segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um ano de crise

Dia 13 de setembro foi ao ar edição do Canal Livre, na TV Bandeirantes, sobre o primeiro ano da atual crise. (Não consegui incorporar o vídeo ao texto.)

Eu ouvi essa edição do Canal Livre. A acrobacia para manipular a informação foi tanta que chegaram a se convencer que o Brasil só saiu tão rápido da crise atual porque o FHC deu dinheiro aos bancos durante a crise dele. Simples assim, sem esclarecer a relação dos fatos, como se fosse auto-explicativo (ou como se só pudesse ser entendido por gente de castas mais altas, que não é o meu caso). E com o carimbo de jornalista (tido como) respeitado como Boris Casoy. Acho que a Band é um grupo que se julga sinceramente sério, mas não enxerga o quanto é injusto ao ser tendencioso para o lado direito, sempre escolhendo jornalistas que concordam com sua própria opinião neo-liberal, ruralista e arqueo-sofo-racista. O único que tem chance de se salvar é o Boechat. E olhe lá...

A concordância entre os senhores bacharéis diplomatas é comovente. Infelizmente não acho que jornalismo de qualidade se faz assim.

Publicado primeiro no Conversa Afiada dia 17 de setembro de 2009.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Isto é uma vergonha!

Eu tinha programado este texto para sair só em outubro, mas percebi que o assunto veio à tona com força. Já vi muitas outras pessoas comentando o mesmo assunto, alguns até melhor do que eu. Agora, estou adiantando a postagem, pra não perder a oportunidade da corrente.

Sou da turma que acredita que não há como se expressar sem ser parcial. Partindo do pressuposto que imparcialidade não existe, há duas formas de se falar de um assunto com isenção:

1- Falando objetivamente, fugindo da subjetividade, evitando demonstrar opiniões e nunca julgando o que se está analisando.

2- Convocando pelo menos dois especialistas da mesma área e com opiniões antagônicas, para debater.

Também há duas maneiras de ser tendencioso:

1- Dizendo abertamente a opinião, dirigindo-se a interlocutor que concorda com ela.

2- Dissimulando uma imparcialidade, convocando para o debate várias autoridades com perspectivas diferentes, mas essencialmente concordantes (e sabendo que há uma expressiva corrente de opinião contrária a essa).

O Grupo Bandeirantes tem sistematicamente adotado as duas últimas estratégias acima, na sua programação, para defender seus interesses:

- contra as políticas raciais (atrasado, adotando argumentos velhos e batidos);
- em favor do agronegócio a qualquer custo (em prejuízo de comunidades indígenas, meio ambiente, agricultura familiar, movimentos sociais ou o que estiver comprometendo a expansão de latifúndios);
- em favor de políticas neoliberais quaisquer (portanto, contra o estado de bem-estar social); e
- em favor de uma hegemonia paulista no Brasil, no sentido econômico, político e futebolístico.

Em se tratando de concessão de sinal de TV e rádio, não concordo que um grupo empresarial qualquer faça uso de um recurso - que é público e deveria ser usado em benefício do povo - para não só manifestar sua opinião, mas literalmente tentar convencer a audiência e persuadi-la a comprar a sua própria causa. Sem direito a contraditório dos grupos afetados que já não detêm tal poder de ser ouvido.

A Globo não fica atrás, é tão tendenciosa quanto. Mas críticos da Globo é o que não falta na internet e no mundo. E venho sentindo que o Grupo Bandeirantes tem sido menos cuidadoso quando trata de assuntos polêmicos.

Programas como Canal Livre (mas não só ele) só têm servido de palanque arranjado para intelectuais de direita reafirmarem suas convicções ideológicas, de quem vê o mundo "por trás dos ombros". O próprio Boris Casoy (só pra citar o maior exemplo, tido como respeitado jornalista), tem prestado um monumental desserviço à qualidade da informação, à pluralidade de opiniões (e, portanto, à democracia) e à inteligência dos brasileiros.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre pesquisas eleitorais

Sob meu ponto de vista, levantamentos estatísticos, sobretudo pesquisas de opinião, por si só, sem uma pesquisa científica à frente, não dizem nada. Não se pode tirar conclusões de causa e conseqüência de qualquer matéria com base simplesmente em um número amostral, sem um aprofundamento muito minucioso.

O que me incomoda em pesquisa de opinião não é a falta de critério estatístico. Nem mesmo acho que essa falta exista. O que me aborrece é a especulação gerada, quase sempre distorcendo os resultados. Fazem conjecturações com base em nada, em informações que (com certa conveniência) não fizeram parte da pesquisa.


Publicado no Vi o Mundo dia 27 de agosto de 2009.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Confissão

Tô ausente. Assumo. Ultimamente tem sido muito difícil ter idéias e tempo para postar aqui.