quarta-feira, 29 de julho de 2009

Uma coisa é a chamada, outra coisa é a notícia?

Hoje vim pronto para disparar contra a conivência do Presidente Lula e o uso do seu prestígio para defender seus aliados.

“Uma coisa é roubar, outra coisa é pedir emprego”, diz Lula

Quando abro para entender essa comparação, eis que se esclarece que ela estava incompleta. A frase inteira era assim:

“Uma coisa é você matar, outra coisa é você roubar, outra coisa é você pedir um emprego, outra coisa é relação de influência, outra coisa é o lobby. O que acho é que nos temos que fazer as investigações corretas”, disse o presidente. “O que você não pode é vender tudo como se fosse um crime de pena de morte.”

No início, pensei que o Lula estava condenando um certo tipo de criminoso e absolvendo outro. Mas, com a frase acima, ficou muito óbvio que o Lula não queria dizer simplesmente que nepotismo é menos ruim que corrupção. Ele estava criticando a mania de colocar todos os crimes no mesmo saco e julgá-los como um crime hediondo.

Claro que há o contexto dessa frase, que a editora atribuiu a uma defesa do Senador José Sarney. Por mim, o Presidente devia deixar eles lavarem toda roupa suja em público e depois se matarem sozinhos. Porém, em seu ponto principal, ele tem razão. A opinião pública e a imprensa tem o hábito de dar um veredicto imediato condenatório a qualquer denúncia que apareça contra quase qualquer pessoa.

Vamos com calma. Se os Sarney (ou todos os outros políticos) são culpados ou não, deixem que a justiça resolva. Se não concordarem com a decisão da justiça, aí vocês esperneiam, mas expliquem muito bem por quê.

Uma coisa é suspeitar, outra coisa é especular.