Comentário publicado no Vi o Mundo, no dia 24 de maio de 2010.
Esse Ronaldo Vasconcelos já é o próprio exemplo de oportunismo no PV. Ele era, salvo engano, do ex-PL (não de Partido Livre, mas de Partido Liberal, hoje chamado PR) e seu negócio político era direitos do consumidor. Menos de dez anos atrás, porém, aconteceu alguma reviravolta misteriosa, fazendo-o mudar para um "nicho" em que sua trajetória (pelo menos a política-profissional) não tinha a menor tradição: a ecologia. Assim, ele passou a adotar o discurso ambientalista. Não quero ser preconceituoso, mas algo me diz que a intenção era de usar o PV como partido de aluguel (como tem sido intensamente usado desde o mensalão, ou, quem sabe, um pouco antes). Talvez as conveniências tenham prolongado esse "contrato de aluguel" até hoje.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Palpites para alavancar o Serra nas pesquisas
Ele já se declara de esquerda, já disse que Lula é um mito e está acima do bem e do mal, já disse que o Banco Central tem que ter autonomia, já disse que Estado bom é Estado forte, porém isso ainda não foi suficiente ganhar da Dilma.
Venho humildemente sugerir novas estratégias para os marqueteiros tucanos obterem sucesso na candidatura de seu pleiteante:
Em primeiro lugar, pegaria bem engordar um pouco, deixar a barba crescer, usar um boné do MST e sair de vermelho de vez em quando.
Aqui vai um comportamento acertado do candidato tucano: ele já dá palpites sobre futebol. Ainda falta fazer analogias e usar camisas de times.
Em seguida, ele deveria rotineiramente criticar a imprensa e apoiar leis que valorizem os direitos humanos, cotas para negros e índios, entrada de empresas estatais na concorrência de telecomunicações para os mais pobres e políticas afins.
Por último, ele deveria inovar no slogans. A sugestão é pensar no caso de imprimir adesivos, camisas e bonés com os dizeres:
- Serra-lá, sem medo de ser feliz.
- Agora é Serra.
- Cabeça de ovo, com a força do povo.
- Deixa o careca trabalhar!
sábado, 15 de maio de 2010
Pesquisas de intenção de voto versus analistas
Já virou rotina, basta sair um resultado diverso da vontade do partido, que seus militantes prontamente desconstroem sua validade, acusando os institutos de fraudes ou incompetência.
Foi o suficiente as pesquisas Ibope (carioca, contratada pela Globo) e Datafolha (paulista, contratada pela Folha de São Paulo) divergirem pela primeira vez do resultado da Vox Populi, dando mais vantagem ao José Serra, que todos os comentaristas da esquerda se dispuseram a desmerecê-las, apontando falhas metodológicas e eventuais interesses corporativos dos institutos e seus contratantes.
Agora, que o VoxPopuli (mineira, contratada pela Band e pela Carta Capital) confirmou a tendência de sua última pesquisa, apontando uma virada da Dilma sobre o Serra, já começaram a pipocar os mesmíssimos argumentos contra o instituto e um de seus contratantes (já que não pode duvidar da Bandeirantes, que é francamente serrista).
Meu forte não é pesquisa de opinião. Mas sei que estatística, embora tenha critérios exatos e científicos, não pode ter valor de conclusões científicas. Por isso, está sempre acompanhada de uma dose de erro. O fato é que alguém está "errando mais". Pode ter alguém de má-fé aí? Pode. Também podem ser simplesmente divergências metodológicas ocasionais, não viciadas.
Levantamentos estatísticos não devem ser lidos como fonte absolutamente segura. Aliás, levantamentos estatísticos não podem ser a principal fonte para se tirar conclusões de nada. Nos casos em que elas são as únicas referências, deve ser ter um cuidado redobrado. A melhor metáfora que se pode fazer é a da fotografia. Por mais criteriosas que sejam, elas mostram apenas aquele momento daquele ângulo específico, em que elementos podem estar em distorção, ampliados ou reduzidos. Toda análise de resultados de pesquisas de eleição devem considerar essa possibilidade de erro (e não só aquele desvio de "dois pontos para mais ou para menos").
Porém, em principio, isso não deveria afetar a reputação dos institutos e de seus contratantes. Qualquer desmerecimento de pesquisa que insinue fraude de seus fomentadores deve ser entendido como acusações sérias e, como tal, devem ser acompanhados de um embasamento concreto e provas.
Acusações levianas, sem os requisitos acima, são antidemocráticas, anticientíficas, tendenciosas, mal-intencionadas e, assim, cheiram alguma coisa parecida com golpe.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)