Não poderia dar outro título ao palpite de hoje.
Não vou comentar. A imagem fala por si.
Comercial da Pepsi 1992
sexta-feira, 26 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Relativizando crimes bárbaros
Hoje encontrei um vídeo mostrando um suposto estuprador levando pauladas até a morte, após ter sido flagrado abusando de uma menina de 3 anos, segundo o site Ecos da Notícia. Como não pude constatar nada, considero tudo suposto: o acusado, o motivo e a próprio contexto do vídeo. A fonte do site Ecos da Notícia, onde encontrei isso, foi a TV Canal 13 (Piauí). Inclusive, não encontrei essa notícia no site da TV Canal 13, o que torna tudo mais duvidoso ainda.
Confiável ou não, os leitores reagiram no espaço destinado a comentários acreditando se tratar de uma verdade, como é esperado que reajam.
Para mim, homens que obtêm prazer às custas do sofrimento e da degradação de outra pessoa são monstros, e os piores são os que abusam de pessoas indefesas. Pra mim, eles deviam ser castrados, presos para sempre, sofrer um abuso proporcional, apanhar muito e, dependendo da minha revolta, até morrer da pior morte possível.
No vídeo, o rapaz, semi-nu e desarmado, é perseguido por uma multidão, debaixo de gritos de "vai morrer!". Uns dez elementos dessa multidão, armados de paus, canos e barras de ferro, batem com força, sem dó, mirando na cabeça e no tórax. O rapaz já está deitado, vulnerável e mais do que vencido, porém continua apanhando brutalmente. Até que, satifeita, a multidão cessa, após constatar a inércia ensangüentada do rapaz. Num último esforço de fuga, o rapaz levanta subitamente e, cambaleante, ensaia uma disparada que não lhe rende nem dez metros. Cai sozinho como se fosse um saco de carne e fica definitivamente imóvel, esparramado no asfalto. Alguns dizem: "morreu", sem nenhum resquício de horror, misericórdia ou remorso.
O vídeo termina. Eu leio os comentários, enquanto reflito.
Nas opiniões que se seguem, palavra filha foi usada aproximadamente 85 vezes, só para dizer que quem defendeu estuprador é hipócrita. Já a palavra errado (que é muito mais genérica) foi usada apenas 27 vezes, condenando o espancamento. Isso, para demonstrar a desproporcionalidade das opiniões.
Penso mais um pouco.
Uma coisa é eu desejar ou fantasiar o sofrimento e a morte a um bandido desumano. Outra completamente diferente é fazer isso ou aceitar esse fato e ainda concordar com ele.
Assim, o que mais me impressionou na exibição desse vídeo não foi a violência explícita. Ela realmente choca e dá repulsa de ver. No entanto, muito pior, é a quantidade de pessoas que não só consideraram correto esse assassinato, como comemoraram-no com regozijo.
Parece que houve uma comoção geral aprovando o vídeo, como se ele lavasse a alma de um certo tipo de gente que, ao invés de ver a bárbarie, vê o espetáculo. Essa gente viu a covardia do estupro presumido, tampando os olhos para covardia mais que explícita da agressão de muitos a um só, sem direito a defesa, da torturante certeza de morte iminente. Só considera o crime de estupro, e não o crime de assassinato cheio de agravantes. Seu lema é: bandido bom é bandido morto, mas uns são mais bandidos que outros.
Chego a pensar que pessoas que concordam com isso não são muito diferentes de nazistas ou inquisidores medievais. Essas pessoas que comemoram o vídeo certamente são as mesmas que reclamam da violência urbana, mas estão de acordo com a justiça com as próprias mãos. Querem manifestar seu direito de opinião e de falar as maiores atrocidades sem que sejam censurados, mas simplesmente desconhecem os sentidos (ou ignoram o valor) do direito ao contraditório e de um julgamento justo. Repudiam esse ato selvagem do estupro (repito: apenas presumido), contudo se entusiasmam alegremente com a selvageria da tortura.
Para mim, homens que obtêm prazer às custas do sofrimento e da degradação de outra pessoa são monstros, e os piores são os que abusam de pessoas indefesas.
Somos todos estupradores.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
100 Palpites
Para não perder o embalo já vou postar mais um.
É só um registro do centésimo palpite, nesse pouco mais de um ano. Já dá pra escrever um livro médio.
Comigo é assim, para comemorar este número,
sem palpites...
É só um registro do centésimo palpite, nesse pouco mais de um ano. Já dá pra escrever um livro médio.
Comigo é assim, para comemorar este número,
sem palpites...
A Metáfora mais fácil da minha vida
Acabei de assistir à reportagem do Jornal da Globo, hoje, 18 de julho, à meia-noite e quinze, mais ou menos, sobre o fim da exigência do diploma para jornalistas. Bom para este espaço, que às vezes se atreve a publicar coisas meio jornalísticas, mesmo eu não tendo diploma de nada na área de comunicação, embora isso já tenha sido um sonho.
Bom, o que me chamou atenção não foi a qualidade da matéria, nem a polêmica do assunto. Nem vou entrar no mérito dessa questão, aliás.
Fiquei impressionado com o desempenho do jornalista.
Eles exibiram um resumo do julgamento e os âncoras chamaram um de seus repórteres para comentar o assunto.
O repórter em questão (não vou dizer o nome, só por segurança) é um que às vezes apresenta o Jornal Nacional quando o casal Bonner está de folga. Mas ele é mais conhecido por ser empregado em uma certa escola de direito de propriedade de um certo presidente de um certo Supremo Tribunal Federal, segundo o Cloaca News (que é o único certo de verdade nesta frase).
Ele comentou, concordando com a decisão, de cujo julgamento o relator foi o seu chefe-Ministro. Até aí, normal. Depois, foi exibida uma entrevista que deu pena, de tão mal-ensaiada.
Foi assim:
- Play
- Gilmar esperando, parado, com cara de paisagem;
- Gilmar andando com cara de paisagem;
- repórter começa a falar qualquer besteira para introduzir o assunto;
- enquanto isso, nota-se um corredor abarrotado... de ar! Vazio de gente;
- o câmera se mexe freneticamente (pra dar um ar de confusão, de espontaneidade, suspeito eu)
- o repórter levanta a bola com uma pergunta sob encomenda, facinha;
- Gilmar responde de bate-pronto, na maior eloqüência;
- pára de andar (talvez para pensar as palavras mais imponentes, já que o teor da pergunta não lhe causaria vacilação);
- o repórter emenda uma outra pergunta;
- Gilmar responde e, ops!
- corte, entrevista editada (tudo bem, acontece);
- termina de responder;
- nova pergunta;
- mais um corte;
- microfone;
- Gilmar novamente parado com cara de paisagem;
- franze a testa, entorta a boca, olha pra cima, simulando mal um esforço para fechar sinapses, como se já não soubesse previamente a pergunta (e a resposta);
- novamente responde à pergunta, agora andando (a partir daqui, já não me lembro mais se eles estavam andando ou parados);
- percebe-se agora, à esquerda do foco, uma única porta aberta, com alguém meio que escondendo metade do corpo e o rosto da câmera;
- percebe-se também apagadas boa parte das lâmpadas do corredor (ou seja, a entrevista foi feita tarde da noite, provavelmente muito após o expediente dos demais Ministros) - a iluminação é quase toda de responsabilidade dos holofotes da Globo;
- continua rolando a entrevista;
- olha pra cima;
- a essa altura eu nem prestava mais atenção no assunto
- a encenação me provocava gargalhadas que só o Tiririca me proporciona atualmente;
- depois foi só repetição:
- pergunta;
- franze a testa;
- resposta;
- ops, corte de novo;
- outro corte na mesma resposta;
- entorta a boca;
- câmera em movimentos frenéticos;
- Gilmar com cara de paisagem;
- anda;
- pára;
- franze a testa, entorta a boca e olha pra cima, como quem pensa, com escárnio: "Preparai-vos, Deus, que eu tomo vosso lugar!";
- está iluminado;
- holofotes da Globo.
Bom, o que me chamou atenção não foi a qualidade da matéria, nem a polêmica do assunto. Nem vou entrar no mérito dessa questão, aliás.
Fiquei impressionado com o desempenho do jornalista.
Eles exibiram um resumo do julgamento e os âncoras chamaram um de seus repórteres para comentar o assunto.
O repórter em questão (não vou dizer o nome, só por segurança) é um que às vezes apresenta o Jornal Nacional quando o casal Bonner está de folga. Mas ele é mais conhecido por ser empregado em uma certa escola de direito de propriedade de um certo presidente de um certo Supremo Tribunal Federal, segundo o Cloaca News (que é o único certo de verdade nesta frase).
Ele comentou, concordando com a decisão, de cujo julgamento o relator foi o seu chefe-Ministro. Até aí, normal. Depois, foi exibida uma entrevista que deu pena, de tão mal-ensaiada.
Foi assim:
- Play
- Gilmar esperando, parado, com cara de paisagem;
- Gilmar andando com cara de paisagem;
- repórter começa a falar qualquer besteira para introduzir o assunto;
- enquanto isso, nota-se um corredor abarrotado... de ar! Vazio de gente;
- o câmera se mexe freneticamente (pra dar um ar de confusão, de espontaneidade, suspeito eu)
- o repórter levanta a bola com uma pergunta sob encomenda, facinha;
- Gilmar responde de bate-pronto, na maior eloqüência;
- pára de andar (talvez para pensar as palavras mais imponentes, já que o teor da pergunta não lhe causaria vacilação);
- o repórter emenda uma outra pergunta;
- Gilmar responde e, ops!
- corte, entrevista editada (tudo bem, acontece);
- termina de responder;
- nova pergunta;
- mais um corte;
- microfone;
- Gilmar novamente parado com cara de paisagem;
- franze a testa, entorta a boca, olha pra cima, simulando mal um esforço para fechar sinapses, como se já não soubesse previamente a pergunta (e a resposta);
- novamente responde à pergunta, agora andando (a partir daqui, já não me lembro mais se eles estavam andando ou parados);
- percebe-se agora, à esquerda do foco, uma única porta aberta, com alguém meio que escondendo metade do corpo e o rosto da câmera;
- percebe-se também apagadas boa parte das lâmpadas do corredor (ou seja, a entrevista foi feita tarde da noite, provavelmente muito após o expediente dos demais Ministros) - a iluminação é quase toda de responsabilidade dos holofotes da Globo;
- continua rolando a entrevista;
- olha pra cima;
- a essa altura eu nem prestava mais atenção no assunto
- a encenação me provocava gargalhadas que só o Tiririca me proporciona atualmente;
- depois foi só repetição:
- pergunta;
- franze a testa;
- resposta;
- ops, corte de novo;
- outro corte na mesma resposta;
- entorta a boca;
- câmera em movimentos frenéticos;
- Gilmar com cara de paisagem;
- anda;
- pára;
- franze a testa, entorta a boca e olha pra cima, como quem pensa, com escárnio: "Preparai-vos, Deus, que eu tomo vosso lugar!";
- está iluminado;
- holofotes da Globo.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Contagem de visitas
Hoje estou começando a contar a quantidade de visitas aqui.
Assim, vou poder controlar a minha cara-de-pau de falar o que quiser.
O número está baixinho, porque acabei de pôr. No momento, está em 2. Duas visitas minhas mesmo.
Não quero roubar, mas vou entrar bastante ainda.
Assim, vou poder controlar a minha cara-de-pau de falar o que quiser.
O número está baixinho, porque acabei de pôr. No momento, está em 2. Duas visitas minhas mesmo.
Não quero roubar, mas vou entrar bastante ainda.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Série B
Hoje eu estou compensando o meu sumiço neste mês.
Só recentemente me dei conta de que não palpitei sobre a série B. Como já começou o campeonato, vou dizer apenas a minha torcida, que pode valer como palpite do dia:
Quero que subam: Bahia, Vasco, Ipatinga e Guarani (já houve essa combinação, inclusive, na quinta rodada, salvo engano)
Campeão: Bahia.
Só recentemente me dei conta de que não palpitei sobre a série B. Como já começou o campeonato, vou dizer apenas a minha torcida, que pode valer como palpite do dia:
Quero que subam: Bahia, Vasco, Ipatinga e Guarani (já houve essa combinação, inclusive, na quinta rodada, salvo engano)
Campeão: Bahia.
Leis Ambientais
O Briguilino ficou um pouco nervoso com a questão ambiental em oposição à proposta de possibilidade de implantação quase indiscriminada de empreendimentos.
Em resposta, eu arrisquei a nossa incipiente amizade, dizendo o seguinte:
Ô Brigulino! Não é bem assim não! Não seja tão radical. Realmente existem aqueles ambientalistas que não sabem muito bem por que preservar. Mas é uma minoria, meu amigo! O Código Florestal está aí à-toa não! Você ao menos já o leu alguma vez?
Ao meu ver, um grande problema é que os empreendedores só procuram saber o manejo correto quando já fizeram tudo errado. Só vão conhecer as leis florestais quando chega uma multa e intervenção do Ibama/órgão correlato. Na verdade, é tudo mais simples do que parece. Basta seguir a lei antes de investir, e não depois. Com planejamento, para não prejudicar a saúde das comunidades locais, nem o patrimônio natural das futuras gerações. O resto é a burocracia normal que todo o serviço público tem que ter. E leva apenas o tempo necessário para que não se faça a cagada
Não se esqueça que intervenções sem um estudo e manejo adequados trazem conseqüências que não são nada fantasiosas! E esse preço que o Ministro Lobão insinua poderá estar sendo apenas prorrogado. Com juros extremamente injustos, devo ressaltar.
Além disso, o crescimento econômico não precisa ser feito apenas por empresários e suas obras faraônicas. O Ecoturismo também tem se mostrado bastante lucrativo. E seria uma renda dispersa nas mãos da população, não concentrada nas mãos de uns poucos.
Sugiro-lhe uma revisão profunda da sua opinião.
Publicado dia 15 de junho de 2009.
Em resposta, eu arrisquei a nossa incipiente amizade, dizendo o seguinte:
Ô Brigulino! Não é bem assim não! Não seja tão radical. Realmente existem aqueles ambientalistas que não sabem muito bem por que preservar. Mas é uma minoria, meu amigo! O Código Florestal está aí à-toa não! Você ao menos já o leu alguma vez?
Ao meu ver, um grande problema é que os empreendedores só procuram saber o manejo correto quando já fizeram tudo errado. Só vão conhecer as leis florestais quando chega uma multa e intervenção do Ibama/órgão correlato. Na verdade, é tudo mais simples do que parece. Basta seguir a lei antes de investir, e não depois. Com planejamento, para não prejudicar a saúde das comunidades locais, nem o patrimônio natural das futuras gerações. O resto é a burocracia normal que todo o serviço público tem que ter. E leva apenas o tempo necessário para que não se faça a cagada
Não se esqueça que intervenções sem um estudo e manejo adequados trazem conseqüências que não são nada fantasiosas! E esse preço que o Ministro Lobão insinua poderá estar sendo apenas prorrogado. Com juros extremamente injustos, devo ressaltar.
Além disso, o crescimento econômico não precisa ser feito apenas por empresários e suas obras faraônicas. O Ecoturismo também tem se mostrado bastante lucrativo. E seria uma renda dispersa nas mãos da população, não concentrada nas mãos de uns poucos.
Sugiro-lhe uma revisão profunda da sua opinião.
Publicado dia 15 de junho de 2009.
Turbina de Ideias
Hoje, vou pagar uma dívida.
Como primeiro leitor oficial do Palpite do Dia, prometi que faria um palpite sobre o Blog homônimo da postagem de hoje. Vai ser curtinha, mas vai ser simpática.
O autor da Turbina de Idéias é o Alberto Coutinho, segundo o próprio perfil. O rapaz é repórter fotográfico, torcedor do glorioso Bahia, é bastante letrado. Brasileiramente erudito, eu diria. E gosta de todas as formas de arte, pelo que eu entendi.
Sua visão política de mundo parece ser predominantemente esquerdista, que é uma característica típica das pessoas mais patriotas que eu conheço. Ele não foge a essa regra. E isso não o impede de ter uma admiração especial por Cuba.
Seu blog é atualizado com certa irregularidade, ou seja, não é todo dia, nem apresenta alguma freqüência constante. É atualizado quando se tem o que atualizar, como o Palpite do Dia.
O forte do Turbina de Ideias está justamente na especialidade de Coutinho: fotografias. Todas belas e interessantíssimas. Se você não tem paciência para ler os textos um pouco mais longos, só contemplar as fotos já vale a pena. Mas preste atenção ao menos nos seus títulos.
Coutinho avisa no seu perfil: "Todo o material postado neste blog está protegido pela lei do direito autoral". O que me constrangeu de publicar alguma de suas fotografias aqui.
Bom, aí vai um palpite: eu tenho a concepção que, mais cedo ou mais tarde, a internet vai acabar com o direito autoral. E vejo isso como uma coisa boa. Toda informação será democrática e disponível, cabendo apenas a citação de autoria e o repasse de algum lucro obtido com o uso de produto autoral, mesmo que sem registro. Mas, ao que parece, Coutinho não vê com esses olhos e deve ser respeitado.
Porfim, a Turbina de Ideias tem pontos de vista (literalmente) bastante humanistas e realistas, enaltecendo as alegrias, as dificuldades e as culturas da gente latino-americana.
Me agradou muito.
Como primeiro leitor oficial do Palpite do Dia, prometi que faria um palpite sobre o Blog homônimo da postagem de hoje. Vai ser curtinha, mas vai ser simpática.
O autor da Turbina de Idéias é o Alberto Coutinho, segundo o próprio perfil. O rapaz é repórter fotográfico, torcedor do glorioso Bahia, é bastante letrado. Brasileiramente erudito, eu diria. E gosta de todas as formas de arte, pelo que eu entendi.
Sua visão política de mundo parece ser predominantemente esquerdista, que é uma característica típica das pessoas mais patriotas que eu conheço. Ele não foge a essa regra. E isso não o impede de ter uma admiração especial por Cuba.
Seu blog é atualizado com certa irregularidade, ou seja, não é todo dia, nem apresenta alguma freqüência constante. É atualizado quando se tem o que atualizar, como o Palpite do Dia.
O forte do Turbina de Ideias está justamente na especialidade de Coutinho: fotografias. Todas belas e interessantíssimas. Se você não tem paciência para ler os textos um pouco mais longos, só contemplar as fotos já vale a pena. Mas preste atenção ao menos nos seus títulos.
Coutinho avisa no seu perfil: "Todo o material postado neste blog está protegido pela lei do direito autoral". O que me constrangeu de publicar alguma de suas fotografias aqui.
Bom, aí vai um palpite: eu tenho a concepção que, mais cedo ou mais tarde, a internet vai acabar com o direito autoral. E vejo isso como uma coisa boa. Toda informação será democrática e disponível, cabendo apenas a citação de autoria e o repasse de algum lucro obtido com o uso de produto autoral, mesmo que sem registro. Mas, ao que parece, Coutinho não vê com esses olhos e deve ser respeitado.
Porfim, a Turbina de Ideias tem pontos de vista (literalmente) bastante humanistas e realistas, enaltecendo as alegrias, as dificuldades e as culturas da gente latino-americana.
Me agradou muito.
Ciência para o indetectável
Não sou religioso. Aliás, sou agnóstico. Quem me conheceu na adolescência ficaria horrorizado com essa afirmação vinda de mim. Por iniciativa própria (ou seja, sem pressão de família), eu freqüentava missa regularmente, queria participar de todos os eventos da igreja, rezava antes de dormir e tudo que tem direito. Porém, como disse, hoje eu sou agnóstico. Agnóstico é diferente de ateu. Ateu é aquele ser contrário a qualquer forma de crença religiosa. Como não sou contra religião nenhuma, não me considero ateu. Inclusive acho religião importante para a comunidade e para a individualidade, apesar de eu ter minhas críticas de como essa fé é aproveitada por alguns.
No momento, eu sou tiguinelista, o que pretendo explicar num momento de mais descontração - que não é o caso hoje. Falando seriamente, se eu fosse religioso, eu voltaria a ser alguma coisa próxima de católico, provavelmente não-praticante.
Nos últimos dias, no entanto, venho tendo sim, uma recaída, dadas as circunstâncias. Meu agnosticismo está provisoriamente suspenso, esperando um milagre, para voltar a ser uma Fé com "F" maiúsculo.
Se eu fosse ateu, eu diria que, de todas as religiões, a que mais me incomoda é o Kardecismo. Mas eu o disse, mesmo não me considerando ateu. Dizem que o Kardecismo é doutrina, e não religião. Definições à parte, não vejo mal nenhum em se crer que o espírito sobrevive à morte do corpo e que esse mesmo espírito pode encontrar morada a partir do nascimento de outro corpo - ou coisa parecida. Pra mim, essa não é a questão. Até gostaria de acreditar nisso. O mal dos espiritismos é o esforço de seus seguidores em "demonstrar" a validade de seus preceitos, com "provas" pseudocientíficas. Passando por "psico"-grafias, "fios de prata" na chamada glândula pituitária, regressões e qualquer coisa que tenha validade na crença, o kardecismo não se constrange em escolher interpretações de fatos selecionados criteriosamente para respaldar as suas "teorias". Misturando-se isso a algumas terminologias do meio científico (principalmente da astronomia e biologia) e adicionando muitos detalhes, inclusive numéricos, está pronta uma eficiente fórmula de convencimento até das mentes que se consideram mais céticas.
A despeito disso, os espiritismos não fogem à regra das demais crenças: dão apenas respostas vagas, que são interpretadas pelas pessoas da forma mais conveniente a elas. E, na verdade, para mim, essa é uma das vantagens das religiões. É a possibilidade de se escolher a própria verdade, as respostas que mais se adequam à sua realidade. Porque a função das religiões, ao meu ver, é esta. Dar conforto, esperança, unir as pessoas (daí o tal religare= re-ligar, de que tanto os religiosos gostam), a partir da constante conclusão de que só haverá paz quando também houver tolerância e compreensão, independente das diferenças. Muito embora parte das piores atrocidades de que tive notícia tenham sido causadas por diferenças religiosas. Contraditório...
Bom, retomando o raciocínio, em resumo: o que não gosto é que manipulem informações para corroborar uma conclusão existente antes da obtenção dos dados. E ainda se passarem por científicos. Existe até uma universidade espírita, que eu vi não sei onde.
Desse defeito que eu tirei, posso ver também um mérito.
As comunidades científicas têm uma grande, enorme incorruptível resistência, ou seria melhor dizer, recusa, em entender a questão "inintendível" da vida. Não no sentido estritamente biológico, na escala biomoelcular; nem na escala neurológica. A vida, esse trem que controla minha e a sua mente. Essa coisa difícil de definir e que pretendo não chamar de alma ou espírito.
As comunidades "científicas"-espíritas (hoje estou cheio de áspas) têm o mérito de tentar entender o momento pós-morte. Tem até disciplina para isso: tanatologia. Que é diferente da patologia, por exemplo, e muito mais reflexiva do que científica. Apesar de as metodologias e as conclusões serem duvidosas, pelo menos eles se prestam a fazer um estudo aprofundado. E isso, nenhum bom acadêmico de qualquer das ciências se atreve a fazer.
Concordo que há dificuldades, como: qual seria o equipamento para "detectar" a presença de uma consciência, mesmo na ausência do corpo? Como confirmar que essa detecção se trata mesmo de uma forma de vida? Já sabemos que, pelo menos em Ciência, testemunho não é prova de nada, a não ser em raras exceções. Se fosse detectável, qual seria o "fluido" (não encontrei palavra menos ruim) em que essa vida se manifesta? Eletromagnetismo? Energia cinética? Luz? Sinapses (por que não?)? Raios gama? Entalpia? Alguma coisa ainda não conhecida? Supercordas?
O problema de vários cientistas ateus é justamente a maior crítica deles. Eles têm fé em algo (finitude absoluta das vidas) mesmo sem provas (falta de conhecimento se a vida se esvai ou se muda de espaço físico/dimensão ou outra coisa mais complexa de se explicar). E como se sabe bem em lógica dedutiva: ausência de provas não é prova de negação. E refutação de prova, também não, diga-se. E raciocínio indutivo sozinho não presta pra nada em metodologia cientifica.
A comunidade científica pretende apenas negar, sem tentar constatar. Do outro lado, os "teóricos" espíritas, querem afirmar, antes de constatar. Desse jeito, não vamos chegar a lugar nenhum.
Estou reticente se publico este comentário. Às vezes me vem à cabeça que a fé não precisa de provas para se justificar. Porém, a questão não é de fé. É de se confirmar uma idéia antiga e estranhamente comum a todas as culturas do mundo, inclusive as passadas.
E a questão é só de confirmação mesmo. Porque, se não for nada disso, acho difícil que algum dia sejam colhidas informações suficientes para refutar essa hipótese.
E a fé continuará sendo fé mesmo. Com "F" maiúsculo ou minúsculo.
No momento, eu sou tiguinelista, o que pretendo explicar num momento de mais descontração - que não é o caso hoje. Falando seriamente, se eu fosse religioso, eu voltaria a ser alguma coisa próxima de católico, provavelmente não-praticante.
Nos últimos dias, no entanto, venho tendo sim, uma recaída, dadas as circunstâncias. Meu agnosticismo está provisoriamente suspenso, esperando um milagre, para voltar a ser uma Fé com "F" maiúsculo.
Se eu fosse ateu, eu diria que, de todas as religiões, a que mais me incomoda é o Kardecismo. Mas eu o disse, mesmo não me considerando ateu. Dizem que o Kardecismo é doutrina, e não religião. Definições à parte, não vejo mal nenhum em se crer que o espírito sobrevive à morte do corpo e que esse mesmo espírito pode encontrar morada a partir do nascimento de outro corpo - ou coisa parecida. Pra mim, essa não é a questão. Até gostaria de acreditar nisso. O mal dos espiritismos é o esforço de seus seguidores em "demonstrar" a validade de seus preceitos, com "provas" pseudocientíficas. Passando por "psico"-grafias, "fios de prata" na chamada glândula pituitária, regressões e qualquer coisa que tenha validade na crença, o kardecismo não se constrange em escolher interpretações de fatos selecionados criteriosamente para respaldar as suas "teorias". Misturando-se isso a algumas terminologias do meio científico (principalmente da astronomia e biologia) e adicionando muitos detalhes, inclusive numéricos, está pronta uma eficiente fórmula de convencimento até das mentes que se consideram mais céticas.
A despeito disso, os espiritismos não fogem à regra das demais crenças: dão apenas respostas vagas, que são interpretadas pelas pessoas da forma mais conveniente a elas. E, na verdade, para mim, essa é uma das vantagens das religiões. É a possibilidade de se escolher a própria verdade, as respostas que mais se adequam à sua realidade. Porque a função das religiões, ao meu ver, é esta. Dar conforto, esperança, unir as pessoas (daí o tal religare= re-ligar, de que tanto os religiosos gostam), a partir da constante conclusão de que só haverá paz quando também houver tolerância e compreensão, independente das diferenças. Muito embora parte das piores atrocidades de que tive notícia tenham sido causadas por diferenças religiosas. Contraditório...
Bom, retomando o raciocínio, em resumo: o que não gosto é que manipulem informações para corroborar uma conclusão existente antes da obtenção dos dados. E ainda se passarem por científicos. Existe até uma universidade espírita, que eu vi não sei onde.
Desse defeito que eu tirei, posso ver também um mérito.
As comunidades científicas têm uma grande, enorme incorruptível resistência, ou seria melhor dizer, recusa, em entender a questão "inintendível" da vida. Não no sentido estritamente biológico, na escala biomoelcular; nem na escala neurológica. A vida, esse trem que controla minha e a sua mente. Essa coisa difícil de definir e que pretendo não chamar de alma ou espírito.
As comunidades "científicas"-espíritas (hoje estou cheio de áspas) têm o mérito de tentar entender o momento pós-morte. Tem até disciplina para isso: tanatologia. Que é diferente da patologia, por exemplo, e muito mais reflexiva do que científica. Apesar de as metodologias e as conclusões serem duvidosas, pelo menos eles se prestam a fazer um estudo aprofundado. E isso, nenhum bom acadêmico de qualquer das ciências se atreve a fazer.
Concordo que há dificuldades, como: qual seria o equipamento para "detectar" a presença de uma consciência, mesmo na ausência do corpo? Como confirmar que essa detecção se trata mesmo de uma forma de vida? Já sabemos que, pelo menos em Ciência, testemunho não é prova de nada, a não ser em raras exceções. Se fosse detectável, qual seria o "fluido" (não encontrei palavra menos ruim) em que essa vida se manifesta? Eletromagnetismo? Energia cinética? Luz? Sinapses (por que não?)? Raios gama? Entalpia? Alguma coisa ainda não conhecida? Supercordas?
O problema de vários cientistas ateus é justamente a maior crítica deles. Eles têm fé em algo (finitude absoluta das vidas) mesmo sem provas (falta de conhecimento se a vida se esvai ou se muda de espaço físico/dimensão ou outra coisa mais complexa de se explicar). E como se sabe bem em lógica dedutiva: ausência de provas não é prova de negação. E refutação de prova, também não, diga-se. E raciocínio indutivo sozinho não presta pra nada em metodologia cientifica.
A comunidade científica pretende apenas negar, sem tentar constatar. Do outro lado, os "teóricos" espíritas, querem afirmar, antes de constatar. Desse jeito, não vamos chegar a lugar nenhum.
Estou reticente se publico este comentário. Às vezes me vem à cabeça que a fé não precisa de provas para se justificar. Porém, a questão não é de fé. É de se confirmar uma idéia antiga e estranhamente comum a todas as culturas do mundo, inclusive as passadas.
E a questão é só de confirmação mesmo. Porque, se não for nada disso, acho difícil que algum dia sejam colhidas informações suficientes para refutar essa hipótese.
E a fé continuará sendo fé mesmo. Com "F" maiúsculo ou minúsculo.
Alguém me explica?
Chegaram e-mails do Twitter para mim, dizendo que tenho dois seguidores. Mas eu nunca me inscrevi no Twitter. E aparentemente não é vírus.
Por acaso o blogger assina a gente automaticamente? Que caso estranho...
Chegaram e-mails do Twitter para mim, dizendo que tenho dois seguidores. Mas eu nunca me inscrevi no Twitter. E aparentemente não é vírus.
Por acaso o blogger assina a gente automaticamente? Que caso estranho...
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Único pedido
Ainda estou desmotivado para dar continuidade a este blog. A última postagem foi mais um desabafo sério. Embora eu não aflore sensibilidade, escrevi muito sentido pelo ocorrido, como ainda estou e como escassamente eu costumo demonstrar.
Só vim aqui reafirmar minha (também rara) fé. Como não se tem pistas que favoreçam mais uma hipótese que a outra, vou continuar pela virtual menor chance, que, se é remota, ainda não é nula.
Digo isso, com mais uma confissão: materialista que sou, depois de evitar ao máximo, cheguei a rezar nas últimas duas noites.
Merecendo uma "conversa" tentando justificar meu distanciamento dEle, repeti incansavelmente um único pedido, na minha atrevida informalidade: "Só quero uma coisa: protege ela".
Só vim aqui reafirmar minha (também rara) fé. Como não se tem pistas que favoreçam mais uma hipótese que a outra, vou continuar pela virtual menor chance, que, se é remota, ainda não é nula.
Digo isso, com mais uma confissão: materialista que sou, depois de evitar ao máximo, cheguei a rezar nas últimas duas noites.
Merecendo uma "conversa" tentando justificar meu distanciamento dEle, repeti incansavelmente um único pedido, na minha atrevida informalidade: "Só quero uma coisa: protege ela".
quarta-feira, 3 de junho de 2009
A fé move mais do que montanhas...
Eu queria dar um tempo aqui, ficar sem escrever nada. Mas estou com a cabeça aflita e com uma vontade doida de dizer algo.
Quando eu já estava insinuando uma impaciência com a importância que a imprensa dá a esses acidentes aéreos, querendo compará-los a eventos trágicos que acontecem debaixo do nosso nariz mas ninguém percebe, eis que se escancara um motivo pra eu realmente me preocupar com o desaparecimento desse avião.
Sou uma pessoa muita cética. Não acredito em nada e duvido de muita coisa.
Entre ontem e hoje, porém, a vida me pregou uma peça e me fez acreditar. Tornar o improvável fio de esperança na mais absoluta e concreta fé.
Quero prestar minha solidariedade às famílias e amigos das pessoas desaparecidas naquele vôo.
E dizer que, nessas horas, até o mais incrédulo dos céticos acredita em milagres.
E eu, contra todas as evidências, acredito que haverá sobreviventes que ainda lerão o palpite de hoje.
Meu sincero apoio a todos.
Quando eu já estava insinuando uma impaciência com a importância que a imprensa dá a esses acidentes aéreos, querendo compará-los a eventos trágicos que acontecem debaixo do nosso nariz mas ninguém percebe, eis que se escancara um motivo pra eu realmente me preocupar com o desaparecimento desse avião.
Sou uma pessoa muita cética. Não acredito em nada e duvido de muita coisa.
Entre ontem e hoje, porém, a vida me pregou uma peça e me fez acreditar. Tornar o improvável fio de esperança na mais absoluta e concreta fé.
Quero prestar minha solidariedade às famílias e amigos das pessoas desaparecidas naquele vôo.
E dizer que, nessas horas, até o mais incrédulo dos céticos acredita em milagres.
E eu, contra todas as evidências, acredito que haverá sobreviventes que ainda lerão o palpite de hoje.
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