.

Na melhor das hipóteses para a Dilma, o resultado será de 60,4% x 40% para ela, nos votos válidos, mantida a situação do dia.

Coloquei isso aqui, dando uma grande margem de erro aos institutos de pesquisa para cobrar a fidelidade dos institutos de pesquisa no dia 2 de novembro.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Comparativo da penúltima rodada de pesquisas

DataFolha:

Dilma 49% (+3; -1) x 38% Serra (-1; -2)

Sensus:

Dilma 51,9% (estável; +5,1) x 36,7% Serra (-0,9; -5,2)

Ibope:

Dilma 52%(+2; +1) x 39% Serra (-3; -1)

Vox Populi:

Dilma 49% (+3; -2) x 38% Serra (-1;-1)

Lembrando que esses números se referem aos votos totais.

Descrição da análise abaixo:
São 9 pares de comparações.
Um lado, a comparação favorável a um candidato
O outro, a comparação mais favorável ao outro
vermelho: mais favorável à Dilma ou menos favorável ao Serra
amarelo: mais favorável ao Serra ou menos favorável à Dilma

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Maior diferença entre os dois: 15,2% Sensus
Menor diferença entre os dois: 11% DataFolha e VoxPopuli

Máximo da Dilma: 52% Ibope (arredondando 51,9%, o Sensus chega no mesmo número)
Mínimo da Dilma: 49% DataFolha e VoxPopuli

Mínimo do Serra: 36,7% Sensus
Máximo do Serra: 39% Ibope

Maior crescimento da Dilma nesta rodada: (5,1) Sensus
Maior queda da Dilma nesta rodada: (-2) VoxPopuli

Maior queda do Serra: (-5,2) Sensus
Menor queda do Serra: (-1) Ibope e VoxPopuli

Maior crescimento acumulado da Dilma: (5,1) Sensus
Menor crescimento acumulado da Dilma: (1) VoxPopuli

Maior queda acumulada de Serra: (-6,1) Sensus
Menor queda acumulada de Serra: (-2) VoxPopuli

Maior disparada da Dilma nesta rodada: (10,3) Sensus
Maior aproximação do Serra nesta rodada: (1) VoxPopuli

Maior disparada acumulada da Dilma nesta rodada: (10,3) Sensus
Menor disparada acumulada da Dilma: (3) VoxPopuli

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Conclusão:

O PSDB tem que tirar no mínimo 11% de diferença na última semana, para sonhar com a presidência. Muito difícil, mas nada impossível. Para ser demonstrar essa possibilidade, o Sensus evidenciou uma disparada de mais de dez pontos da Dilma em uma semana. Seria necessário o movimento inverso, em igual intensidade.

Os institutos "protegidos" pelo PSDB, Ibope e DataFolha, apontaram juntos quatro dos dados mais favoráveis ao Serra e um dado mais desfavorável a ele.

Curiosidade I: o Sensus, que começou o 2º turno sendo o instituto "mais confiável" para o PSDB (porque mostrou empate técnico), é aquele que dá quase todos os dados desfavoráveis ao Serra e favoráveis à Dilma, inclusive a maior diferença.

Novamente, não estou chamando a pesquisa do Sensus de enviesada ou pouco confiável, mas é uma disparidade muito grande em uma semana. Ainda assim, as diferenças do Sensus para os outros institutos estão dentro da margem de erro (2,2).

Curiosidade II: o VoxPopuli, a quem o PSDB pensou em processar pelos resultados, e de quem o PSDB constantemente levantou suspeitas nessas eleições, é justamente aquele que dá quase todos os dados favoráveis ao Serra e desfavoráveis à Dilma, nessa reta final, inclusive a menor diferença.

Para o PT, todas as pesquisas continuam boas. Porém, se na última rodada, o seu "protegido", Vox Populi, foi o que apresentou o maior número de dados mais favoráveis, agora esse instituto foi o que apresentou quase todos os dados desfavoráveis à Dilma.

Ainda favorecendo a Dilma, todos os institutos de pesquisa mostraram queda do Serra, em todas as rodadas

Já o crescimento da Dilma não foi uma constante, tendo ela ora subido, ora descido, ora estabilizado ao longo do 2º turno.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Resumo da Ópera PSDB x PT

Num ponto, alguns analistas têm razão:

O PSDB e o PT querem a mesma coisa: poder.

Poder para desenvolver o Brasil
Poder para desenvolver o ego
Poder para se reeleger.

A diferença entre esses partido é como usam esse poder para atingir seus objetivos.

PSDB quer que o Brasil seja um Palace II:
- aparência suntuosa
- vendido caro, apenas para uma classe alta
- porém construído com materiais baratos, de baixa qualidade
- entrega ao sucessor pronto para ser implodido

PT quer que o Brasil seja um Ed. Júlio Soares ("Prédio da Cemig" em Belo Horizonte)
- aparência reta e sóbria
- feito para trazer benefícios ao povo
- cuidadosamente construído sobre um brejo, aparentemente sem condições de sustentar tanto peso
- mesmo assim, de pé, ativo, firme, dando lucro após 50 anos e com previsão de ser ampliado

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

13 passos para entender o que aconteceu

1- Começa a confusão

2- Serra é atingido por uma bolinha de papel

3- Um cinegrafista do PSDB, sem perceber, captura a imagem

4- Com a confusão, o Serra e a equipe entram na Van, para se proteger.

5- Isso dá tempo de passar as imagens para o notebook ou para trocar o cartão de memória ou as fitas das câmeras.

6- Passada a confusão, o Serra volta para a rua.

7- Dentro da Van, alguém continua conferindo as imagens da confusão (na própria câmera ou no notebook)

8- Essa pessoa constata que o Serra recebeu uma espécie de "pedrada" no cocoruco, de um objeto disforme, impossível de determinar o que é, pelo tamanho da tela da câmera ou do notebook.

9- Essa pessoa entra em contato com o Serra pelo celular e explica a situação.

10- Mau ator, Serra imediatamente leva a mão à cabeça e simula um ferimento (tal qual Rojas).

11- Até aqui, ninguém ainda se revoltara com a "pedrada" que ele já teria tomado.

12- Serra volta para a Van moribundo.

13- Ele vai fazer exames com um médico chegado ao barraqueiro notório César Maia.

Afirmo aqui: Essa minha historinha é um palpite, uma especulação! Tirei da minha cabeça com base nos fatos e um pouco de raciocínio lógico. É claro que a minha seqüência de eventos pode estar errada da primeira à última linha, mas os fatos me permitem essa conclusão.

domingo, 24 de outubro de 2010

13 hipóteses nas quais Serra e a campanha do PSDB precisam que acreditemos:

(Considerando a minha visão de ontem, venho levantar essa questão)

A) Que havia uma chuva invisível de objetos, cuja nuvem fora colocada pelos mata-mosquitos e acima apenas da cabeça do Serra; ou

B) Que os mata-mosquitos têm uma mira inacreditável; ou

C) Que os mata-mosquitos têm uma sorte (ou azar) inacreditável; ou

D) Que, numa bolinha de papel, os mata-mosquito conseguem fazer, usando a mão, o que o Nelinho fazia com o pé, arremessando-a de longa distância, em curva aguda, e acertando o alvo;

E) Que caiu um objeto pesado na cabeça do candidato e só o Índio da Costa percebeu;

F) Que a diferença de 2Kg para 500g, depois pra 200g, nem é assim tão grande;

G) Que a Globo tem presunção de veracidade, mesmo depois de inúmeras contradições;

H) Que a Globo, e só ela, tem poder e legitimidade para esclarecer o que aconteceu, mesmo contra as versões de todos os outros canais;

I) Que uma história de que o Serra mesmo participou depende da explicação da Globo, para ele saber que versão adotar;

J) Que uma fita adesiva caiu e rebateu a pelo menos 30km/h, na melhor das hipóteses, no vácuo;

K) Que a mesma fita adesiva, ao rebater, sem ir abaixo dos 30Km/h, não acertou mais ninguém, no meio de uma multidão apertada;

L) Que uma lesão pode mudar de lugar com o tempo;

M) Que uma tomografia é necessária mesmo quando não há qualquer indício de lesão.

sábado, 23 de outubro de 2010

13+1 considerações sobre a bolinha de papel

Quero só dar meu palpite.

Dia 20, começou mais uma polêmica eleitoral que, em termos de esclarecimentos, não produz nada. Só confunde. Então, vamos elucidar algumas coisas.

O José Serra pode sim ter levado uma pancada forte na cabeça. O fato de não haver uma imagem crível dessa pancada, simplesmente mostra que ela ainda não veio a público. Assim, a possibilidade não fica totalmente excluída. Isso tem que ficar claro.

Além disso, também havemos de convir que, mesmo com uma simples bolinha de papel, de alguma maneira, pode-se falar em acuamento moral. Não estou tirando o direito dos mata-mosquitos se revoltarem. Mas o argumento da intimidação, até certo ponto, é válido. Assim, como são válidas as razões dos mata-mosquitos para se revoltarem com a pessoa do candidato.

Mas outras coisas são importantes nessa discussão:

1- Como tudo hoje, qualquer grande evento é registrado de inúmeros ângulos, pelos celulares e máquinas digitais. Posso considerar que a grande maioria dessas lentes estavam voltadas para o Serra. Muitas dessas pessoas registrando a passeata aparecem nas reportagens do dia 20. Entretanto, até agora apareceu apenas um vídeo que mal dá pra enxergar o suposto segundo objeto, além da bolinha de papel. Nenhum outro. Supondo-se que todos os celulares e máquinas digitais focados no Serra eram de seus eleitores, era de se esperar uma enxurrada de vídeos na internet, mostrando o objeto pesado e a seqüência de eventos. O que aconteceu, já passada quase uma semana útil, foi que nenhum de seus eleitores presentes se habilitou a provar o tal "objeto pesado".

2- Em contraste com a absoluta falta de evidências do "objeto pesado", a mesma discreta bolinha de papel foi capturada por pelo menos três ângulos diferentes. O objeto pesado - que obviamente deveria chamar a atenção -, não foi registrado por ninguém.

3- Mais do que isso, uma ou mais câmeras da própria campanha do José Serra estavam lá, registrando cada passo dele. E nem assim seu comitê conseguiu apresentar imagens do tal objeto que machucou o Serra. É uma contradição o fato de um mesmo instante sem muita importância ter sido registrado por diversas câmeras (inclusive a do Serra), e um instante de mais relevância ter sido supostamente capturado por apenas uma (que não é a do Serra).

4- Mesmo assim, esse registro é um indício duvidoso, já que não capturou a trajetória do projétil, nem antes, nem depois do suposto impacto. Esse segundo projétil poderia ter vindo, por exemplo, de trás, de cima ou de um dos lados. Ficaria impossível dizer se ele foi arremessado pelos mata-mosquitos ou acidentalmente por um morador do prédio acima ou por alguma armação de sua própria campanha. Isso se é que é possível esse objeto ter caído sem aparecer sua trajetória.

5- Além disso, o tal "projétil" do celular também já foi questionado, podendo se tratar de um "Óvni", ou seja, um efeito de luz e ângulo fez parecer, apenas naquele quadro (ou frame, se preferirem), que havia um objeto sobre a cabeça do Serra. Esse é um fenômeno extremamente comum. Onde alguns vêem fita adesivas, outros poderiam ter visto um espírito.

6- O vídeo com o "Óvni" foi editado, logo após o suposto impacto. Isso possivelmente gerou mais uma interpretação equivocada do vídeo.

7- Mas deu tempo de perceber que o Serra novamente não esboça reação, com o suposto segundo objeto. Essas quatro últimas constatações convergem para a conclusão de que esse celular também não registrou mais nada caindo no Serra.

8- Mesmo assim, se ficar comprovado que esse "Óvni" é, de fato, um rolo adesivo ou outro objeto, isso continua não justificando o sensacionalismo. Terão que dizer que foi ainda um terceiro objeto que atingiu o Serra.

9- Além disso, não apareceu, nem ouvi falar de "chuva" de pedrinhas, adesivos, bolinhas de papel, nada disso. Para que conseguissem acertar somente o José Serra duas ou três vezes, sem arremessar muitos objetos para cima, ou a pessoa teria que estar muito perto (teria que ser alguém do próprio partido) ou o mata-mosquito precisaria ter uma mira e uma concentração digna de Olimpíadas. É muito pequena a probabilidade de arremessarem dois ou três objetos e apenas uma pessoa ser acertada em todas as vezes no meio da multidão. Se essa pessoa for uma específica, essa probabilidade diminui para a quase nulidade. Teria sido maior a chance de apostar na Mega-Sena.

10- o perito da Globo comete equívocos gritantes em pelo menos duas conclusões: nos três ângulos disponíveis (SBT, Record e PSDB), a bolinha de papel nitidamente bate do lado direito da cabeça. Porém, para apontar onde a bolinha teria atingido, o perito coloca a bola quase no forâme-magno (ou seja, na base da nuca). Além das imagens, na posição em que estavam os petistas, era impossível alguém atingi-lo onde ele indicou. Mais uma vez, teria que ser alguém do próprio partido. Nesse ponto, o perito errou e errou por muito.

O crânio humano

11- Quando se refere à suposta fita adesiva, ele mostra o osso frontal direito, próximo do osso parietal (isto é, da testa para cima, ou, nas palavras dele, "frontal-superior"). Todavia, o único quadro em que aparece um indício de objeto, é bem no osso parietal direito, a meia distância do osso frontal (ou seja, no côco, um pouco de lado).

12- Talvez ele tenha feito isso para aproximar sua perícia do depoimento do médico, concordando com o lado de impacto. Mas o fez de forma completamente enganada (ou enganosa). Segundo o médico, a região de impacto é a occipito-parietal (de lado, um pouco atrás), ao contrário do perito, que determinou a região fronto-parietal (de lado, um pouco à frente). Esses dois erros grosseiros e favoráveis a um segundo impacto podem indicar que as duas "perícias" (a do médico e a do perito) tenham sido altamente tendenciosas.

13- Se um objeto realmente atingiu a cabeça do candidato, ou ele ou o médico se equivocou na localização do trauma. Em todos os registros, a mão do Serra indica que a dor ocorreu na região no osso parietal esquerdo, próximo do meio da sutura sagital (isto é, bem no côco). Ao contrário disso, o médico indica, com a mão, o lado direito e afirma que "o ferimento" ocorreu "na região occipto-parietal" (isto é, um pouco atrás na cabeça, de ladinho). Pode até ter sido um momento de distração, mas acho extremamente improvável algum médico, mesmo os recém-formados, cometerem esse equívoco, principalmente num momento de projeção nacional. Pior ainda um médico da experiência dele.

13+1- Diante desses fatos, o diagnóstico do médico concordou com o local da queda da bolinha de papel mostrada nos vídeos, mas contradiz o vídeo do Uol e a perícia da Globo, em relação à suposta "fita adesiva".

13+2- Ainda que um objeto mais pesado tenha atingido, o fato de o projétil não ter produzido nenhum resquício de lesão, nem mesmo rubor (isto é, "vermelhidão") indica que, se houve agressão, ela foi moral, não física. Contudo, a atitude do Serra faz parecer que houve uma agressão, além de moral, física.

Conclusão:

Como eu disse, eu não descartaria terminantemente a hipótese de agressão física, neste momento. Porém, reconhecer a existência dessa possibilidade não é a mesma coisa de dizer que ela é mais provável do que uma "armação" dos tucanos. Todas as evidências, inclusive o as do médico e a do perito da Globo, concordam que não houve qualquer tipo de agressão física.

Ao lado disso, já dá pra afirmar categoricamente que houve valorização excessiva do ocorrido, com a ajuda do Jornal Nacional, o que já configura uma interpretação desonesta dos fatos.

Se houve agressão física, uma imagem menos duvidosa do "atentado" aparecerá. Isso é certeza, não uma possibilidade. Enquanto essa imagem não aparecer, a tese mais concreta é a da armação.

E mais, se nenhuma imagem aceitável aparecer até as eleições, podemos ter a segurança de concluir, sem margem de dúvida, que o ocorrido foi uma armação tucana, pura e simples.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Comparativo da nova rodada de pesquisa

DataFolha:

Dilma 50% (+3) x 40% Serra (-1)

Sensus:

Dilma 46,8% (estável) x 41,9% Serra (-0,9)

Ibope:

Dilma 51%(+2) x 40% Serra (-3)

Vox Populi:

Dilma 51% (+3) x 39% Serra (-1)

Maior diferença entre os dois: 12% Vox Populi
Menor diferença entre os dois: 4,9% Sensus (não se trata mais de empate técnico)

Máximo da Dilma: 51% Ibope e Vox Populi
Mínimo da Dilma: 46,8% Sensus

Máximo do Serra: 41,9% Sensus
Mínimo do Serra: 39% Vox Populi

Maior crescimento da Dilma: 3% DataFolha e VoxPopuli (acima da margem de erro)
Menor crescimento da Dilma: 0% Sensus (estabilidade)

Maior queda do Serra: 3% Ibope (acima da margem de erro)
Menor queda do Serra: 0,9% Sensus (dentro da margem de erro)

Maior disparada da Dilma: 5% Ibope
Menor disparada da Dilma: 0,9% Sensus

Conclusão:

O PSDB só pode confiar nas pesquisas do Sensus para imaginar que não será tão difícil virar a eleição. Todos os dados mais favoráveis (ou menos prejudiciais) ao Serra encontram-se no levantamento do Sensus. Não estou chamando a pesquisa do Sensus de enviesada ou pouco confiável. A pesquisa do Sensus é a de menor amostragem e com a maior margem de erro (2,2)

Para o PT, todas as pesquisas estão boas. De todos os levantamentos, só o Sensus não apresenta algum dado mais favorável à Dilma. O Vox Populi é o que apresenta o maior número de dados mais favoráveis.

Se o Sérgio Guerra quiser continuar a processar o Vox Populi, ele terá que pensar seriamente em questionar dois institutos amigos e protegidos seus do 1º turno, o DataFolha e o Ibope.

O Sensus foi questionado pelo PSDB no 1º turno.

Moral da estória. O instituto de pesquisa é mais ou menos confiável, de acordo com a conveniência dos resultados.

sábado, 16 de outubro de 2010

Em quem acreditar?

DataFolha:

Dilma 47% x 41% Serra

Sensus:

Dilma 46,8% x 42,7% Serra

Ibope:

Dilma 49% x 43% Serra

Vox Populi:

Dilma 48% x 40% Serra

Maior diferença entre os dois: 8% Vox Populi
Menor diferença entre os dois: 4,1% Sensus

Máximo da Dilma: 49% Ibope
Mínimo da Dilma: 46,8% Sensus (diferença de 2,2%, no limite das margens de erro)

Máximo do Serra: 43% Ibope
Mínimo do Serra: 40% Vox Populi (diferença de 3%, acima das margens de erro)

Tá normal?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

última pesquisa Datafolha

Deu Dilma 47%X41% Serra. O resto é bobagem.

No entanto, outros números chamaram minha atenção. Em rejeição, a Folha dá a entender que a Dilma tem um pouco mais de rejeição que o Serra.

Dos que não votam na Dilma, 67% não votariam nela de jeito nenhum (e 33% poderiam votar, creio eu).
Dos que não votam no Serra, 66% não votariam nele de jeito nenhum (e 34% poderiam votar, creio eu)

O que está confuso é que essa porcentagem representa apenas aqueles votos que não foram dados a esses candidatos. São grupos diferentes, de dimensões diferentes.

Uma teoria dos conjuntos rápida explica bem a situação:

Quantos não estão votando no Serra: 100% - 41% (total de votos nele) = 59%
Quantos não estão votando na Dilma: 100% - 47% (total de votos nela) = 53%

Quantos não votariam no Serra de jeito nenhum: 59% x 66% = 39%
Quantos não votariam na Dilma de jeito nenhum: 53% x 67% = 35,5%

Resultado real da rejeição Serra 39% X 35,5% Dilma. Na verdade, o Serra tem mais rejeição, e não o contrário, que a Folha nos dá a entender.

Isso, segundo meus próprios cálculos. Aceito correções.

Donde também posso concluir que o teto da Dilma é de 47% + 53% x 33% = 64,5%.

A Dilma ainda tem muito espaço para crescer. Basta continuar fazendo uma campanha limpa e honesta.

Não custa mostrar a sujeira e a desonestidade da campanha do outro lado também...

Dilma neles!

sábado, 9 de outubro de 2010

Mentiras óbvias

Quando uma verdade é óbvia, ela não precisa ser provada para ser aceita.

Meu sangue é vermelho. Isso é óbvio. Não preciso provar.

E quando a mentira é óbvia? É quando não é preciso demonstrar que uma informação é errada para ela ser refutada.

Um objeto cai pra cima. É óbvio que é mentira. Embora seja muito fácil demonstrar a fragilidade dessa premissa, chega a ser ridículo alguém se propor a provar o contrário.

Assim estão aparecendo alguns fatos sobre a Dilma.

Hoje, ela foi comparada ao Collor, porque Collor foi eleito, mesmo sendo desconhecido. Ora, a Dilma ocupa, há mais de cinco anos, talvez um dos cinco cargos de mais destaque na Federação. Mais destaque, inclusive que o governo de São Paulo. Tem sido noticiada aos quatro ventos há muito tempo.

Agora vem uma campanha, querendo empurrar goela abaixo a tese de que ela não é conhecida e, assim, não deveria ser eleita. E, para isso, resolveram compará-la ao Collor. Por que não a comparam, por exemplo, ao Barack Obama? Ou ao tucano eleito em Minas, Antônio Anastasia (que ocupa precisamente o mesmo nicho de administrador alavancado pelo antecessor)?

Ou a campanha do PSDB realmente está de sacanagem ou se apegou à idéia ingênua de que, depois de dar suas "avoadas" um tucano pode cair pra cima...


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Anti-anticampanha

Sei que ando relapso com este espaço. Acho que percebi que não levo muito jeito pra coisa. Não sei se a intenção era transformar o Palpite do Dia em palanque. Porém...

O que justifica meu retorno é que eu não queria ver o bonde passar. A Dilma não foi para o 2º turno com a Marina e a campanha para difamá-la está pesada. Quero fazer a minha parte para desconstruir isso.

Agora há pouco, vi uma campanha "Dilma Não".

Acho nobre quando alguém vota num candidato pelos valores dele. O que acho totalmente desmerecido é quando o candidato vence pela rejeição ao outro - ainda que o outro seja, mesmo, corrupto, incompetente ou pefelista (que costuma ser a junção dos dois primeiros).

O que o terço tucano do eleitorado tem tentado fazer é isso. Não é uma campanha, mas uma anticampanha. E o mais triste é que é uma anticampanha fundamentada na falta de compromisso com a verdade e fomentada pela campanha do PSDB, inclusive em horário eleitoral.

Em nome do bom senso e da valorização da inteligência dos brasileiros, venho propor a anti-anticampanha. Já começaram a pipocar sites que desmentem os boatos sobre a Dilma e o PT. Falta agora divulgar maciçamente, para que se faça uma campanha baseada em argumentos sólidos e para que o eleito mereça a vitória, ainda que seja o PSDB (possibilidade que considero remota).

Aliado a isso, é preciso reconhecer que o PT tem feito, pelo menos desde 2001, campanhas limpas, sem apelar para baixaria, revidando apenas com propostas e resultados as anticampanhas sujas de que tem sido alvo desde 1989 (e tem reiterado essa posição na atual campanha). Isso deveria ter um grande repercussão na sociedade.

Na linha do "Dilma Não", também é preciso haver uma anti-anticampanha. Porque marketing não se faz apenas com ideologia. Não quero inventar essa palavra ou expressão, porque não sou bom com essas coisas. A única coisa que rejeito desde o primeiro momento como resposta é um "Serra Não". Não precisamos de mais essa.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Caiu o último confiável

Com o Data Folha mostrando a Dilma dando um pau no "Zé", inclusive em São Paulo, agora não existem mais institutos de pesquisa confiáveis no Brasil, segundo um terço do eleitorado brasileiro.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dilma Pop

Encontrei esta imagem na internet, e achei muito bacana.

Não sei quem teve a genial idéia de escrever uma palavra de ordem por cima, mas a imagem foi publicada na revista Época, na fatídica edição que tentava associar um caráter terrorista aos movimentos por que passou.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Marqueteiros de José Serra lêem o Palpite do Dia


E não é que surtiu efeito? Leiam trechos do jingle do tucano:

Quando Lula da Silva sair
É o Zé que eu quero

Com Zé Serra eu sei que anda
É o Zé que eu quero


(...)

Zé é bom e eu já conheço
Eu já sei quem ele é
Pro Brasil seguir em frente
Sai o
Silva e entra o Zé

(...)

Quando Lula da Silva sair
É o Zé que eu quero

Agora é Serra Presidente do Brasil

Sem falar do já muito comentado uso da imagem do Presidente na campanha do PSDB.

Mas a minha pérola, deixo para o final. Vejam a imagem que colocaram num site de relacionamento pró-Serra, já com mais de 6mil integrantes:

Calma gente, era só brincadeira


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mais Michael Jackson

Apenas uma divagação, um palpite despretensioso... durante toda a história da música, apenas artistas brancos tinham a chance de se imortalizarem com suas obras geniais. Estou falando de Bach, Mozart, Beethoven, Liszt, cada um, o mais genial da sua época. Nos primeiros momentos que os artistas negros puderam ter suas músicas ouvidas, eis que um representante da raça se torna o maior gênio musical de seu século. E não me venham com essa de Beatles, porque os Beatles são um conjunto, todos contribuindo com sua genialidade. Michael, ao contrário, sustentou sozinho um conjunto de extremo sucesso e ainda permaneceu como fenômeno por vários anos.

Seu declínio deve-se somente às denúncias e às suas esquisitices. O que é lugar comum para gênios.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Terrosismo político

Saiu 19 de maio, comentário do Arnaldo Jabor sobre política internacional e eu estava doido pra falar qualquer bobagem sobre o asssunto.

Palavras-chave: constrangedor, "perder muito prestígio", "países 'mais importantes'", desconfiaram, "país mais sinistro do mundo ", "enrolar a ONU"...

Dou uma bala pra quem descobrir se ele falava de Israel, do Irã, do Brasil ou de todas as alternativas.


Atualização dia 23 de agosto: Tiraram o comentário Jaboriano do ar. Não tem problema. A postagem continua fazendo sentido.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mensagem apagada

Apaguei, porque não combina muito com meu estilo.

De vez em quando tenho esses surtos.

Se eu fosse só um pouco mais bipolar, eu virava mulher.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobre o oportunismo no PV

Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 24 de maio de 2010.

Esse Ronaldo Vasconcelos já é o próprio exemplo de oportunismo no PV. Ele era, salvo engano, do ex-PL (não de Partido Livre, mas de Partido Liberal, hoje chamado PR) e seu negócio político era direitos do consumidor. Menos de dez anos atrás, porém, aconteceu alguma reviravolta misteriosa, fazendo-o mudar para um "nicho" em que sua trajetória (pelo menos a política-profissional) não tinha a menor tradição: a ecologia. Assim, ele passou a adotar o discurso ambientalista. Não quero ser preconceituoso, mas algo me diz que a intenção era de usar o PV como partido de aluguel (como tem sido intensamente usado desde o mensalão, ou, quem sabe, um pouco antes). Talvez as conveniências tenham prolongado esse "contrato de aluguel" até hoje.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Palpites para alavancar o Serra nas pesquisas

Ele já se declara de esquerda, já disse que Lula é um mito e está acima do bem e do mal, já disse que o Banco Central tem que ter autonomia, já disse que Estado bom é Estado forte, porém isso ainda não foi suficiente ganhar da Dilma.

Venho humildemente sugerir novas estratégias para os marqueteiros tucanos obterem sucesso na candidatura de seu pleiteante:

Em primeiro lugar, pegaria bem engordar um pouco, deixar a barba crescer, usar um boné do MST e sair de vermelho de vez em quando.

Aqui vai um comportamento acertado do candidato tucano: ele já dá palpites sobre futebol. Ainda falta fazer analogias e usar camisas de times.

Em seguida, ele deveria rotineiramente criticar a imprensa e apoiar leis que valorizem os direitos humanos, cotas para negros e índios, entrada de empresas estatais na concorrência de telecomunicações para os mais pobres e políticas afins.

Por último, ele deveria inovar no slogans. A sugestão é pensar no caso de imprimir adesivos, camisas e bonés com os dizeres:

- Serra-lá, sem medo de ser feliz.
- Agora é Serra.
- Cabeça de ovo, com a força do povo.
- Deixa o careca trabalhar!

sábado, 15 de maio de 2010

Pesquisas de intenção de voto versus analistas

Já virou rotina, basta sair um resultado diverso da vontade do partido, que seus militantes prontamente desconstroem sua validade, acusando os institutos de fraudes ou incompetência.

Foi o suficiente as pesquisas Ibope (carioca, contratada pela Globo) e Datafolha (paulista, contratada pela Folha de São Paulo) divergirem pela primeira vez do resultado da Vox Populi, dando mais vantagem ao José Serra, que todos os comentaristas da esquerda se dispuseram a desmerecê-las, apontando falhas metodológicas e eventuais interesses corporativos dos institutos e seus contratantes.

Agora, que o VoxPopuli (mineira, contratada pela Band e pela Carta Capital) confirmou a tendência de sua última pesquisa, apontando uma virada da Dilma sobre o Serra, já começaram a pipocar os mesmíssimos argumentos contra o instituto e um de seus contratantes (já que não pode duvidar da Bandeirantes, que é francamente serrista).

Meu forte não é pesquisa de opinião. Mas sei que estatística, embora tenha critérios exatos e científicos, não pode ter valor de conclusões científicas. Por isso, está sempre acompanhada de uma dose de erro. O fato é que alguém está "errando mais". Pode ter alguém de má-fé aí? Pode. Também podem ser simplesmente divergências metodológicas ocasionais, não viciadas.

Levantamentos estatísticos não devem ser lidos como fonte absolutamente segura. Aliás, levantamentos estatísticos não podem ser a principal fonte para se tirar conclusões de nada. Nos casos em que elas são as únicas referências, deve ser ter um cuidado redobrado. A melhor metáfora que se pode fazer é a da fotografia. Por mais criteriosas que sejam, elas mostram apenas aquele momento daquele ângulo específico, em que elementos podem estar em distorção, ampliados ou reduzidos. Toda análise de resultados de pesquisas de eleição devem considerar essa possibilidade de erro (e não só aquele desvio de "dois pontos para mais ou para menos").

Porém, em principio, isso não deveria afetar a reputação dos institutos e de seus contratantes. Qualquer desmerecimento de pesquisa que insinue fraude de seus fomentadores deve ser entendido como acusações sérias e, como tal, devem ser acompanhados de um embasamento concreto e provas.

Acusações levianas, sem os requisitos acima, são antidemocráticas, anticientíficas, tendenciosas, mal-intencionadas e, assim, cheiram alguma coisa parecida com golpe.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pedindo água

Não agüento mais. Cheguei no meu limite.

Vou aposentar.

domingo, 25 de abril de 2010

Mais sobre privatizações

Resposta ao Laguardia, que não consegui comentar na página dele, porque excedeu em muito 4.096 caracteres.

Laguardia,

em primeiro lugar, obrigado pelo comentário.

Parece que você é de Belo Horizonte, onde operava a Telemig. Como eu, você também deva ter sido "cliente" da Telemig na era "pré-privatização". Ou, talvez você morasse no Rio de Janeiro nessa época, onde realmente o serviço era sofrível. Acho desnecessário e cômico eu ter que "provar" minha senilidade (normalmente, tento provar a minha jovialidade). Não é porque tenho uma opinião diferente, que meu ponto de vista é infantil ou ingênuo. Vamos explicar as coisas.

Minha insatisfação com a venda da Telemig é muito clara. Caso você tenha morado no Rio ou outro estado nessa época, devo avisar: na era "pré-privatização", a Telemig tinha um serviço de primeira. Juntamente com a Cemig, a Telemig dispunha de (investia em) tecnologia de ponta para a época. Digo isso, porque acompanhei mais ou menos de perto (pelo que você disse, você também. Relembre comigo alguns aspectos da telefonia "estatal" em MG). Hoje, a Cemig - que continuou majoritariamente sob comando do Estado, por mérito do Itamar -, como qualquer empresa estatal ou de economia mista bem administrada, cumpre seu papel e detém bons serviços e boa reputação. Só pra exemplificar, antes da privatização, o telefone "dava linha" e executava a chamada instantaneamente, inclusive interubana (por isso conclui que você não foi cliente da Telemig). Logo após a privatização, porém, estranhamente, esperávamos segundos ou simplesmente as ligações não completavam, mesmo as locais. Apenas algum tempo depois é que tudo voltou como era antes. Outro bom exemplo é que se ligava de, por exemplo, Ouro Preto a Ipatinga como chamada local, ou seja, cidades abrangidas pelas mesmas estações pagavam o pulso local. E esse pulso, diga-se de passagem, era de quatro em quatro minutos. Seu valor correspondia a poucos centavos de hoje. Para completar, se precisei reclamar de algum serviço da antiga Telemig, não me recordo de ter sido tratado com desdém e ignorância. Logo antes da privatização, ainda, MG era um dos primeiros estados a disponibilizar o uso de celulares em larga escala. A Telemig já tinha planos de uso noturno, o "CeLUAR". Para obter uma linha qualquer, pelo menos no meu caso, era preciso comprar ações da empresa (isso, de fato impedia boa parte da população em ter uma linha doméstica), o que significava participação nos lucros, quando havia (e não uma mensalidade exorbitante, como você diz).

Como qualquer novidade, realmente, não era para todos. No entanto, acredito eu, a democratização das telecomunicações, a exemplo de qualquer tecnologia, era uma estrada de uma mão só, haja vista a informática; a TV a cabo ou satélite; bens de consumo duráveis; o atual alcance das linhas de transmissão da própria Cemig; a quantidade de cidades que com menos de 100mil habitantes que já dipõem de ETAs e ETEs, seja da Copasa, seja dos SAAE e uma infinidade de casos de serviços que eram escassos no fim da década de 1990 e hoje estão ao alcance de uma parcela muito maior da população. Assim, o amplo acesso ao telefone já se anunciava um caminho sem volta, com ou sem privatização.

Sem falar que os anos que precederam as privatizações foram de total desmantelamento de várias empresas estatais e de economia mista (inclusive a CVRD), seguindo à risca a chamada "cartilha neoliberal", como que "preparando o terreno" para justificar as privatizações. Qualquer especulação que você ou eu façamos da alegada precariedade anterior às privatizações deve levar isso em consideração.

Devo dizer também, para evidenciar a competência do serviço da antiga Telemig, que, assim que a Telemar foi vendida, houve uma debandada geral de engenheiros da ex-Telemig para a Telemar do RJ, consoante o serviço no RJ ter melhorado substancialmente ao mesmo tempo que o servço em MG, no princípio teve uma sensível piora, como eu disse acima.

Eu ainda poderia citar a Embratel, com seu pioneirismo dos sistemas Multiplex e Radiovisibilidade, ainda no tempo do Geisel (!). Mas já é me delongar demais no assunto.

Hoje, cliente da Oi, ex-Telemar, ex-"linha-fixa"-da-Telemig, ao contrário dantes, insisto que só tenho a lamentar quanto aos herdeiros diretos da privatização: os péssimos serviços, preços e respeito ao consumidor - pelo menos, se comparados aos da antiga Telemig. Se as Agências Reguladoras (outra invenção de FHC) não cumprem bem o seu papel, também é algo a se discutir. Mas desconfio que lobistas e corruptores que não podiam existir antes da privatização tenham a ver com isso.

Sobre a Vale, não vou aprofundar muito no assunto, porque não é mesmo a minha especialidade. Acabei de reler o comentário no Briguilino. Não me lembrava mais daquilo. Porém, podemos prosseguir o assunto. Se não me engano, a Previ é uma empresa (ou fundação?) previdenciária de direito privado, que praticamente doou parte do dinheiro para um certo amigo do PSDB comprar a Vale, a revelia de seus associados - funcionários do BB, e não de "propriedade" do BB (se quiser, você pode elucidar essa minha ignorância assumida). De qualquer forma, você tentou desconstruir um argumento que não usei. Não me baseio nisso para criticar a privatização da Vale. Minha critica foi a perda do controle efetivo do governo a uma fração do valor real, independente de quem tenha sido o comprador. Além de ter sido economicamente um mau negócio, essa perda do controle, na minha opinião, representa a perda do uso social da empresa e um possível desinteresse à questão ambiental. Essa é a crítica que tenho feito à privatização da Vale. Tenho outras, ainda não toquei no assunto internet afora. Um dia posso voltar a esse tema.

Agradeço as informações e alguns outros aspectos da privatização da Vale e outros assuntos, que eu desconhecia. Mas ressalto uma correção: se tenho uma visão que tende à (verdadeira) social-democracia e a um certo esquerdismo, isso está muito longe de eu ser petista ou lulista, muito menos fanático. Se assim pareço, pode ser por causa da proximidade das eleição, quando nossos sentimentos políticos começam a exarcebar. Convido-o a ler outros comentários meus sobre o assunto. Tenho certeza que você concordará que formou uma impressão precipitada e radicalizada sobre mim.

Seu comentário foi muito bem-vindo no Palpite do Dia e a partir de agora, vou esperar outros. Mas vamos manter uma padrão suportável de civilidade e respeito à pluralidade de opiniões (essencial à democracia, que você tanto preza) nas discussões, está bem?

Um abraço.

Zé Cabudo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Brasil tem a 2ª maior tarifa de celular do mundo

Notícia requentada, assumo.

É que andei uns dias sumido, mas guardei alguns assuntos que eu queria comentar.

No comecinho de fevereiro, a consultoria europeia Bernstein Research disse que o Brasil te a 2ª maior tarifa de celular do mundo.

Também é de conhecimento comum - podendo-se pesquisar em qualquer Procon da vida - que os campeões de reclamações no Brasil são justamente todas as empresas de telefonia celular.

Fiquei esperando (e apostando que não ia sair nada) alguém relacionar o péssimo atendimento e os preços surreais com a privatização, que prometia mundos e fundos.

Ainda estou esperando (e apostando).

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A indignação do Alexandre Garcia

Os mais novos devem achar o Alexandre Garcia um jornalista dos mais politizados e atuantes do Brasil. Todos os dias ele aparece na TV ou no rádio indignado, dizendo como o governo é ruim e os políticos são corruptos.


Quem o vê hoje, não sabe a indignação dele na época da ditadura e do governo Collor.


Sem entrar no mérito do teor das críticas, é impressão minha ou um presidente operário com recorde de aprovação tornou esse cara mais sisudo? Não parece que ele era mais conformado, mais relaxado, mais bem-humorado, mais benevolente, mais simpático naqueles tempos?

Afinal, o governo Collor não é reconhecidamente um dos mais corruptos da nossa História? E violência não existia no Brasil? A justiça era um primor? Por que então essa diferença de humor em relação à política nesses dois períodos? O Governo Lula é uma tragédia tão grave que não merece nem ter uma crônica indiscreta amigável desse humorista jornalista?

Talvez este artigo, em que ele expõe o próprio ponto de vista sobre o golpe militar, explique alguma coisa....

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mais um palpite sobre as cotas raciais

Argumentar que os critérios são subjetivos (ou que não há fundamentação genética e outras baboseiras afins) para invalidar o mérito das cotas (ou de qualquer outra medida inclusiva) é como esperar que a miscigenação resolva o problema da desigualdade racial no Brasil.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Por que funcionário público tem fama de improdutivo

Ao longo de anos anteriores, acumulei quase um mês em horas-extras, que eram o minimo que eu achava de direito eu compensar. Na verdade, tem muito mais, porque tudo, absolutamente tudo, que eu trabalho a mais e a menos eu registro numa planilha que criei.

Agora veja a resposta que um servidor público (eu) merece ao pedir a compensação mais do que justa desse período:

"Todo esse tempo é inerente ao trabalho, isso não pode ser compensado."

Não? Oras bolas...

Se meteorologistas tiverem que dar plantão por causa da época de cheias, ele não podem compensar o tempo por ser inerente ao trabalho? Ou isso seria "menos" inerente do que o meu caso? Se um médico tiver que fazer 20horas consecutivas de cirurgia, ele não pode pedir pra descansar, porque é inerente ao trabalho? Se um técnico eletricista morrer eletrocutado por causa do trabalho, a família não pode ser indenizada porque é inerente ao trabalho? Se uma atriz fizer o teste do sofá para conseguir uma chance, ela não pode alegar assédio sexual, porque é inerente ao trabalho? Se um jogador de futebol negro é chamado de macaco por algum companheiro, não é racismo, porque é inerente ao trabalho?

E meu limite de 40horas semanais não é inerente ao trabalho? Por esse raciocínio, devo pensar que o máximo constitucional de 44horas semanais também deve ser subordinado ao que for inerente ao trabalho.

Ou seja, ganhei um pequeno alento, mas tomei pra dentro de com força, achando que, me dedicando, tudo seria reconhecido. Além disso, nesse meu pedido, fui sutilmente acusado de má-vontade e preguiça, para justificar essa recusa (o que não é verdade, como já comentei aqui mesmo).

Não sei se ela mesma acredita nisso, se ela é orientada a não ficar liberando demais os funcionários. Quero crer que ela ficou incomodada com um pedido de tantos dias para descansar ou que a superior dela a puniria se ela liberasse ou que ela não quisesse encorajar todo mundo a fazer a mesma coisa. Só sei que, no fim, só me restou fazer cara de quem não concorda, mas aceita, porque não sou eu quem manda.

Agora, observe como subentende-se que a preguiça fica institucionalizada.

Foi dito também que esse tempo perdido acaba sendo compensado quando eventualmente eu precisar, como um imprevisto ou alguma necessidade justa, mas que eu não tenha direito formalmente. Eu, que sempre evitei esse tipo de situação, agora posso relaxar. Se um dia eu achar que devo falhar ou deixar de trabalhar um turno, basta dar uma desculpa. Simples assim.

Planilha pra quê?

domingo, 4 de abril de 2010

Por que o SUS não funciona?

Se querem a resposta, façam uma visita a qualquer núcleo regional de secretarias de saúde do Brasil (aliás, nem precisa ser só a administração descentralizada). Se encontrar algum servidor (de carreira), perguntem-lhe sobre condições de trabalho. Perguntem qualquer coisa sobre isonomia. Perguntem sobre salários. Procure alguém motivado. Os hospitais e os postos de saúde são só a parte que aparece.

sábado, 3 de abril de 2010

Manifestação teria sido aliciada por dirigentes

Jornal Estado de Minas, edição do dia 1º de abril de 2010, Caderno Gerais, página 24.

Tema: "Aliciamento" (de aliciar, ou seja, "1. atrair a si; granjear, angariar. 2. Seduzir; subornar.", segundo Celso Pedro Luft
Chamada: "CUT pagou manifestantes"
Sub-título: "Presidente da associação que contratou ativista para protestar contra o governo estadual (gerido pelo príncipe Aécio) confirma que dinheiro foi repassado pela Central Única dos Trabalhadores"

Também encontrada no portal Uai.

Quando li isso, minha primeira reação foi de condenar a CUT e desmerecer completamente o protesto. Pensei: "desta vez, realmente não tem desculpa. Terceirizaram a manifestação para fazer mais volume."

Abaixo, uma foto estampada, sobre a legenda: "Welton Luiz, o Pelé, diz que a 'ajuda de custo' dada aos participantes do protesto veio de um rapaz da CUT".

As áspas em "ajuda de custo" apenas reforçam a idéia a que a chamada me levou.

Mas deixei a preguiça de lado e fui à leitura da matéria. Começa assim:

"Ativistas que fazem panfletagem para a Associação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário Aposentados e Pensionistas de Belo Horizonte e Região foram pagos pela Central Única ds Trabalhadores para engrossar a primeira manifestação do funcionalismo estadual na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, em 16 de março." (grifo meu)

Contraditoriamente, logo abaixo, no mesmo parágrafo, o próprio jornalista se desmente. O entrevistado esclarece que o dinheiro recebido se tratava de R$25,00 (!), para custear alimentação (já que eles - a maioria, de fora da capital - passariam o dia inteiro na manifestação).

Ao longo do texto, a própria matéria vai desconstruindo a tese que ela mesma formulara, no seu primeiro período. O mesmo entrevistado, o Pelé da referida foto, diz sem nenhuma restrição como foram combinados e repassados a "abusrda" quantia de R$25,00 aos participantes da manifestação (a imensa maioria formada, sim, por servidores, dos quais, grande parcela, chegou de ônibus, vindos do interior).

Na minha opinião, esse apoio de outras classes - mesmo as que receberam ajuda de custo - não demonstra absolutamente nenhuma imoralidade. Essa união de diferentes setores trabalhistas é uma atividade comum e até saudável para a democracia. Deveria ser estimulada. A própria greve dos rodoviários ganhou adesão de grande parte da sociedade, inclusive o funcionalismo público. Afinal, ainda que não seja problema seu, se a causa é justa, por que não a defender?

O que não quer dizer que os trabalhadores tenham que fazer mais sacríficios pela causa. Uma simples ajuda de custo (sem áspas) seria o mínimo esperado para qualquer pessoa mais engajada disponibilizar todo o seu tempo livre para sair da sua cidade e manifestar sua insatisfação. E R$25,00 por um dia inteiro é uma quantia bastante razoável para os padrões estipulados na Cidade Administrativa, reino muito, muito distante onde o protesto se deu.

Além disso, o tal Pelé ainda esclarece vários mal-entendidos (ou interpretações de má-fé), que não pretendo esmiuçar aqui.

A matéria ainda explica que a denúncia veio depois que foram feitas imagens mostrando esse pagamento. Essas imagens são 35segundos, editados, de dentro de um ônibus e é possível visualizá-la no atalho para o portal Uai. Pesquisei e a encontrei novamente aqui, dentro de uma primeira matéria, que já tirava todas as conclusões, sem consultar os diretamente envolvidos.

Nessa matéria anterior mesmo, um outro dirigente de sindicato, sem nem ter participado da manifestação, já explicava:

"Ele (vice-presidente da Sinpol) disse que os servidores recebem de R$ 10 a R$ 20 para se alimentar. 'Não podemos tirar essas pessoas de suas cidades e deixar que elas fiquem com fome. Não estamos fazendo nada mais do que a restituição do que os associados pagam por mês aos sindicatos, pois trabalhamos por eles. Não há pagamento de militante'"

Sabendo-se que, antes de sua ocorrência, essa manifestação havia sido intensamente alardeada, fica claro que alguém se infiltrou com a intenção de registrar alguma malandragem dos movimentos sociais. Qualquer malandragem. Ou qualquer coisa que pudesse ser propagada como malandragem.

Isso leva a crer também que a filmagem e as matérias foram concebidas com clara finalidade de desmoralizar o movimento e, com ele, todas as reivindicações do funcionalismo e outros movimentos de oposição ao Governo de Minas. E isso reforça a blindagem que a imprensa mineira tem rotineiramente dispensado ao governador Aécio.

Dito isso, conclamo todos a relerem o título deste humilde comentário e refletirem: qual é a manifestação comprada e quem é o dirigente interessado?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

As maiores mentiras do Brasil





Mentiras do Brasil
Gabriel Pensador
Composição: Gabriel O Pensador

Era uma vez duas criancinhas
Um mundo do faz de conta era onde eles viviam
Seus nomes eram José e Maria
E verde e amarelo era a bandeira que vestiam
Queriam viver com felicidade mas pra isso era preciso saber sempre a verdade
Os adultos hipócritas provocavam sua ira
Pois quem é puro não gosta de conviver com a mentira
Mas Zezinho e Maria eram puros porém sabidos
Deixavam tapados um dos lados de seus ouvidos
Pra não entrar por aqui e sair por ali
O que escutavam e achavam importante refletir
E na TV as histórias que os adultos contavam
Eles gostavam de ver
Mas nem sempre acreditavam
Se revoltavam vendo coisas que até cego já viu
E resolveram fazer uma lista com...

As maiores mentiras do Brasil
Vocês e suas mentiras vão pra... (primeiro de abril!)
As maiores mentiras do Brasil
Vocês e suas mentiras vão pra... (primeiro de abril!)

E uma mentira absurda encabeçava o rol:
Deus é brasileiro... (Só se for no futebol!)
Certas frases conhecidas são mentiras e ninguém nega
(por exemplo?) "A justiça é cega!"
Quem prega isso é canalha (psh! Não espalha)
Porque aqui a justiça tarda... E falha!
E o Zezinho gargalha com outra mentira boçal
(qual?) "O brasileiro é cordial" aha!
Mas que gracinha, imagina se não fosse!
Se o brasileiro é amável, Adolf Hitler é um doce
Porque a lei de Gérson é o nosso evangelho
Todos querem se dar bem e não se respeita nem os velhos
Dizem também que o pobre é malandro
Mas o povão tá só ralando e quem tá armando são os grandes empresários e empreiteiros
Mas até hoje só prenderam o PC e os bicheiros
No país da impunidade tudo é contraditório
Deixam o resto em liberdade em troca de um simples bode expiatório
Que situação patética
É real ou ilusório o processo de restauração da ética?
Será que é boato? Zezinho e Maria perguntavam
E enquanto isso anotavam...

Refrão

Mentira tem perna curta e se desmente facilmente
Zezinho estava em frente a uma loura linda e inteligente
E tem gente que diz que toda mulher bonita é burra
Quem acredita merece uma surra
Dizem que o bebê vem da cegonha
E que cresce pelo mão se bater uma bronha
Mas o pequeno Zé não acreditava
E se crescesse ele raspava
A lista de mentiras aumentava:
Comunista come criancinha, Aids é doença de gay
"Mentira!" (seu comunista, bota camisinha!)
Mariazinha ficou mocinha e descobriu que era caô
Que só existia sexo com amor
Aprendeu a falar inglês e viu que não é só filme brasileiro que tem muito palavrão
Pois foi no cinema e ouviu tudo o que eles cortam na legenda e na dublagem da televisão
Queriam as verdades sem cortes
Queria liberdade
Queriam independência ou morte
Perguntaram ao fantasma de Cabral a história real entre Brasil e Portugal:
"Não foi sem querer que descobrimos vosso país
Nós portugueses não somos burros como se diz!"
Outra piada que não era nada séria era que a seca do Nordeste era a culpada da miséria
Desculpa esfarrapada puro blá, blá, blá...
Pois se os políticos quisessem eles faziam o sertão virar mar!
Tem também a lenda eterna da falta de verbas
As moscas mudam mas é sempre a mesma merda...
E a lista continua sem parar
Com mentiras que o Pinóquio teria vergonha de contar

Refrão

Diziam que o Brasil é o país do futuro
Mas eles viram que o melhor era viver o presente
Zezinho e Maria decidiram mostrar pra todo mundo que é mentira que o Brasil não vai pra frente!
Eram crianças
Tinham muita esperança
Mas não queriam esperar pois quem espera nunca alcança
Acharam nojento todo aquele fingimento
E começaram a ficar violentos
(O brasileiro tá cansado de ser enganado
Daqui pra frente os mentirosos serão enforcados)
E começaram assim uma revolução
Controlaram todos os meios de comunicação
E revelaram sua lista com as milhões de mentiras
Que atrasavam a ordem e o progresso da nação
Só tinham uma saída pro país
Acabar com as mentiras pela raiz
E como toda revolução deixa cicatriz
O sangue jorrou feito um chafariz
Foi uma vitória do povo e no final da conquista
Zezinho e Maria puseram fogo na lista das...

Refrão

E ao voltarem pra casa encontraram seu pai emocionado por tudo que eles tinham aprontado
Uma nova era tinha começado e não era à toa que os olhos do coroa estavam encharcados
Uma lágrima desceu e Zezinho percebeu que descobria mais uma mentira nessa hora...
Homem também chora

quinta-feira, 25 de março de 2010

Zé Cabudo no twitter?

Ontem estava eu decidido a entrar no twitter, para divulgar mais o Palpite do Dia.

Eis que quando fui digitar meu nome, já estava lá, não só meu nome, como também meu e-mail!

Por isso que eu andava recebendo mensagens do twitter esse tempo todo.

Mas dei solução. Como era meu próprio e-mail que estava cadastrado, fui lá e troquei a senha.

Quem quiser ver, vá lá! http://twitter.com/zecabudo

Ainda não tem nada. Mas o twitter oficial do Palpite do Dia será este: http://twitter.com/PalpitedoDia

quarta-feira, 24 de março de 2010

A Liberdade de Imprensa

Segundo a presidente da ANJ:

"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado." Esse negócio de direitos ilimitados a um grupo fechado me parece muito mais próximo de uma ditadura do que isso que a imprensa está alegando. Sistemas em que alguém pode deter algum direito ilimitado chamam-se Absolutismo.

Publicado no Vi o Mundo dia 24 de março de 2010

sábado, 6 de março de 2010

Não reparem a bagunça

Não estranhem qualquer mudança neste blog.

Negócio aqui é avacalhação mesmo.

Tenho que manter a minha boa fama de atrapalhado.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pérola da redação do jornal O Globo

Publicado dia 12 de fevereiro na edição do mesmo jornal.

No debate de quase um ano sobre as propostas do ministros de uma nova Lei Rouanet, O Globo não tem sido o único a apontar o vício dirigista embutido no projeto do MinC. O mesmo vício que contaminara a ideia da Ancinav, também do ministério, engavetada pelo governo diante das críticas à intenção da Pasta, à época sob o comando de Gilberto Gil, de intervir na produção audiovisual do país. É verdade que os recursos aplicados via Lei Rouanet são públicos, mas eles advêm de impostos cobrados ao contribuinte. Se a nova lei retirar dele o poder de escolha do que apoiar, e transferi-lo à burocracia estatal, que se arroga representante da “sociedade civil”, quem gera renda e recolhe imposto preferirá pagá-lo efetivamente, sem se valer do incentivo. E assim a cultura perderá apoio financeiro. Em tempo: a redação do Globo não se vale da Lei Rouanet; seu interesse, no caso, é evitar a manipulação de recursos públicos por culturocratas a serviço da fisiologia ideológica e do compadrio político.


sábado, 23 de janeiro de 2010

Choque de gestão parte III-B

Só um adendo, sobre a postagem de ontem:

É óbvio que eu não acho que o governo deveria colocar dinheiro na poupança ou em outros fundos ao invés de investir no povo e em desenvolvimento. Eu acho que o governo tem que ter suas reservas, na medida do possível. Porém, eu sou defensor do bem-estar social. Para mim, o melhor investimento de um governo é na qualidade de vida de quem precisa, principalmente em saúde, emprego, educação e meio ambiente.

E, se tiver que fazer outro centro administrativo (fora da praça da liberdade) e isso for bom para o povo, que seja feito. Mas que não seja um projeto pessoal, apenas para alimentar a vaidade de um governante que conta com a conivência da imprensa.

O "testamento" de ontem foi só uma análise, para provar que, a partir dessa justificativa de economizar com gastos que poderiam ser desnecessários, esse CAMG já é um fracasso retumbante.

De outros pontos de vista, tento não entrar no mérito. Vamos esperar para ver.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Choque de gestão parte III

Eu percebi que a minha realidade alternativa sobre o investimento de R$1,2bilhão na nova Cidade Administrativa Minas Gerais ficou meio obscura. Muito número, pouca explicação.

Então, para quem quiser entender a minha conta, vou deixar tudo detalhadamente explicado aqui embaixo.

1) Inicialmente, o dinheiro investido no CAMG, seriam R$948milhões, de recursos da Codemig, oriundos de royalties de mineração. Ainda ano passado, essa conta foi aumentada em 26,6%, não sei por quê e não sei com que recursos. Isso totalizou no custo das obras aproximadamente R$1,2bilhão.

Acredito que esse valor se refere apenas às obras, dinheiro pago apenas às empreiteiras. Gastos com desapropriações, mudança, instalação de telefones, compra de móveis, softwares, projetos ambientais obrigatórios etc não estariam contabilizados aqui.

2) Com aluguéis de imóveis, a economia anual estimada é de R$30milhões.
Recentemente, li uma matéria afirmando que outros R$55milhões seriam economizados com transporte e telefone. Como eles conseguirão dobrar a economia de aluguéis de imóveis só evitando alguns telefonemas e deslocamentos, eu ainda estou imaginando como é possível. Sou servidor estadual, me responsabilizo por orçamentos, planejamentos anuais e mensais, e afirmo de cadeira: não tem como gastar tanto assim por ano só com esses serviços parciais. É só pensar na sua casa: anualmente você paga mais visitando seus parentes e ligando para eles do que com aluguel e condomínio do seu lar? Este número está muito suspeito, então, por ora, vou confiar só nos 30milhões mesmo.

3) Então, a minha primeira conta foi a mais simples possível:
Tempo para zerar o investimento = T
Custo da obra: R$ 1.200milhões
Economia estimada para o empreendimento: R$ 30milhões a cada ano

Portanto,

Tempo "T" = 1.200milhões / (30milhões/ ano)
T = 40 anos.

4) Donde se conclui que o argumento da economia só é válido se considerarmos que começará a ter efeito no longuíssimo prazo e a conta-gotas.

5) Daí, o que eu questionei foi o seguinte: se a intenção é fazer economia, por que não colocar toda essa grana num investimento de baixo risco? Pegaríamos todo esse recurso da Codemig, mais aumento, já existente, e colocaríamos tudo de uma vez numa poupança, por 40 anos, que é o mesmo prazo que o governo quer que esperemos para zerar o custeio com a economia anual gerada.

6) Note que, além de ter "perdido" 1,2bilhão por 40 anos, continuaríamos gastando 30milhões por mês, com aluguéis de imóveis.

Não quero deixar dúvidas, e faço questão que fique bem claro, que não eliminei gasto nenhum para esse cálculo. Ao contrário, o dinheiro "gasto" teria sido duas vezes R$1,2bilhão: uma vez colocando esse valor na poupança e a outra pagando-se os aluguéis, por 40 anos. Sei que isso seria possível, porque esse dinheiro já existe, tanto que já está sendo pago às empreiteiras, ao mesmo tempo em que os aluguéis da administração estadual continuam sendo pagos, hoje.

7) Convencionalmente, utiliza-se um rendimento de 0,6% ao mês para poupança. Mas resolvi ousar e diminui um pouco, para 0,55%, para ser pessimista. Da mesma forma que eu poderia ter sido otimista, aplicando em outros fundos, com rendimentos superiores a 1% a.m.. Mas escolhi o caminho pessimista.

8) Então a conta ficaria assim:
M (montante) = R$ 1,2bilhão (investimento) x (1+0,0055 (rendimento))^480 (meses)
M = R$16,7bilhões, aproximadamente (aqui está o Easy Calc que não me deixa mentir)

9) Logo, o retorno líquido dessa poupança imaginária seria

R$16,7bilhões (valor final) - R$1,2bilhão (investimento incial) = R$15,5bilhões (valor ganho, isento do valor investido)

10) Então, no final desses 40 anos, devolveríamos esse 1,2bilhão para a Codemig e compensaríamos os 30milhões anuais (ou R$1,2bilhão acumulado) "jogados no lixo" (como já vi dizer) com aluguéis.

Podemos fazer isso de duas formas:
a) a mais lógica, compensando o valor bruto:
R$15,5bilhões (retorno líquido) - R$ 1,2bilhão (gastos acumulados com aluguéis em 40 anos) = R$ 14,3bilhões de saldo.

b) ou a mais complicada, fazendo uma média anual do quanto foi economizado, no final desses 40 anos:

Média anual de saldo = Média anual de retorno líquido da poupança - gasto anual,

donde Média anual do retorno líquido = (retorno líquido da poupança / anos de investimento)

Em números, a conta fica assim:

Média anual de saldo = (R$15.500milhões / 40) - R$30milhões
Média anual de saldo = R$387,5milhões - R$30milhões
Média anual de saldo = R$357milhões

Isto é: investindo nessa poupança fictícia, ao invés de estarmos perdendo R$30milhões por ano em aluguéis, estaríamos ganhando mais de dez vezes esse valor, por ano.

11) Só pra ilustrar a conta de maneira mais simples, resolvi determinar o retorno desse investimento após apenas um ano, que o Easy Calc chegou em R$81,6milhões. Valor ainda com retorno 72% acima dos 30milhões economizados. O que quer dizer que, sem o CAMG, já no primeiro ano, o Estado poderia continuar pagando os aluguéis, que conseguiria resgatar a mesma quantia da poupança e ainda sobrariam mais de R$50milhões para ser reaplicado. E, como são juros compostos, esse saldo aumentaria geometricamente com o tempo.

E isso, porque fiz uma conta pessimista, com um investimento que já é o mais conservador disponível.

12) Do que concluo que, do ponto de vista do princípio da economicidade e, de certa forma, da eficiência, o CAMG é um investimento desperdiçado até o último centavo, já que o tempo de espera para retorno não compensaria e absolutamente qualquer outro investimento teria sido anos-luz melhor.

Preciso deixar claro também que, do ponto de vista gerencial, de integração, de modernidade, de agilidade, de desenvolvimento e outros possíveis, não entro no mérito, não é a questão aqui. Disso, eu poderia criticar o governo alegando a questão de prioridades, como já li em outro blog. Isto é, como é que se justifica isso? Tanto dinheiro numa obra faraônica, quando o Ipsemg está caindo aos pedaços (como disse o mesmo blog); ou quando colegas meus, professores estaduais com graduação, ganham menos de três salários mínimos por mês; ou quando eu mesmo tenho que cortar gastos no meu serviço onde não tem como gastar menos; ou quando suspendem concursos importantes em cima da hora, por falta de dinheiro; ou quando abusam de terceirizações (diminuindo a qualidade do serviço público), para diminuir os gastos; ou muitas outras incongruências...

Dissequei tanto esse investimento, porque, em primeiro lugar, é o meu e o seu dinheiro em jogo. E, em segundo lugar, foi, talvez, o primeiro e maior motivo para justificar essa gastança estratosférica.

13) A título de curiosidade, a revista Viver lançou uma edição em janeiro, "atualizando" a economia anual para R$85milhões (como já disse no início do texto e considero um número super-inflado). Para não restar dúvidas do desperdício, resolvi fazer uma conta rápida com esse número também.

Nesse caso, para o CAMG compensar a conta, demoraria bem menos, 14 anos ou três mandatos e meio.

Mas ainda é um tempo considerável, a julgar que, analogamente, o partido do governador se vangloria do sucesso de venda da Vale do Rio Doce, que demorou apenas um semestre para recuperar o valor investido. Sem falar que, hoje, após quase os mesmos 14 anos, a empresa tem o valor de mercado quase 6.000% do que a União recebeu por ela. Ressalto aqui o detalhe para a diferença de critérios econômicos desse partido, quando é para o capital privado investir em patrimônio público e quando é para o capital público investir no patrimônio privado. De chefes de poder que são festejados como "bons" administradores e até exemplos a serem seguidos.

14) Voltando ao cálculo, o Easy Calc me ajudou de novo: no mesmo tempo, em 14 anos, a mesma poupança também teria devolvido o dinheiro à Codemig, também teria reembolsado o Estado dos gastos com aluguéis, e, de lambuja, ainda sobraria mais de 50% do valor investido. Isto é, o Estado teria, de graça, R$615milhões residuais, mais que o suficiente para construir, com responsabilidade e respeito ao cidadão, um Centro Administrativo funcional, moderno e na mesma localização, mas sem firulas e luxos desnecessários.