quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Auto-ajuda

Livro de auto-ajuda é bom pra quem está disposto a segui-lo. Assim como qualquer coisa... o perdão só vai ser bom se for total e sincero. Uma meta qualquer só vai ser boa se a pessoa tiver perseverância. Por aí vai... qualquer coisa só vai ser boa pra você se você acreditar nela e tiver força de vontade para alcançar aquele objetivo. Fora dessa hipótese, qualquer frase de efeito para motivar terá prazo de validade curto.

A mudança está muito mais dentro da pessoa do que num livro.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mais um que apagaram

Quando comento em blogs de direita (ou de bobagens), já está virando rotina: apagam sem qualquer cerimônia.

Dessa vez foi no blog da especialista em futricas, Joyce Pascowich.

Na verdade, o comentário dela foi até isento, não foi tendencioso, nem escreveu nas entrelinhas qualquer mensagem subliminar. Ela disse que o Lula não gostou de algumas brincadeiras e pediu ao programa CQC que não pegasse tão pesado. Nem sei se o fato é verdadeiro, sabe como são as fontes desse tipo de colunista. Porém, ainda que seja verdade, não vi nada de mal nisso. Nada mesmo. O problema foi entusiasmo dos internautas ao comentarem a notícia. Só pra citar uns:
(Abrem aspas)
jose francisco - 25/08/2009 - 20:04
Li e achei um absurdo esse recado do nosso Excelentissimo Senhor Presidente da Republica para pegar leve com o governo. So lembrando ao presidente, estamos em uma democracia, e para ser mais sincero ainda e mostrando a minha completa indignacao aos politicos desse nosso Brasil. O Sr. presidente e politicos em geral, devem abrir bem os olhos, para verem as M que andam fazendo e a nossa Justica ja esta na hora de tomar providencias severas tb.

Um Dia Eu Votei No PT BUAAAAA - 25/08/2009 - 20:04
Viva !!! A Ditadura Voltou ... Quem Diria Hein Lula ? Só Falta O Presidente Lula Que Pertence Ao PT ( Entenda - se Sarney F.C. ) Assinar A Lei " A I - 5 " ....

Luis - 25/08/2009 - 20:09
Censura????? a esta altura do campeonato??????? sua excelencia o Presidente deveria ter vergonha, quem apoia ladrões não pode criticar ninguém!!!! em 2010 LULA Lá... Lá longe!!!!

albferto couto - 25/08/2009 - 20:42
Coloquemos nossas barbas de molho. Tudo indica que vem ai o A I - 11
Que Deus nos ajude

(Fecham aspas)
Entre outras, umas mais tranqüilas, outras muito mais pesadas.

Aí, revoltado com o radicalismo e leviandade do pessoal, fui eu meter meu palpite no meio. Parece que a Joyce não gostou:

Desculpem o comentário atrasado, mas tenho que falar. Algumas baboseiras que disseram aqui doeram no meu saco! Quer dizer que um cidadão que está no poder fazer um pedido virou censura e, portanto, um retorno à ditadura? As antas que dizem isso não fazem a mínima idéia do que se passa numa ditadura. Alguém tem noção do que é liberdade de expressão aqui? E essas pessoas têm a noção de que um presidente também pode se manifestar contrariamente sobre qualquer coisa e ainda assim isso apenas faz parte da pluralidade de opiniões? Isso porque eu também gosto do CQC, mas sei que eles não são nenhum primor da imparcialidade e da sensatez. Só que uma coisa é dar razão ao programa. Outra é usar essa razão para desmerecer a insatisfação de alguém que pode ter se ofendido com alguma brincadeira. Ninguém precisa gostar de presidente nenhum, mas fazer de qualquer coisa motivo pro escracho é beirar o ridículo, defensores do "voto maduro".

Palpite publicado em e apagado do Glamurama, no dia 18 de outubro de 2009.

sábado, 14 de novembro de 2009

É paleontólogo!

Observação: o correto é "paleontólogo", não "paleontologista". "Paleontologista" é uma tradução errada de "paleontologist", em inglês. Esse erro é muito comum na imprensa. É até perdoável, mas agora o Terra não pode mais cometê-lo.

Publicado no Terra, dia 16 de outubro de 2009.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Homofilofobia x racismo

Sou contra homofilofobia e, mais do que isso, tenho repugnância de qualquer tipo de discriminação. Mas são dois casos diferentes. Não dá pra equiparar com a questão racial. Nações invadiram e exploraram a África, as Américas e sua gente. Institucionalizaram o tráfico e escravidão negreiros. Existe praticamente uma relação de dívida individual e coletiva do mundo ocidental com a África e afro-decendentes. Já Gays, sempre os houve, mas não há essa questão histórica. Desconheço alguma nação que deva parte da sua história ao sacrifício deles. Ou outra relação de dívida do mundo com a "classe" homoafetiva. A nossa sociedade deve a eles alguns direitos civis que lhes são negados, isso sim. Mas acho que não é a questão aqui. Além disso, um gay (branco) de boa aparência sempre foi um cara bem sucedido. Um negro (ou índio) de boa aparência sempre foi e sempre será, antes, tratado como motorista, garçom, jogador de futebol ou pagodeiro. São questões diferentes. Violência física e moral contra gays são absurdos atos de ignorância, sim. Mas não mais do que contra portadores de deficiência intelectual, ciganos ou nordestinos no sudeste, por exemplo. Diante disso, chamá-los de "os novos negros" me soa um tanto exagerado.

Palpite publicado no Vi o Mundo, dia 13 de outubro de 2009.

E ainda que houvesse essa relação de dívida, seria uma dívida sem herdeiros, já que, no caso dos gays, não acontece como no dos pretos e índios, que permanecem pobres e sem oportunidades apenas porque seus pais, avós e tataravós já tinham sido colocados nessa situação.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Num debate com portugueses (parte IV):

Ainda era sobre a Maitê Proença:

Internauta português Paulo: "Voce não parece uma pessoa muito inteligente, maltratando a cultura portuguesa com séculos de existencia, antes de o Brazil ser descoberto pelos Portugueses existiam macacos e homens pré-históricos, até os Portugueses descobrirem essa terra cheia de riquezas. (...)" (sic)

Eu: PAULO, você está sendo leviano! Cuidado com a alimentação do preconceito! O Brasil já tinha uma história e uma cultura riquíssima 11mil anos antes da chegada dos colonizadores europeus! Do jeito que está posto, parece que os índios estavam aqui só guardando o lugar. Acho que a história e a identidade dos verdadeiros donos da "terra brasilis" devia ser respeitada pela nação que quase os exterminou. Sem ofensas. É só um recado pra parar com esse preconceito infantil.

Paulo: "Catro cabeludo. Não é preconceito nenhum. Da História do Brazil antes dos colonizadores pouco ou nada se sabe e é certo que foram muito influenciados pela nossa cultura a começar pela língua. Não tenho nada contra os brazileiros e até tenho alguns amigos ai do Brazil, só não gostei foi desse vídeo amador apresentado por uma figura pública do Brazil que explicitamente goza com Portugal e os portugueses. Foi muito mau gosto." (sic)

Eu: Paulo, a cultura brasileira atual está diretamente relacionada ao colonialismo de Portugal, não posso discordar. Mas ao dizer que pouco ou nada se sabe sobre a nossa história pré-colombiana, chamar nossos índios de "pré-históricos" e outras bobagens monumentais, você demonstra uma falta de conhecimento e preconceito, sim senhor, tão grandes quanto os da Maitê Porença! Dê um ctrl+F e procure pelo meu nome (Cabudo, não cabeludo - mesmo porque estou careca), neste mesmo sítio, para se informar melhor.

Eu: Mesmo que pouquíssimo se soubesse sobre a história dos ameríndios pré-colombianos, isso não significaria que eles simplesmente não existiram ou que sua cultura também não influencie diretamente a brasileira. Para quebrar um preconceito que há 500 anos ainda persiste na cabeça de alguns portugueses tenho que repetir: o povo indígena tem humanidade, história, cultura e muita sabedoria. Não são animais em pele humana, que deveriam ser extintos ou "aculturados" pra dar lugar ao europeu, que, em tese, saberia aproveitar melhor as riquezas da terra. O índio merece mais respeito, sobretudo, do povo português.

Publicado no Destak.pt, ntre os dias 14 e 17 de outubro de 2009.

Um comentário meu acabou sendo denunciado, sabe-se lá por quê. Talvez seja apagado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Num debate com portugueses (parte III)

Internauta portuguesa Ana Guerrero: "Nem lingua propria têm e acham se o quê?" (entre outras coisas).

Eu: Na verdade, o Brasil tem centenas de dialetos Nheengatú (ou Tupi-Guarani), todos originais daqui. Infelizmente, o Nheengatú só não é o idioma oficial do Brasil porque D. João VI o proibiu institucionalizando o português como língua oficial, com punição a todos que ousassem conversar em outra língua. Com isso, nossa verdadeira língua própria foi sendo esquecida e hoje apenas integra o português brasileiro, com algumas palavras.

Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.

No caso, eu me expressei mal. Como está, ficou parecendo que tudo o que resta do Nheengatú é um resíduo que sobrou no português brasileiro. Na verdade, o Nheengatú ainda está tão vivo que ele ainda é parcialmente utilizado no português brasileiro. E ainda por cima é muito falado num pedação do Brasil. Inclusive deveria ser um idioma oficial daqui.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Num debate com portugueses (parte II)

Eu: Não se esqueçam de que a pobreza, criminalidade, fome, "terceiromundismo" e as todas as mazelas que vocês tanto rogam contra nós, quem as trouxe e aqui deixou foi justamente Portugal, com sua política colonial exploratória, predatória e escravocrata. Hipocrisia é nos criticarem por isso. Nas demais opiniões, concordo com todas.

Internauta português ACB: "Zé cabudo...desculpa mas n concordo ctg. Vcs so começaram a ter todos esses problemas depois de deoxarem de ser uma colonia nossa...voces é k n souberam nunca aproveitar os vossos recursos para se lançarem no mundo. e tinham todas as condições para isso. e n somos nos os culpados disso. ou estas eskecido de que vcs conseguiam a independencia tao desejada em 1822....por favor..." (sic)

Eu: ACB, provavelmente vocês aí já têm opinião formada sobre isso, mas quero argumentar. Pois bem, devo lembrar que são 322 anos de colonialismo, quando existia, sim, miséria produzida entre os negros e os índios (ou eles deveriam ser simplesmente desprezados dessa conta?) E "apenas" 186 anos de independência, dos quais um terço deu-se sob comando de algum membro da família real portuguesa. A república, com pouco mais de um século, herdou todas essas mazelas que até hoje estamos custando a vencê-las, porque o lucro pela desigualdade ninguém quer renunciar e continua até os dias de hoje. Devo esclarecer, no entanto, que não existe qualquer rancor disso entre os brasileiros.

Eu de novo: Aliás, todas as oportunidades de melhorar meu país foram sabotadas justamente pelos herdeiros daqueles beneficiados pela colonização portuguesa. Estes que continuaram a acumular todas as riquezas produzidas pelo esforço do herdeiros dos mesmos miseráveis produzidos no tempo de colônia (negros e índios).

Eu mais uma vez: Bom, vou parar de falar, porque posso acabar ofendendo alguém. Não quero culpar Portugal e os portugueses por nada. Na verdade, ninguém aqui julga os portugueses os responsáveis pela nossa atual condição pobre. Só quis dizer que é hipocrisia algum português criticar a pobreza do Brasil, depois de terem esvaziado nossas riquezas por mais de três séculos. O fato mesmo é que o Brasil adora Portugal e sempre vai recebê-los com um abraço fraternal.

Publicado no Destak.pt no dia 14 de outubro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Num debate com portugueses (parte I):

Não resisti à tentação de publicar meus palpites sobre o vídeo da Maitê Proença.

Num site português, o povo de lá começou a vociferar não só contra a "actriz", mas contra tudo quanto fosse brasileiro. Daí, soltei o seguinte comentário:

O que a Maitê Proença fez foi vexatório para nós "brazucas". De resto, penso que os cidadãos portugueses fazem idéia errada de sua reputação para com brasileiros. O que estou vendo é um punhado de gente se vingando dessas ofensas em cima de um povo inteiro, como se todos pudessem ser representados pelas atitudes de uma idiota qualquer. Todos os estrangeiros, especialmente os portugueses, que conheço são tratados com a maior cortesia e reverência no Brasil. Por favor, não cometam a mesma infantilidade dessa infeliz.

Publicado no Destak.pt, no dia 13 de outubro de 2009.

domingo, 1 de novembro de 2009

Mais uma vez, reforma ortográfica pra quê?

É de conhecimento público que, após um ano, os meios de comunicação e livros brasileiros já estão adequados aos novos padrões ortográficos. Como já cansei de dizer pacificamente aqui, nunca engoli essa nova regra. Minha idéia é, em vez de um acordo que imponha ao povo uma ortografia diferente, faça-se apenas a proposta de escrever de maneira compreensível ao outro povo, se o autor assim julgar conveniente. Não se considerariam erro as diferentes formas de escrever. Algo que valorize a escolha e não despreze os regionalismos de cada um. Seria mais simpático pra todos os lados.

Porém, recentemente, andei olhando uns portais de notícia portugueses e me deparei com vários "novos arcadismos". Cismado com essa má-vontade portuguesa, pesquisei em portais brasileiros e portugueses a adesão desse acordo. Encontrei praticamente todos os textos brasileiros redigidos sob a "nova norma" e absolutamente todos os textos lusitanos escritos como eles já escreviam.

Para ilustrar, em portais brasileiros encontrei, ao acaso, as seguintes referências nos maiores sites:
portal iG (12 de outubro de 2009): "Se desejar, recheie os brioches com geleia. Embale-os em filme plástico e depois em guardanapos coloridos..."
UOL(13 de outubro): Arábia Saudita apoia candidatura de Ari Vatanen
G1 (13 de outubro): Rodovias de São Paulo têm trânsito tranquilo

Já nos portais lusitanos, encontrei, também ao acaso, vários exemplos, todos datados de 13 de outubro de 2009:
No Destak.pt: Tannick fractura perónio e fica de fora seis semanas
No Sapo.pt: O seleccionador nacional garantiu na antevisão do Portugal-Malta de amanhã que não existe ansiedade na equipa.
IOL Diário: Discurso Directo»: Prevenção Rodoviária

Encontrei outros, mas achei melhor publicar só os principais sites.

Como se sabe, na "nova regra", dentre outras coisas, os brasileiros têm que escrever geléia e apóia sem acento, e tranqüilo sem trema, o que foi rigorosamente atendido pelos redatores daqui.

Já os portugueses ficariam obrigados a cortar aquele C e P mudos, o que efetivamente não ocorreu em nenhuma página pesquisada, sendo até muito comum a presença dessa ortografia nos sites daquele país.

Diante desses exemplos, posso afirmar com toda convicção (ou seria convição?) que praticamente todo o Brasil já aderiu a essa reforma, com poucas exceções, das quais eu me orgulho de fazer parte. E o povo de Portugal simplesmente cagou e andou pra nós.

Dito isso, pergunto eu: essa reforma está unificando quem ou o quê? Se a proposta era unificar a ortografia de todo mundo, estou vendo que, entre Brasil e Portugal (não conferi os demais países), só os brasileiros estão fazendo a sua parte.

O que vejo é um país que tem mais com que se preocupar aceitando de bom grado mudanças que facilitem a leitura de um outro povo que não está dando a mínima pra esse esforço.

Se antes eu rejeitei com discrição esse acordo, agora faço abertamente campanha contra. Questão de reciprocidade.

Voltem com as nossas geléias e tranqüilas! Apóiam?